O Auxílio Emergencial foi um benefício financeiro criado pelo Governo Federal para atender trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEIs), autônomos e desempregados durante o período mais crítico da pandemia de Covid-19. Com o objetivo de garantir uma renda mínima para milhões de brasileiros em situação de vulnerabilidade social, o programa foi pago nos anos de 2020 e 2021 e se tornou um dos principais suportes financeiros da população naquele momento.
Ao longo do período de vigência, o benefício passou por três fases distintas, com valores e critérios diferentes. A primeira etapa começou em abril de 2020, quando o governo liberou cinco parcelas mensais de R$ 600. Posteriormente, entre outubro de 2020 e o início de 2021, houve a prorrogação do auxílio em até quatro parcelas de R$ 300. Por fim, em abril de 2021, teve início uma nova rodada com sete parcelas cujos valores variavam de acordo com a composição familiar de cada beneficiário: R$ 150 para quem morava sozinho, R$ 250 para famílias em geral e R$ 375 para mães chefes de família.
O que vai acontecer com quem pegou SEM PRECISAR?
Durante os meses de pagamento, o Auxílio Emergencial alcançou milhões de brasileiros. No entanto, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), uma quantidade expressiva de pessoas que não se enquadravam nos critérios de elegibilidade acabaram recebendo o benefício de forma indevida, seja por erro no sistema ou por fraudes no momento da solicitação.
Agora, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) está intensificando a cobrança dos valores pagos de forma irregular. Os cidadãos que receberam o auxílio emergencial sem ter direito serão notificados oficialmente para realizar a devolução dos recursos. Essa notificação ocorre através de mensagens enviadas por SMS, e-mail e também pelo aplicativo oficial Notifica, que pode ser acessado por qualquer cidadão.
Vale ressaltar que a devolução do Auxílio Emergencial é obrigatória para aqueles que receberam os valores de forma irregular, conforme determinação da legislação. O não pagamento pode gerar dívidas junto ao governo e a inclusão do nome do cidadão na Dívida Ativa da União, o que compromete o CPF e pode gerar diversas restrições, como bloqueio de crédito e dificuldade em conseguir financiamentos.
Após receber a notificação, o beneficiário terá um prazo de até 60 dias para efetuar o pagamento do valor devido. A devolução pode ser feita à vista, para quem deseja quitar a dívida de uma só vez, ou de forma parcelada. O governo permite que o débito seja dividido em até 60 parcelas mensais, mas é importante lembrar que cada parcela não poderá ser inferior a R$ 50.
Caso o cidadão não concorde com a cobrança ou entenda que foi notificado indevidamente, é possível realizar uma contestação. Esse procedimento deve ser feito dentro do prazo estipulado na notificação recebida. Ao apresentar a contestação, o beneficiário deve reunir documentos que comprovem o direito ao recebimento do auxílio na época ou que atestem que não houve recebimento dos valores indicados.
Como contestar os valores recebidos?
Se a contestação for aceita, o cidadão estará isento da devolução. Porém, se o recurso for negado, o beneficiário terá um novo prazo de 45 dias para realizar o pagamento integral ou solicitar o parcelamento da dívida. Caso não cumpra essa exigência, o valor será automaticamente inscrito na Dívida Ativa da União, trazendo ainda mais complicações financeiras.
Além disso, o governo reforça que o processo de cobrança visa recuperar recursos públicos e garantir que o benefício seja direcionado apenas a quem realmente precisa. A atuação do TCU foi essencial para identificar falhas e irregularidades, colaborando para a transparência e a correta aplicação dos recursos federais.
É importante que todos os cidadãos verifiquem suas notificações e acompanhem o aplicativo Notifica, além de manter atualizados seus dados no Cadastro Único (CadÚnico), para evitar surpresas ou problemas futuros. Aqueles que estiverem em dúvida sobre a regularidade do recebimento do Auxílio Emergencial podem consultar a situação pelo site oficial do governo ou entrar em contato com o MDS.
Em resumo, quem recebeu o Auxílio Emergencial de forma irregular precisa ficar atento à notificação e agir dentro dos prazos para evitar complicações legais e financeiras. O pagamento pode ser facilitado com o parcelamento, mas é fundamental não ignorar o chamado do governo. Por outro lado, se o cidadão tiver certeza de que a cobrança é indevida, deve buscar a contestação o quanto antes, sempre apresentando as provas necessárias para reverter a situação.
O Auxílio Emergencial foi um importante suporte durante a pandemia, mas agora o governo busca corrigir os equívocos e recuperar os recursos públicos utilizados de maneira indevida. Ficar atento às notificações e agir rapidamente são os melhores caminhos para resolver essa pendência e evitar problemas futuros.
Imagem: Reprodução da Internet