Economia

Banco Central fecha bancos digitais queridinhos após ataque via Pix de R$ 530 milhões convertido em criptomoedas

Banco Central suspende bancos digitais após ataque via Pix que desviou R$ 530 milhões convertidos em criptomoedas. Voluti, Brasil Cash e S3 Bank estão na lista.

O sistema financeiro brasileiro foi abalado nesta semana por um ataque cibernético de proporções inéditas. Criminosos exploraram vulnerabilidades no sistema de pagamentos e conseguiram desviar R$ 530 milhões de contas reservas mantidas por instituições financeiras junto ao Banco Central. O dinheiro foi transferido via Pix e, rapidamente, convertido em criptomoedas, dificultando o rastreamento.

A gravidade do caso levou o Banco Central a agir de forma imediata, suspendendo três bancos digitais considerados “queridinhos” do público: Voluti Gestão Financeira, Brasil Cash e S3 Bank.

Bancos suspensos: Voluti, Brasil Cash e S3 Bank

De acordo com comunicado oficial, a decisão foi baseada no Artigo 95-A da Resolução 30, que permite ao regulador suspender participantes do Pix quando suas falhas operacionais representam risco à integridade do sistema.

Essa não é a primeira vez que instituições financeiras sofrem sanções desse tipo. Nos últimos meses, outras fintechs como Transfeera, Soffy e Nuoro Pay também haviam sido suspensas.

A decisão reforça a postura rígida do Banco Central diante de riscos cibernéticos. Embora os bancos digitais tenham conquistado milhões de clientes pela praticidade e menores taxas, episódios como esse mostram que a supervisão regulatória é fundamental para preservar a confiança no sistema.

O que disseram os bancos atingidos

Após o anúncio, as instituições impactadas reagiram publicamente para tentar conter a perda de confiança.

  • Transfeera confirmou a interrupção de suas operações via Pix, mas destacou que outros serviços seguem ativos. A empresa garantiu que nenhum dado de clientes foi comprometido e afirmou estar colaborando com o Banco Central.

  • Brasil Cash admitiu impacto no esquema criminoso, mas reforçou sua transparência no diálogo com o regulador. A empresa também informou ajustes internos, como a revisão de fluxos de Pix realizados à noite e em fins de semana, horários mais vulneráveis a ataques.

  • A Voluti e o S3 Bank ainda não deram detalhes técnicos, mas asseguraram que trabalham para reforçar a segurança de suas operações.

Essas manifestações deixam claro que as empresas buscam preservar sua imagem e retomar a confiança dos clientes.

Segurança do Pix: como o sistema é regulado

Lançado em 2020, o Pix revolucionou os pagamentos no Brasil, permitindo transferências instantâneas 24 horas por dia. Hoje, são mais de 160 milhões de usuários ativos.

O Banco Central exige que todos os participantes sigam protocolos rígidos, como:

  • Criptografia avançada de ponta a ponta.

  • Autenticação em múltiplos fatores.

  • Monitoramento em tempo real de transações suspeitas.

Apesar dessas medidas, o ataque revelou fragilidades. A investigação apontou que criminosos exploraram sistemas da C&M Software, fornecedora de soluções financeiras. A rapidez da operação — com conversão imediata para criptomoedas — praticamente inviabilizou o rastreamento dos valores.

O episódio mostra que, embora seguro para usuários comuns, o Pix não está imune a falhas estruturais em camadas de infraestrutura utilizadas por bancos digitais e fintechs.

Medidas para evitar novos ataques

Após o rombo milionário, o Banco Central determinou uma revisão imediata dos protocolos de segurança. Entre as medidas em discussão estão:

  1. Reforço na cibersegurança interna dos bancos digitais, com mais investimentos em monitoramento automatizado.

  2. Treinamento de colaboradores para identificar tentativas de fraude em tempo real.

  3. Compartilhamento de informações entre instituições para antecipar ameaças.

  4. Pressão sobre fornecedores terceirizados, como a C&M Software, para aprimorar defesas tecnológicas.

  5. Limitação de horários e valores de Pix em casos suspeitos, especialmente em grandes volumes fora do expediente bancário.

O objetivo é reduzir o tempo de resposta em caso de ataque e evitar perdas bilionárias em questão de minutos.

Impacto para clientes e para o mercado

Para os clientes, o maior impacto imediato é a suspensão temporária de serviços de Pix oferecidos pelos bancos atingidos. Transferências, pagamentos e recebimentos ficam restritos até que o Banco Central libere o funcionamento.

Já para o mercado financeiro, o episódio gera um alerta: a confiança no sistema depende da solidez da segurança cibernética das instituições.

A suspensão dos chamados “bancos queridinhos” mostra que a autoridade monetária não hesitará em fechar portas quando houver risco sistêmico. Embora a medida traga instabilidade a curto prazo, especialistas afirmam que ela é necessária para preservar a integridade do Pix.

O equilíbrio entre inovação e segurança

O Brasil se tornou referência global em inovação financeira com o Pix. Bancos digitais e fintechs ajudaram a democratizar o acesso a serviços bancários, trazendo praticidade para milhões de pessoas que antes dependiam de agências físicas.

Por outro lado, a busca por crescimento rápido muitas vezes expõe falhas de segurança. O episódio de R$ 530 milhões mostra a importância de encontrar um equilíbrio:

  • Inovação: continuar expandindo o acesso a serviços digitais.

  • Segurança: garantir que cada instituição tenha sistemas robustos contra ataques cibernéticos.

Para especialistas, o futuro do Pix dependerá justamente da capacidade de combinar essas duas frentes.

O que esperar daqui para frente

O Banco Central deve manter a suspensão até que os bancos impactados apresentem planos de reforço de segurança. Há ainda a possibilidade de aplicação de multas e outras sanções administrativas.

No curto prazo, clientes devem buscar alternativas para transferências e pagamentos. Já no médio prazo, espera-se que o episódio acelere uma nova onda de investimentos em segurança cibernética dentro do setor financeiro.

Apesar do susto, analistas afirmam que a confiança no Pix não deve ser abalada. O sistema continua seguro para usuários comuns e, em grande parte, o problema esteve ligado a falhas em instituições específicas e em fornecedores terceirizados.

Considerações finais

O ataque que desviou R$ 530 milhões via Pix e converteu os valores em criptomoedas marca um dos episódios mais graves da história recente do sistema financeiro brasileiro.

A suspensão de Voluti, Brasil Cash e S3 Bank mostra que o Banco Central está disposto a agir com firmeza para proteger a integridade do Pix.

Para os clientes, o recado é claro: o sistema segue seguro, mas a confiança depende da robustez tecnológica das instituições. Para o mercado, fica o desafio de equilibrar inovação com responsabilidade cibernética.

A grande questão agora é: será que o episódio vai levar a um endurecimento definitivo da fiscalização sobre bancos digitais ou servirá apenas como alerta temporário?

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos, 29 anos, é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, descobriu sua verdadeira vocação na escrita e na criação de conteúdo digital. Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol. Sua busca por precisão e relevância fez dele uma referência nesses segmentos, ajudando milhares de leitores a se manterem informados e atualizados.… Mais »
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