Aposentadoria do INSS mudou muito: veja o que quem tem mais de 40 precisa saber em 2025 antes que seja tarde demais
Como a aposentadoria mudou: o que quem tem mais de 40 precisa saber em 2025
A aposentadoria no Brasil passou por transformações profundas nos últimos anos. Desde a Reforma da Previdência, em 2019, o sistema deixou de ser simples e virou quase um quebra-cabeça, especialmente para quem tem mais de 40 anos e ainda está planejando o futuro.
Em 2025, as regras estão mais rígidas, os cálculos ficaram mais complexos e o planejamento previdenciário se tornou uma necessidade, não um luxo. Mas calma: dá para entender tudo de forma clara — e é isso que você vai ver aqui.
Por que a aposentadoria mudou tanto?
Antes da reforma, bastava alcançar o tempo mínimo de contribuição (30 anos para mulheres e 35 para homens) para se aposentar. A idade nem sempre importava.
Mas, com o aumento da expectativa de vida e o desequilíbrio nas contas públicas, o governo mudou o sistema. O foco agora está na idade mínima, combinada com o tempo de contribuição. Isso significa que quem começou a trabalhar cedo, mas ainda é relativamente jovem, pode ter que esperar mais tempo para receber o benefício.
Além disso, foram criadas regras de transição, que servem como uma ponte entre o modelo antigo e o novo. Essas regras estão valendo até hoje — e, em 2025, estão mais avançadas, com exigências mais altas de idade e pontuação.
Regras de transição que mais afetam quem tem mais de 40 anos
As regras de transição são o coração das mudanças para quem já contribuía antes da reforma. Existem quatro principais, e entender qual se encaixa melhor no seu caso pode fazer muita diferença no valor final da aposentadoria.
1. Regra dos pontos
Essa é a preferida de quem começou a trabalhar cedo e já acumula bastante tempo de contribuição.
Ela soma idade + tempo de contribuição para alcançar uma pontuação mínima, que aumenta a cada ano.
Em 2025, a exigência é:
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Mulheres: 92 pontos (com pelo menos 30 anos de contribuição)
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Homens: 102 pontos (com pelo menos 35 anos de contribuição)
Essa pontuação sobe até chegar a 100 para mulheres e 105 para homens, o que acontecerá em breve.
Ou seja, quanto mais o tempo passa, mais difícil fica atingir o número exigido.
2. Regra da idade progressiva
Essa regra combina idade mínima com tempo de contribuição. A diferença é que a idade exigida aumenta seis meses por ano até chegar ao limite fixado pela reforma.
Em 2025, o mínimo é:
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Mulheres: 59 anos e 30 anos de contribuição
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Homens: 64 anos e 35 anos de contribuição
A progressão continua: até 2031, as mulheres precisarão ter 62 anos; os homens, 65 anos (esse patamar será atingido já em 2027).
Essa regra é ideal para quem já está perto de completar o tempo de contribuição, mas ainda não alcançou a idade mínima final.
3. Pedágio de 50%
Esse modelo beneficia quem estava a até dois anos de se aposentar por tempo de contribuição na época da reforma (2019).
O “pedágio” é o tempo extra que o trabalhador precisa pagar: 50% do que faltava para atingir os 30 anos (mulheres) ou 35 anos (homens) na época.
Exemplo: se uma mulher tinha 29 anos de contribuição em 2019, faltava 1 ano. Com o pedágio de 50%, ela precisaria trabalhar mais 1 ano e meio no total.
Essa regra costuma ser vantajosa para quem já estava muito perto da aposentadoria antiga.
4. Pedágio de 100%
Essa é uma das regras mais conhecidas. Exige idade mínima, tempo de contribuição e o cumprimento de 100% do tempo que faltava em 2019.
Em 2025, os requisitos são:
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Mulheres: 57 anos e 30 anos de contribuição
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Homens: 60 anos e 35 anos de contribuição
Se, em 2019, o trabalhador ainda precisava de 4 anos de contribuição, ele terá que trabalhar 8 anos para se aposentar agora.
Em contrapartida, o cálculo do benefício costuma ser mais vantajoso, pois não há o redutor aplicado em outras regras.
Outras modalidades de aposentadoria em 2025
Nem todo mundo se encaixa nas regras de transição. Para quem começou a contribuir depois de 2019, ou não se enquadrou em nenhuma das anteriores, existem outras opções.
Aposentadoria por idade urbana
É a regra geral do sistema atual.
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Mulheres: 62 anos de idade e 15 anos de contribuição
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Homens: 65 anos de idade e 15 anos de contribuição
Simples e direta, essa é a principal modalidade para novos contribuintes.
Aposentadoria híbrida
Essa regra é uma espécie de “mistura”: combina tempo de contribuição rural e urbano.
É muito útil para quem trabalhou no campo por um período e depois se mudou para a cidade.
Requisitos em 2025:
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Mulheres: 62 anos e 15 anos de contribuição
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Homens: 65 anos e 15 anos de contribuição
O cálculo é o mesmo da aposentadoria por idade, mas ela reconhece o tempo trabalhado em diferentes ambientes.
Aposentadoria especial
Destinada a quem trabalha em ambientes perigosos ou insalubres, como hospitais, indústrias químicas e minas.
A regra depende do grau de risco e soma tempo de contribuição com idade para formar uma pontuação mínima.
Quem completou os requisitos antes da reforma tem direito adquirido, ou seja, pode se aposentar pelas regras antigas.
O valor do benefício é calculado com base em 60% da média das contribuições, mais 2% para cada ano que ultrapassar:
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20 anos de contribuição (homens)
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15 anos (mulheres)
Aposentadoria dos professores
Os professores da educação básica têm regras específicas, mais brandas, por causa da natureza da profissão.
Em 2025, os requisitos são:
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Professoras: 53 anos de idade e 25 anos de contribuição (aumentando 6 meses por ano)
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Professores: 58 anos e 30 anos de contribuição
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Pontuação mínima: 87 para mulheres e 97 para homens
Além disso, há um bônus de cinco pontos para quem comprova tempo de trabalho exclusivamente na educação básica.
Aposentadoria por incapacidade permanente
Antigamente chamada de “aposentadoria por invalidez”, é concedida a quem não pode mais exercer qualquer atividade profissional.
Em 2025, uma novidade traz alívio para muitos: a Lei 15.157/25 dispensou a reavaliação periódica para casos de incapacidade irreversível ou irrecuperável.
Ou seja, quem tem laudo definitivo não precisa mais passar por perícias constantes.
Quem tem mais de 40: o que fazer agora
Se você está na faixa dos 40, o relógio previdenciário já começou a contar.
Ignorar as mudanças pode custar anos de trabalho a mais e até reduzir o valor da aposentadoria. Veja os passos mais importantes:
1. Faça um planejamento previdenciário
Planejar é essencial.
Um advogado previdenciário ou contador especializado pode simular as diferentes regras e indicar qual trará o melhor retorno financeiro.
Muitas vezes, uma simples escolha — como adiar o pedido por alguns meses — pode aumentar significativamente o valor do benefício.
2. Confira seu CNIS
O Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) é o histórico oficial das suas contribuições.
Você pode acessá-lo pelo aplicativo Meu INSS.
Lá, verifique se todos os vínculos e salários estão registrados corretamente.
Qualquer erro precisa ser corrigido, pois contribuições ausentes reduzem o tempo total e o valor final.
3. Organize sua documentação
Tenha em mãos todos os comprovantes de contribuição, carteiras de trabalho, contracheques e, se for o caso, PPPs(Perfil Profissiográfico Previdenciário).
Esses documentos comprovam vínculos e tempo especial, que podem antecipar sua aposentadoria.
4. Considere uma previdência privada
Com as mudanças do INSS, depender exclusivamente dele pode ser arriscado.
Planos de previdência privada (PGBL ou VGBL) são formas de garantir uma renda extra no futuro.
Mesmo contribuições pequenas, feitas com regularidade, podem se transformar em um bom complemento.
5. Fique atento às novas reformas
O envelhecimento da população pressiona o sistema previdenciário, e o governo já discute novas reformas para os próximos anos.
Especialistas apontam que uma nova rodada de ajustes pode ocorrer até 2031, para equilibrar as contas e atualizar regras de cálculo e reajuste dos benefícios.
Por isso, quem planeja se aposentar nos próximos 10 ou 15 anos precisa acompanhar as mudanças e recalcular as projeções periodicamente.
Como são calculados os valores da aposentadoria
O cálculo do benefício mudou — e bastante.
Agora, o INSS considera todas as contribuições feitas desde julho de 1994, sem descartar os menores salários (como acontecia antes).
O valor é 60% da média dessas contribuições, mais 2% para cada ano que exceder 20 anos de contribuição (homens) ou 15 anos (mulheres).
Na prática, quem contribui por mais tempo recebe mais.
Valores atualizados em 2025
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Salário mínimo: R$ 1.518,00 (alta de 7,5%)
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Teto do INSS: R$ 8.157,41 (alta de 4,77%)
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Reajuste para benefícios acima do mínimo: 4,77%
Esses números são baseados no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), usado para corrigir os benefícios anualmente.
O que esperar para os próximos anos
Segundo projeções oficiais:
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Salário mínimo 2026: R$ 1.631,00 (+7,44%)
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Salário mínimo 2027: R$ 1.724,00 (+5,76%)
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Reajuste previsto para aposentadorias acima do mínimo: cerca de 4,5%
Esses percentuais podem mudar conforme a inflação e o desempenho da economia, mas servem como referência para planejar o futuro financeiro.
Resumo prático para quem tem mais de 40
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As regras de transição continuam válidas, mas cada ano torna a aposentadoria um pouco mais difícil.
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A idade mínima está subindo gradualmente — se planeje para isso.
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Revise o CNIS e mantenha todos os registros em dia.
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Planeje sua aposentadoria com antecedência e avalie previdência privada.
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Fique de olho nas discussões sobre futuras reformas, pois elas podem alterar os cálculos e os reajustes.