Aviso importante 07/10 para os brasileiros que sacam dinheiro em caixas eletrônicos

Apesar do crescimento dos pagamentos por Pix e aplicativos bancários, milhões de brasileiros ainda preferem o caixa eletrônico para sacar dinheiro. Seja por hábito, por falta de acesso à internet ou simplesmente por conveniência, esses terminais continuam movimentados — e, infelizmente, continuam sendo o palco favorito dos criminosos.
Nos últimos meses, especialistas em segurança bancária têm alertado sobre um aumento expressivo nos golpes aplicados diretamente nos caixas eletrônicos. E acredite: os criminosos estão mais criativos do que nunca. Misturam tecnologia, manipulação psicológica e truques mecânicos quase invisíveis.
Se você pretende sacar dinheiro ainda hoje, este aviso é para você.
O “chupa-cabra”: o velho golpe que ganhou uma nova versão em 2025
Você já deve ter ouvido falar do famoso “chupa-cabra”. Não, não é aquele personagem das histórias antigas — é o apelido dado ao dispositivo instalado nos caixas eletrônicos para clonar cartões.
Antigamente, esses aparelhos eram grosseiros e facilmente percebidos. Hoje, no entanto, os criminosos produzem réplicas perfeitas das fendas onde o cartão é inserido. À primeira vista, o terminal parece normal. Mas dentro dele há um leitor clandestino capaz de copiar todas as informações da tarja magnética em segundos.
Junto com o leitor, eles instalam microcâmeras minúsculas — quase invisíveis — posicionadas estrategicamente para gravar você digitando a senha. Assim, eles obtêm tudo o que precisam para fazer saques ou compras em seu nome.
Como o golpe funciona na prática:
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O criminoso instala o chupa-cabra durante a madrugada ou em horários de baixo movimento.
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Ele “disfarça” o equipamento para parecer parte do caixa eletrônico.
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Quando o cliente usa o terminal, o cartão é clonado e a senha é filmada.
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Poucas horas depois, o golpista realiza compras ou saques com o cartão duplicado.
E o pior: em muitos casos, a vítima só percebe o problema dias depois, quando vê o extrato bancário.
Nova geração de “chupa-cabras” é quase impossível de identificar
Segundo especialistas, a nova versão do equipamento é mais compacta e utiliza tecnologia Bluetooth ou Wi-Fi para transmitir os dados clonados em tempo real. Ou seja, o criminoso nem precisa voltar ao local para recuperar as informações — ele as recebe diretamente no celular.
Há também casos em que o golpe é combinado com um teclado falso colado sobre o original. Assim, enquanto o cliente digita a senha, o dispositivo grava cada toque, sem precisar de câmera.
Um detalhe que poucos notam: a fenda para inserir o cartão parece mais apertada que o normal. Esse é um sinal de alerta claro. Se o cartão entrar com dificuldade ou se o leitor estiver ligeiramente fora do alinhamento, desconfie e interrompa a operação imediatamente.
O golpe da “falsa ajuda”: quando o criminoso vira o “salvador”
Se o “chupa-cabra” é tecnológico, o golpe da falsa ajuda é psicológico — e talvez o mais perigoso, justamente por parecer inofensivo.
Ele costuma acontecer em locais de grande movimento, como agências de bancos, supermercados e shoppings. O criminoso fica observando de longe pessoas com aparência mais vulnerável — idosos, mulheres sozinhas ou clientes confusos com o sistema eletrônico.
O esquema é simples: o caixa apresenta algum “erro” (geralmente provocado pelo próprio criminoso), e nesse momento ele se aproxima oferecendo “ajuda”. O golpista então se aproveita da boa fé da vítima para trocar o cartão, memorizar a senha ou induzir a pessoa a realizar transferências indevidas.
Veja como a encenação acontece:
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O criminoso finge ser um funcionário ou um “cliente prestativo”.
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Ele orienta a vítima a reinserir o cartão, digitar a senha ou “cancelar a operação”.
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Nesse processo, ele troca o cartão verdadeiro por um falso e anota a senha de alguma forma.
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Quando a vítima vai embora, o criminoso já tem tudo em mãos para limpar a conta.
O golpe é tão convincente que, em muitos casos, as vítimas só percebem o que aconteceu horas depois, ao checar o saldo no aplicativo.
Por que esses golpes ainda funcionam em 2025?
A resposta é simples: confiança demais e atenção de menos.
Muitos brasileiros ainda acreditam que o ambiente dentro de um banco é automaticamente seguro. Mas os criminosos também evoluíram. Eles sabem onde as câmeras de segurança não alcançam, entendem o comportamento das pessoas e exploram o momento exato de distração.
Outro fator é que as pessoas estão cada vez mais acostumadas com a pressa. Ninguém quer perder tempo em frente ao caixa. Essa correria facilita a ação dos golpistas, que contam com a impaciência da vítima para agir rapidamente.
Dicas práticas e eficazes para se proteger
Proteger-se desses golpes não é difícil. O segredo está em adotar hábitos simples, mas consistentes. Veja as principais recomendações dos especialistas em segurança bancária:
1. Inspecione o caixa eletrônico antes de usar
Olhe atentamente para o leitor de cartão, teclado e área do visor. Se algo parecer solto, desalinhado ou estranho, não use aquele terminal.
Prefira caixas localizados dentro de agências com vigilância ativa ou em locais bem iluminados.
2. Cubra o teclado com a mão
Esse é um gesto simples, mas poderoso. Ao digitar sua senha, use a outra mão para cobrir o teclado, bloqueando possíveis câmeras ocultas. Isso impede que criminosos filmem o momento.
3. Nunca aceite ajuda de estranhos
Mesmo que a pessoa pareça simpática, não aceite ajuda de ninguém enquanto estiver no caixa eletrônico. Funcionários de bancos usam crachás e raramente abordam clientes durante o uso do terminal.
Se precisar de auxílio, vá até o guichê ou chame um segurança uniformizado.
4. Use caixas de bancos diferentes em dias e horários variados
Evite rotina. Usar sempre o mesmo caixa, no mesmo horário, facilita o monitoramento por criminosos. Alterne dias e locais de saque.
5. Ative notificações no aplicativo do banco
Ative alertas por SMS ou push para ser avisado imediatamente sobre movimentações. Assim, se ocorrer alguma transação suspeita, você consegue bloquear o cartão rapidamente.
6. Prefira o uso de cartões virtuais e Pix
Sempre que possível, utilize pagamentos digitais ou cartões virtuais. Eles reduzem a exposição ao ambiente físico e dificultam a ação dos criminosos.
Golpes recentes registrados em grandes cidades brasileiras
Em setembro, a Polícia Civil registrou uma onda de casos de clonagem em caixas eletrônicos de São Paulo e Belo Horizonte. Em ambos os estados, as quadrilhas utilizavam dispositivos minúsculos, feitos com impressoras 3D, e câmeras escondidas em molduras de plástico.
Na capital paulista, mais de 40 vítimas denunciaram transações indevidas em menos de 15 dias. Em alguns casos, os criminosos conseguiram sacar até R$ 3.000 antes que o banco bloqueasse o cartão.
No Rio de Janeiro, o golpe da falsa ajuda voltou a crescer, principalmente em agências próximas a áreas comerciais. Os criminosos chegam a usar coletes parecidos com os de funcionários dos bancos para enganar as vítimas.
Esses casos reforçam a importância de desconfiar até dos detalhes mais sutis — um logotipo mal colado, um teclado com textura diferente ou até uma tela piscando podem indicar adulteração.
E se você for vítima? Saiba o que fazer imediatamente
Caso perceba que caiu em um golpe, não entre em pânico. O mais importante é agir rápido:
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Bloqueie o cartão imediatamente pelo aplicativo ou central de atendimento do banco.
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Registre um boletim de ocorrência (B.O.), de preferência eletrônico, com todos os detalhes do caso.
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Comunique a instituição financeira e peça o protocolo de atendimento.
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Se houver saques ou transferências indevidas, solicite o reembolso e acompanhe o andamento do processo.
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Por fim, altere suas senhas e mantenha vigilância constante sobre o extrato.
Bancos como a Caixa, o Banco do Brasil, o Bradesco e o Itaú afirmam que reembolsam valores quando comprovado que a fraude ocorreu sem culpa do cliente. Mas é essencial registrar o caso rapidamente.
O futuro dos saques: fim dos caixas físicos?
Apesar dos riscos, o caixa eletrônico ainda tem um papel importante no Brasil — especialmente fora dos grandes centros urbanos. Contudo, os bancos já trabalham para reduzir gradualmente o número de terminais físicos e incentivar o uso de apps, QR Codes e cartões por aproximação.
Enquanto isso não acontece, a atenção continua sendo a melhor forma de defesa. Lembre-se: nenhum golpe é infalível contra um olhar atento e um comportamento preventivo.
Resumo rápido:
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Golpes em caixas eletrônicos estão em alta neste mês de outubro.
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“Chupa-cabra” e “falsa ajuda” são as principais armadilhas.
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Desconfie de qualquer anormalidade no caixa ou de pessoas oferecendo ajuda.
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Cubra o teclado ao digitar a senha e prefira terminais em locais seguros.
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Se for vítima, bloqueie o cartão e registre ocorrência imediatamente.