Economia

Banco Central surpreende e revela que ainda há mais de R$ 10 bilhões esquecidos em bancos: veja como consultar, resgatar e até automatizar a devolução sem complicação

Imagine abrir o celular, entrar em um site oficial e descobrir que você tem dinheiro parado no banco — dinheiro que você nem lembrava que existia. Pois é, isso não é cena de novela: é exatamente o que está acontecendo com milhões de brasileiros.

Nesta terça-feira (9), o Banco Central (BC) atualizou os números do Sistema de Valores a Receber (SVR) e revelou que ainda existem R$ 10,69 bilhões esquecidos em bancos, consórcios e outras instituições financeiras. É dinheiro que está lá, quietinho, esperando para voltar para o bolso do dono.

E o mais curioso: o prazo oficial para resgatar teria terminado em outubro de 2024. Mas calma! O Ministério da Fazenda confirmou que não há limite de tempo para retirar o dinheiro. Ou seja, se você ou alguém da sua família tem valores esquecidos, pode respirar tranquilo: eles continuam guardadinhos à espera do resgate.

De onde vem esse dinheiro todo?

O montante é impressionante e mostra que o brasileiro esquece mais do que as chaves de casa. Segundo o Banco Central, dos R$ 10,69 bilhões ainda disponíveis:

  • R$ 8,08 bilhões pertencem a 48 milhões de pessoas físicas;

  • R$ 2,61 bilhões são de 4,6 milhões de empresas.

Para se ter uma ideia da dimensão, o BC informou que já devolveu R$ 11,33 bilhões desde o início do programa. Ou seja, o sistema tem funcionado, mas ainda há uma verdadeira montanha de dinheiro aguardando resgate.

Como consultar se você tem valores esquecidos?

Agora vem a parte prática, aquela que todo mundo quer saber: como consultar se há dinheiro em seu nome?

O único site oficial é este: https://valoresareceber.bcb.gov.br.

⚠️ Atenção: não clique em links enviados por WhatsApp, redes sociais ou mensagens suspeitas. Há muitos golpistas tentando se passar pelo Banco Central. O endereço correto termina sempre em bcb.gov.br.

O passo a passo é simples:

  1. Acesse o site oficial.

  2. Informe seu CPF ou CNPJ.

  3. Faça login com sua conta gov.br nível prata ou ouro.

  4. Caso haja valores disponíveis, o sistema mostra o quanto você pode receber e de onde vem o recurso.

E tem mais: desde 2024, o sistema passou a exigir duas etapas de segurança para evitar fraudes. Ou seja, além da senha, é necessário gerar um código no aplicativo gov.br.

E se a pessoa já faleceu?

Sim, é possível consultar valores de pessoas falecidas. Mas, para isso, é preciso ser herdeiro, inventariante, representante legal ou testamentário.

Além disso, o Banco Central exige que seja preenchido um termo de responsabilidade, garantindo que só pessoas com vínculo legal acessem o dinheiro.

Na prática, o procedimento é:

  • Acessar o site oficial;

  • Realizar a consulta com os dados da pessoa falecida;

  • Seguir as instruções para entrar em contato com a instituição financeira responsável pelo valor.

Como receber o dinheiro?

Aqui entra um detalhe importante: o Banco Central não faz o pagamento diretamente. Ele apenas mostra onde o dinheiro está.

Existem duas formas de receber:

  1. Via PIX – se você tiver uma chave cadastrada (de preferência a chave CPF), o valor cai direto na conta.

  2. Contato direto com a instituição – caso não tenha chave PIX, será necessário falar com o banco ou instituição financeira para combinar a forma de devolução.

Pedido automático: a novidade que chegou para facilitar

Até pouco tempo, era necessário entrar no site e solicitar manualmente cada valor. Isso, claro, exigia paciência e atenção, porque muita gente acabava esquecendo de consultar novamente.

Mas desde 27 de maio de 2024, o Banco Central liberou a opção de solicitação automática.

Funciona assim:

  • Você acessa o SVR com sua conta gov.br (nível prata ou ouro).

  • Ativa a função de pedido automático.

  • Pronto: sempre que surgir algum valor em seu nome, ele será transferido direto para sua conta via PIX.

Essa função, no entanto, tem algumas regras:

  • Só vale para pessoas físicas.

  • É necessário ter uma chave PIX do tipo CPF.

  • Nem todas as instituições financeiras aderiram ao sistema automático, então em alguns casos ainda será preciso pedir manualmente.

O BC explicou que não enviará aviso quando um valor for devolvido. O dinheiro simplesmente cairá na conta vinculada à sua chave.

Segurança reforçada contra golpes

Com tanto dinheiro em jogo, era natural que os golpistas tentassem se aproveitar. E foi por isso que, em fevereiro, o Banco Central reforçou as barreiras de segurança do sistema.

Agora, para acessar o SVR, é preciso:

  1. Ter conta gov.br prata ou ouro;

  2. Usar a verificação em duas etapas;

  3. Realizar a validação facial no app gov.br.

Isso significa que mesmo que alguém descubra sua senha, não conseguirá acessar sem seu rosto ou sem o código gerado no aplicativo.

O perigo dos links falsos

Um dos maiores problemas desde a criação do sistema foi a quantidade de sites falsos e mensagens de golpistas prometendo liberar valores rapidamente.

Para não cair em golpes, siga algumas dicas:

  • Nunca clique em links enviados por SMS, WhatsApp ou redes sociais.

  • O Banco Central não envia mensagens individuais.

  • O único endereço válido é https://valoresareceber.bcb.gov.br.

  • O processo é gratuito — se alguém cobrar taxa, já sabe: é golpe!

Por que sobra tanto dinheiro esquecido?

Muita gente se pergunta: como é possível que bilhões de reais fiquem esquecidos nos bancos?

As situações mais comuns são:

  • Contas bancárias encerradas, mas que ainda tinham saldo residual.

  • Tarifas cobradas indevidamente e depois estornadas.

  • Cotas de consórcios não sacadas.

  • Seguros ou previdências privadas com saldos esquecidos.

  • Restos de contas conjuntas que foram desativadas.

Ou seja, não é um dinheiro “novo”, mas sim valores que estavam parados e que, somados, chegam a cifras bilionárias.

A cada balanço divulgado pelo Banco Central, milhões de brasileiros correm para o site oficial na esperança de encontrar algum dinheiro esquecido. E, sim, muitas vezes a surpresa é real.

Mesmo que seja pouco — como R$ 5 ou R$ 10 — ainda vale a pena, afinal, quem não gosta de receber um “presente inesperado”? Já em outros casos, há valores muito maiores que realmente fazem diferença na vida do cidadão.

Se você ainda não consultou, faça isso hoje mesmo. E, se preferir, ative a solicitação automática para não precisar se preocupar em voltar ao site.

No fim das contas, esses R$ 10,69 bilhões representam não apenas um dado curioso, mas também uma oportunidade para milhões de pessoas recuperarem o que é delas por direito.

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos, 29 anos, é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, descobriu sua verdadeira vocação na escrita e na criação de conteúdo digital. Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol. Sua busca por precisão e relevância fez dele uma referência nesses segmentos, ajudando milhares de leitores a se manterem informados e atualizados.… Mais »
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