O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) adotou critérios mais rígidos para quem recebe o pagamento do benefício por cartão magnético e não realiza o saque dentro do prazo. A partir de 60 dias sem movimentação, o pagamento entra em suspensão imediata. A medida, embora gere preocupação entre segurados, busca impedir fraudes, pagamentos indevidos e uso irregular do recurso público.
A princípio, o sistema entende a falta de saque como um possível abandono do benefício, principalmente em casos nos quais o segurado faleceu, mudou de endereço sem comunicação ao órgão ou perdeu o acesso legal ao pagamento. Esse controle também responde a episódios recentes em que valores foram depositados e nunca retirados pelos titulares.
Além disso, quando o saque não ocorre dentro dos 60 dias, o valor retorna automaticamente aos cofres do governo. Ou seja, o sistema recolhe o dinheiro para não manter pagamentos pendentes sem uso ou sem identificação pelo INSS.
Quem corre risco de suspensão imediata
Antes de mais nada, essa regra não vale para quem recebe o benefício diretamente em conta-corrente. Nesses casos, o crédito é automático, e o governo considera o depósito como movimentação válida.
O risco existe especificamente para quem recebe por:
cartão magnético do INSS;
saque via caixa eletrônico;
retirada presencial em correspondente bancário.
Portanto, quem depende do cartão físico precisa ter atenção à periodicidade dos saques. O INSS reforça que a regra não tem o objetivo de dificultar o acesso ao salário, mas sim garantir a segurança do sistema.
O que o INSS monitora nesses casos
Em primeiro lugar, o órgão acompanha situações como:
benefício depositado e nunca sacado;
ausência prolongada do titular;
falta de movimentação por mais de dois meses;
uso irregular do cartão por terceiros sem procuração válida.
Essas condutas acionam uma análise automática no sistema. Uma vez identificada, ocorre o bloqueio preventivo até que o segurado se manifeste oficialmente.
O governo ressalta que o monitoramento é essencial porque ajuda a identificar benefícios mantidos após óbito, erros de cadastro, cartões perdidos ou retidos, entre outros problemas que geram fraudes milionárias todos os anos.
É possível autorizar outra pessoa a sacar o benefício?
Sim. Caso o segurado tenha limitação física, doença grave, internação ou risco de deslocamento, ele pode nomear um procurador para realizar o saque. Em situações emergenciais ou prolongadas, esse procedimento evita a suspensão do benefício.
A saber, a autorização depende da apresentação de documentos como:
atestado médico;
declaração hospitalar;
relatório indicando impossibilidade de locomoção;
procuração formal cadastrada no INSS.
Muitos familiares utilizam esse recurso quando o beneficiário está acamado ou depende de cuidados contínuos. Essa solução permite que o pagamento continue ativo sem que a pessoa precise comparecer presencialmente ao banco.
Vou viajar: o que fazer para evitar suspensão?
Antes de mais nada, quem planeja uma viagem longa — nacional ou internacional — precisa informar ao INSS por escrito o período de ausência. Essa comunicação é essencial porque o sistema, ao notar falta de saque por mais de 60 dias, entende automaticamente como abandono do benefício.
Portanto, se não houver um aviso prévio ou uma procuração ativa cadastrada, o pagamento será suspenso até que o titular solicite a reativação.
Como reativar o benefício suspenso
Por fim, mesmo com a suspensão, o segurado não perde o direito ao benefício. Para regularizar a situação, basta solicitar a reativação pelos canais oficiais:
Aplicativo Meu INSS;
Site do Meu INSS (meu.inss.gov.br);
Central telefônica 135, disponível de segunda a sábado.
O sistema verifica os dados e, em casos simples, libera imediatamente a continuidade do pagamento. Além disso, o segurado pode solicitar a emissão dos valores não recebidos, que retornam ao processo e são pagos após a regularização.
Esse procedimento é rápido, principalmente quando não há indícios de fraude. Ou seja, o pagamento volta ao fluxo normal assim que o segurado comprova que está vivo, ativo e apto a receber o benefício.
A regra dos 60 dias afeta quem recebe em conta-corrente?
Não. O controle do INSS é específico para quem depende do saque presencial. Quem recebe em conta-corrente ou poupança não precisa realizar movimentações obrigatórias para manter o pagamento.
A partir de 2023, a prova de vida passou a ser automática, com verificação por cruzamento de dados oficiais, como movimentações bancárias, acesso a serviços do governo, registros de vacinação e consultas no SUS. Com isso, filas e deslocamentos deixaram de ser necessários.
Apesar disso, o INSS continua monitorando a falta de saque em pagamentos via cartão, justamente para evitar irregularidades. Portanto, beneficiários que utilizam esse método devem manter a atenção redobrada ao prazo.
Por que o INSS mantém essa fiscalização?
Em primeiro lugar, o órgão justifica que a vigilância evita:
pagamentos a pessoas que faleceram;
acúmulo de valores não sacados;
golpes praticados com cartões perdidos ou retidos;
saques por terceiros não autorizados;
desperdício de recursos públicos.
Além disso, o controle protege o próprio segurado, que muitas vezes desconhece movimentações indevidas feitas com seu cartão.
O que fazer para não correr risco de bloqueio
O segurado que recebe por cartão magnético deve observar alguns cuidados práticos:
realizar o saque mensalmente;
manter o cartão em bom estado;
guardar comprovantes de saque;
comunicar ao INSS qualquer mudança de endereço;
informar viagens acima de 60 dias;
cadastrar procurador se tiver dificuldade de locomoção.
Em conclusão, o acompanhamento regular do benefício evita bloqueios e garante que o segurado não fique sem renda inesperadamente.
