Por muitos anos, o Brasil voltou a enfrentar um dos maiores desafios sociais: o retorno da fome. Porém, um esforço conjunto e silencioso tem transformado esse cenário. Em apenas dois anos, 26,5 milhões de brasileiros deixaram de viver em situação de insegurança alimentar severa, resultado que tirou o país oficialmente do Mapa da Fome da ONU.
Mas a luta ainda não terminou. A nova meta do governo é chegar aos que permanecem invisíveis — famílias que ainda enfrentam a subalimentação ou vivem em situação de risco extremo. O foco agora é reforçar a integração entre diferentes sistemas públicos, cruzando dados de saúde, assistência social e alimentação para garantir que ninguém fique para trás.
Integração entre SUS, SUAS e SISAN: o novo eixo da política de combate à fome
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) implementou uma estratégia inédita: unir os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN).
Essa integração cria um sistema de vigilância ativa. Quando uma pessoa chega a uma unidade de saúde em situação de insegurança alimentar severa, ela é imediatamente identificada e encaminhada para os programas sociais, como o Bolsa Família.
A secretária extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do MDS, Valéria Burity, explica que a medida é essencial para acelerar o atendimento a quem mais precisa.
“A gente teve os recentes dados do IBGE, que mostram que atingimos o menor índice de fome no país. Isso é histórico, mas ainda há pessoas em risco. Por isso, estamos ampliando as ferramentas para identificar e incluir essas famílias nas políticas públicas”, disse Burity.
Bolsa Família e a prioridade às famílias em risco de fome
O Bolsa Família tem sido o principal instrumento de proteção contra a fome. Somente em outubro de 2025, o governo repassou o benefício a 636,48 mil domicílios com indicação de risco de insegurança alimentar.
Essas famílias foram identificadas com base em cruzamentos de dados feitos entre os sistemas do MDS e do SUS, um avanço que permite uma resposta mais rápida e direcionada.
Burity reforça que as ações que levaram o país a sair do Mapa da Fome permanecem em vigor:
“As políticas que deram certo continuam. Elas são ainda mais necessárias agora, porque nossa missão é chegar a quem está em vulnerabilidade extrema.”
Retomada do monitoramento e o “apagão de dados” do passado
Durante o governo anterior, o Brasil enfrentou um verdadeiro “apagão de dados” sobre a insegurança alimentar. Isso dificultou o mapeamento das famílias mais vulneráveis e atrasou a execução de políticas públicas.
Desde 2023, o MDS retomou o monitoramento em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aplicando metodologias reconhecidas internacionalmente.
Burity destacou que essa retomada foi determinante para o sucesso das ações:
“O Plano Brasil Sem Fome só funcionou porque conseguimos identificar os grupos e territórios mais afetados. Sabendo onde o problema é mais grave, conseguimos levar o Bolsa Família, o Auxílio Gás e os programas alimentares diretamente até eles.”
Calendário do Bolsa Família: pagamentos de outubro, novembro e dezembro de 2025
O programa segue seu cronograma tradicional, com pagamentos feitos nos últimos dez dias úteis de cada mês, conforme o número final do NIS (Número de Identificação Social). Confira as próximas datas:
Cronograma de outubro de 2025
Final 1: 20 de outubro
Final 2: 21 de outubro
Final 3: 22 de outubro
Final 4: 23 de outubro
Final 5: 24 de outubro
Final 6: 27 de outubro
Final 7: 28 de outubro
Final 8: 29 de outubro
Final 9: 30 de outubro
Final 0: 31 de outubro
Calendário de novembro de 2025
Final 1: 14 de novembro
Final 2: 17 de novembro
Final 3: 18 de novembro
Final 4: 19 de novembro
Final 5: 20 de novembro
Final 6: 21 de novembro
Final 7: 24 de novembro
Final 8: 25 de novembro
Final 9: 26 de novembro
Final 0: 27 de novembro
Calendário de dezembro de 2025 (antecipado por causa do Natal)
Final 1: 10 de dezembro
Final 2: 11 de dezembro
Final 3: 12 de dezembro
Final 4: 15 de dezembro
Final 5: 16 de dezembro
Final 6: 17 de dezembro
Final 7: 18 de dezembro
Final 8: 19 de dezembro
Final 9: 22 de dezembro
Final 0: 23 de dezembro
Importante: Não há previsão de pagamento de 13º salário do Bolsa Família em 2025.
Critérios para receber o Bolsa Família em 2025
Para continuar recebendo o benefício, a família deve atender a critérios específicos e manter as informações atualizadas no Cadastro Único (CadÚnico).
Requisitos principais
Inscrição no CadÚnico: obrigatória, feita presencialmente em um CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) ou posto municipal.
Renda familiar por pessoa: deve ser de até R$ 218 por mês.
Regra de proteção: famílias com renda por pessoa entre R$ 218 e meio salário mínimo podem continuar recebendo metade do benefício por até 2 anos.
Condicionalidades
Educação: crianças e adolescentes precisam ter frequência escolar mínima (60% para crianças de 4 a 5 anos e 75% para jovens de 6 a 18 anos).
Saúde: é necessário manter o cartão de vacinação atualizado, fazer acompanhamento nutricional e, no caso de gestantes, o pré-natal.
Como se cadastrar ou atualizar o CadÚnico
Reúna a documentação: RG, CPF, título de eleitor, comprovante de endereço e certidão de nascimento ou casamento.
Procure o CRAS: compareça a uma unidade de assistência social para fazer ou atualizar o cadastro.
Aguarde a seleção: o governo analisa as informações e, caso a família atenda aos critérios, é incluída no programa.
Motivos que podem causar bloqueio ou cancelamento do benefício
O Bolsa Família é fiscalizado com rigor para garantir que o auxílio chegue a quem realmente precisa. Entre os principais motivos de bloqueio estão:
Aumento da renda familiar acima do limite de R$ 218 por pessoa.
Descumprimento das condicionalidades de saúde e educação.
Falta de atualização cadastral por mais de dois anos.
