BC alerta: mais de 48 milhões de brasileiros ainda têm dinheiro esquecido nos bancos; veja como consultar

O Banco Central (BC) revelou nesta terça-feira (11) que 48,6 milhões de brasileiros ainda têm direito a valores esquecidos em bancos, consórcios e outras instituições financeiras. O total acumulado chega a R$ 9,73 bilhões, segundo o balanço mais recente, que considera dados até setembro de 2025.

Desse montante, R$ 7,6 bilhões pertencem a pessoas físicas, enquanto R$ 2,12 bilhões estão em nome de empresas. O número mostra que, mesmo após campanhas de divulgação, muitos brasileiros ainda não verificaram se possuem algum valor parado no sistema financeiro.

A princípio, o prazo oficial para buscar os recursos terminaria em 16 de outubro de 2024. No entanto, o Ministério da Fazenda esclareceu que não há limite de tempo para solicitar o resgate, o que significa que os cidadãos podem fazer a consulta a qualquer momento.

Sistema Valores a Receber: único canal oficial

Antes de mais nada, é importante destacar que o único site oficial para consultar o dinheiro esquecido é o valoresareceber.bcb.gov.br.

O Banco Central reforça que não envia links por e-mail, SMS, WhatsApp ou redes sociais, e que qualquer comunicação fora do portal oficial pode ser tentativa de golpe.

Ao acessar o site, o cidadão deve informar o CPF ou CNPJ e a data de nascimento ou abertura da empresa. Caso existam valores disponíveis, o sistema indicará as instituições responsáveis e o procedimento para solicitar o saque.

Como fazer a consulta e solicitar o resgate

Em primeiro lugar, é necessário acessar o portal valoresareceber.bcb.gov.br. Em seguida, o cidadão precisa fazer login com a conta gov.br — obrigatoriamente de nível prata ou ouro — e ter ativada a verificação em duas etapas.

Depois disso, o sistema exibirá as informações sobre os valores disponíveis e as opções de devolução.
O BC só libera os recursos para quem fornece uma chave PIX válida. Essa é a forma mais rápida e segura de receber o dinheiro.

Caso o usuário não tenha chave cadastrada, é possível entrar em contato com a instituição financeira para combinar outra forma de recebimento. Também é permitido criar uma chave PIX e retornar ao sistema para concluir a solicitação.

Consulta para pessoas falecidas

O Banco Central também permite a verificação de valores de pessoas falecidas.

Para isso, é preciso ser herdeiro, inventariante, testamentário ou representante legal. Além disso, é necessário preencher um termo de responsabilidade e apresentar documentos que comprovem o vínculo.

Nesses casos, o sistema indicará as instituições financeiras que possuem valores e instruirá sobre como prosseguir com o pedido.

Resgate automático: novidade do Banco Central

Desde 27 de maio, o Banco Central implementou uma solicitação automática de resgate dos valores esquecidos.
Segundo a instituição, a adesão é facultativa e tem como objetivo facilitar o processo para os cidadãos.

Com o novo recurso, quem habilitar a função não precisará consultar o sistema com frequência nem registrar manualmente cada pedido.
O crédito será feito automaticamente pela instituição financeira diretamente na conta do usuário, sem necessidade de aviso prévio.

Contudo, a adesão ao resgate automático está disponível apenas para pessoas físicas com chave PIX do tipo CPF.
Quem ainda não possui essa chave precisa cadastrá-la antes de ativar o recurso.

Vale destacar que as instituições que não aderiram ao termo de devolução via PIX continuarão exigindo solicitações manuais, principalmente nos casos de contas conjuntas.

Segurança reforçada contra golpes

O Banco Central tem reforçado a segurança do Sistema Valores a Receber (SVR) para proteger os usuários de fraudes.

Desde fevereiro, o sistema exige duas etapas de verificação ao acessar a conta gov.br.

Assim, o cidadão precisa:

  1. Ter uma conta gov.br de nível prata ou ouro;

  2. Baixar o aplicativo gov.br no celular, caso ainda não o tenha;

  3. Realizar a validação facial para ativar o duplo fator de segurança.

O acesso é feito informando o CPF e a senha, seguidos de um código gerado pelo aplicativo. Essa medida impede que terceiros acessem indevidamente as informações pessoais e financeiras.

BC já devolveu mais de R$ 12 bilhões

Até setembro de 2025, o Banco Central informou que R$ 12,21 bilhões já foram devolvidos a cidadãos e empresas que tinham valores esquecidos.

O número mostra a adesão crescente ao sistema, mas também revela que ainda há bilhões parados aguardando resgate.

Em média, os valores individuais variam de pequenas quantias, como R$ 5 ou R$ 20, até montantes superiores a R$ 1.000, especialmente em casos de consórcios encerrados, tarifas indevidas ou contas encerradas com saldo residual.

O que pode gerar “dinheiro esquecido”

Muitos cidadãos não sabem, mas os valores esquecidos podem ter várias origens, entre elas:

  • Contas-correntes ou poupanças encerradas com saldo positivo;

  • Tarifas cobradas indevidamente e não devolvidas;

  • Cotas de consórcio já encerrados;

  • Valores de cooperativas de crédito;

  • Fundos e recursos de instituições financeiras liquidadas.

Ou seja, mesmo quem acredita não ter deixado dinheiro em banco pode ter quantias pequenas esquecidas sem saber.

Passo a passo resumido para consultar o dinheiro esquecido

  1. Acesse valoresareceber.bcb.gov.br;

  2. Informe seu CPF e data de nascimento;

  3. Faça login com a conta gov.br (nível prata ou ouro);

  4. Ative a verificação em duas etapas;

  5. Veja se há valores disponíveis;

  6. Escolha a forma de recebimento: via chave PIX ou contato direto com a instituição;

  7. Se quiser, habilite o resgate automático para receber futuros valores sem precisar consultar novamente.

Atenção a golpes e sites falsos

Por fim, o Banco Central reforça que não envia mensagens nem faz ligações sobre valores esquecidos.

O único endereço seguro é o valoresareceber.bcb.gov.br.

Caso alguém entre em contato pedindo dados pessoais, códigos de acesso ou informações bancárias, o cidadão deve ignorar o contato e denunciar.

Além disso, é essencial nunca acessar links recebidos por e-mail ou WhatsApp que prometam devolução de dinheiro.

Essas práticas são golpes comuns que tentam se aproveitar da popularidade do sistema.

Cidadãos podem consultar a qualquer momento

O governo federal garante que não existe prazo limite para a consulta ou resgate.

Portanto, quem ainda não verificou pode acessar o sistema a qualquer hora, com segurança, e descobrir se há algum valor disponível.

Em suma, o Banco Central reforça que a ferramenta continua ativa e segura, representando uma oportunidade real de recuperar recursos esquecidos e movimentar novamente a economia brasileira.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.