BC muda regras do Pix e determina monitoramento em tempo real contra fraudes a partir de 1º de dezembro

O Banco Central determinou, na terça-feira (18), que todos os participantes diretos do SPI (Sistema de Pagamentos Instantâneos) passem a monitorar, em tempo real, qualquer movimentação atípica ou potencialmente fraudulenta nas Contas PI. A medida, publicada em nova resolução assinada pelo diretor de Polícia Monetária, Nilton José Schneider David, entra em vigor a partir de 1º de dezembro.

A saber, essa mudança reforça o compromisso do BC em aumentar a segurança do Pix, que hoje é o meio de pagamento mais usado no Brasil. Antes de mais nada, o órgão quer impedir que movimentações fora do padrão passem despercebidas e coloquem em risco o sistema de pagamentos.

BC quer ampliar o controle sobre o SPI

O Banco Central atua diretamente no SPI, a infraestrutura que liquida cada transação do Pix. Em primeiro lugar, o SPI funciona 24 horas por dia e processa operação por operação em tempo real, sem filas. Desde novembro de 2020, ele garante que o dinheiro saia de uma instituição e chegue a outra em poucos segundos.

Por isso, o BC decidiu endurecer as regras. O órgão afirma que o aumento de golpes e tentativas de invasão exige monitoramento mais rígido dentro das Contas PI — que são contas exclusivas, mantidas pelas instituições financeiras dentro do próprio Banco Central, usadas para liquidar os pagamentos instantâneos.

O que muda com as novas regras

A partir de dezembro, os participantes diretos do SPI precisarão:

  • identificar fraudes e movimentações suspeitas com base em padrões históricos e comportamentais;

  • monitorar desvios em relação ao comportamento esperado daquela conta;

  • interromper imediatamente a transação caso haja suspeita de comprometimento;

  • realizar bloqueios e desbloqueios manuais de emissões de ordens de pagamento;

  • configurar parâmetros próprios, como valor mínimo de saldo e intensidade na comunicação de eventos atípicos.

Ou seja, os bancos passam a agir de forma ainda mais ativa na prevenção de fraudes, não apenas reagindo, mas interrompendo a operação no exato momento da suspeita.

Por que o BC fez essa mudança agora

A princípio, o Banco Central entende que o Pix atingiu um volume tão grande de transações que o risco de fraude se tornou proporcionalmente maior. Por isso, o órgão decidiu antecipar medidas de segurança que já estavam em estudo.

Além disso, o BC já prepara o sistema para avanços futuros — entre eles, o Pix Automático, que permitirá pagamentos recorrentes. Para que isso funcione sem comprometer o usuário, o sistema precisa operar em um ambiente ainda mais controlado. Em conclusão, a mudança é parte de um plano contínuo de modernização e blindagem da plataforma.

O que muda para os usuários do Pix

Antes de mais nada: o usuário não precisa fazer nada. Todas as mudanças acontecem internamente, entre as instituições financeiras e o Banco Central.

No entanto, é provável que o consumidor perceba alguns efeitos no dia a dia, como:

  • transações que podem ser barradas temporariamente para verificação;

  • pedidos de confirmação adicional quando o sistema entender que algo está fora do padrão;

  • maior rigor em movimentações incomuns, como valores diferentes dos habituais;

  • respostas mais rápidas em caso de tentativa de golpe.

Por fim, o objetivo é reduzir prejuízos e impedir que criminosos utilizem brechas no sistema para realizar transferências indevidas.

Relembre como o Pix funciona e por que ele exige tanta segurança

Criado em 2020, o Pix se tornou o principal meio de pagamento do Brasil. Ele já movimenta bilhões de reais todos os dias. Em primeiro lugar, o que atrai os usuários é a velocidade: a transação cai em até dez segundos.

Além disso, o sistema funciona 24 horas por dia, sete dias por semana, incluindo feriados e madrugadas — algo que TED e DOC jamais ofereceram. A maioria das operações também é gratuita para pessoas físicas, o que popularizou o serviço.

Outro ponto essencial é a segurança. O Pix é integrado ao SPI, que garante liquidação instantânea entre instituições diferentes. Justamente por isso, qualquer melhoria no SPI aumenta diretamente a proteção do usuário final.

Como o Pix pode ser usado no dia a dia

O usuário pode fazer um Pix de três maneiras principais:

Chave Pix: A pessoa informa apenas o CPF, número de celular, e-mail ou chave aleatória. Dessa forma, não precisa digitar agência, conta e banco.

QR Code: O celular lê o código e preenche automaticamente todas as informações do pagamento.

Dados manuais: O usuário informa agência, conta e demais dados. Funciona como uma TED, mas com velocidade imediata.

Funcionalidades adicionais já disponíveis

O Pix evoluiu desde o lançamento e hoje oferece recursos importantes:

Pix Cobrança: Permite emitir QR Codes com data de vencimento e juros, funcionando como um boleto digital.

Pix Saque e Pix Troco: O cliente saca dinheiro em lojas parceiras ou caixas eletrônicos da rede Banco24Horas ao fazer um Pix.

Pix Agendado: O usuário programa o envio de valores para datas futuras.

Pix Automático (em desenvolvimento): O BC prepara uma função que permitirá pagamentos recorrentes, como mensalidades e assinaturas. A saber, essa futura modalidade exige um SPI ainda mais seguro — motivo pelo qual o Banco Central está reforçando o monitoramento agora.

Limites e regras de segurança que já estão em vigor

Além das mudanças anunciadas, o Pix mantém regras gerais de proteção:

  • limite noturno padrão de R$ 1.000 entre 20h e 6h;

  • possibilidade de o cliente ajustar seus limites pelo aplicativo do banco;

  • verificações comportamentais no app;

  • confirmação extra em transações atípicas.

Por fim, a nova resolução acrescenta uma camada adicional de segurança, porque obriga os bancos a avaliar o comportamento das Contas PI com muito mais precisão. Em conclusão, isso deve reduzir golpes e tornar o sistema ainda mais confiável.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.