Aposentados pelo INSS descobrem o que realmente podem receber ao continuar trabalhando
A aposentadoria não precisa marcar o fim da vida profissional. A princípio, muitos brasileiros escolhem continuar trabalhando mesmo após conquistar o benefício do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). E, antes de mais nada, é importante esclarecer que essa decisão é totalmente permitida por lei.
A legislação proíbe o retorno ao trabalho apenas em casos de aposentadoria por incapacidade permanente ou aposentadoria especial em funções que envolvem risco à saúde. Ou seja, quem se aposentou por idade, tempo de contribuição ou outras modalidades pode seguir atuando normalmente.
Em conclusão, o aposentado que deseja continuar trabalhando tem respaldo legal, desde que respeite as exceções estabelecidas.
Direitos preservados: férias, 13º, vale-transporte e FGTS
Em primeiro lugar, o aposentado com carteira assinada mantém praticamente todos os direitos trabalhistas. Isso inclui:
Férias remuneradas e adicional de 1/3;
13º salário pago anualmente;
Vale-transporte;
Vale-refeição ou alimentação;
Assistência médica;
Depósito de 8% do salário no FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).
A saber, o FGTS é um dos maiores atrativos para quem continua na ativa após se aposentar. Assim que o benefício é concedido, o trabalhador pode sacar o saldo total das contas ativas e inativas.
No entanto, se ele permanecer na mesma empresa, o governo permite que o aposentado saque mensalmente os novos depósitos feitos pelo empregador. Essa regra funciona como um incentivo para que os aposentados permaneçam no mercado de trabalho e continuem contribuindo para a economia.
O que muda nas contribuições ao INSS
Mesmo após a aposentadoria, o trabalhador continua tendo desconto previdenciário no contracheque. Antes de mais nada, é preciso entender que essa contribuição é obrigatória, mesmo que o aposentado já receba o benefício.
Por outro lado, o valor da aposentadoria não aumenta com novas contribuições. Isso acontece porque a reaposentação e a desaposentação não são mais permitidas no Brasil.
Em outras palavras, o aposentado contribui sem expectativa de obter um novo benefício, apenas para cumprir a legislação trabalhista. Ainda assim, ele mantém o vínculo com a empresa e usufrui dos direitos garantidos pela CLT.
FGTS: uma vantagem importante para quem segue na ativa
A princípio, o FGTS representa um diferencial significativo para quem continua trabalhando. Ao se aposentar, o segurado pode sacar todo o saldo acumulado em suas contas.
Contudo, se decidir permanecer na empresa, o aposentado ganha o direito de sacar mensalmente os novos depósitos. Esse benefício garante uma renda extra constante, que pode ajudar a complementar o orçamento.
Por fim, vale lembrar que, se o trabalhador mudar de emprego, o direito de saque mensal deixa de existir, voltando apenas em casos previstos em lei — como demissão sem justa causa, compra da casa própria ou doenças graves.
Essa flexibilidade transforma o FGTS em um importante aliado financeiro, especialmente para aposentados que continuam ativos e desejam reforçar a renda mensal.
PIS e outros benefícios continuam valendo
Antes de mais nada, é importante destacar que o abono salarial do PIS também pode ser mantido, desde que o aposentado atenda aos mesmos critérios dos demais trabalhadores.
Ou seja, ele precisa ter trabalhado com carteira assinada por pelo menos 30 dias no ano-base, ter recebido até dois salários mínimos mensais e estar inscrito no PIS há pelo menos cinco anos.
Nessas condições, o fato de estar aposentado não impede o recebimento do benefício. Portanto, quem permanece em atividade e cumpre os requisitos continua elegível ao abono salarial anual.
Benefícios perdidos: auxílio-doença e seguro-desemprego
Em contrapartida, alguns benefícios previdenciários deixam de valer após a aposentadoria. O aposentado perde o direito ao auxílio-doença e ao seguro-desemprego, mesmo que sofra afastamento ou demissão.
Apesar disso, ele continua recebendo todas as verbas rescisórias garantidas pela CLT, como aviso-prévio, 13º proporcional, férias proporcionais e a multa de 40% sobre o FGTS depositado durante o contrato.
Em conclusão, o aposentado mantém quase todos os direitos trabalhistas, mas perde o acesso a benefícios previdenciários vinculados à incapacidade ou desemprego.
Trabalhar depois da aposentadoria é cada vez mais comum
Por fim, a escolha de seguir trabalhando mesmo após se aposentar se tornou comum entre brasileiros. Muitos buscam não apenas complementar a renda, mas também manter uma rotina ativa e o convívio social.
O INSS confirma que essa prática é legal e não interfere no recebimento da aposentadoria. Além disso, o saque mensal do FGTS e o direito ao 13º salário tornam essa decisão ainda mais vantajosa.
Ou seja, quem continua na ativa após a aposentadoria garante estabilidade financeira e preserva seus direitos trabalhistas, reforçando a importância do trabalho como parte essencial da vida em qualquer idade.
