Os pagamentos do INSS baseados no salário mínimo de R$ 1.518 estão chegando ao fim. A partir de janeiro de 2026, entrará em vigor o novo piso nacional de R$ 1.631, conforme previsto na proposta orçamentária enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional.
Essa atualização representa um aumento de 7,44%, resultado da soma da inflação (INPC) de 2025 e da variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores, seguindo a política de valorização do salário mínimo retomada pelo governo.
O reajuste não afeta apenas quem recebe o piso, mas também aposentados, pensionistas e demais beneficiários da Previdência Social, que terão os valores ajustados conforme as regras de correção aplicáveis a cada faixa de pagamento.
O que muda com o novo salário mínimo
Em 2025, o valor de R$ 1.518 serviu de base para todos os pagamentos do INSS de aposentadorias, pensões e auxílios. Esse será o último trimestre em que esse valor será utilizado: outubro, novembro e dezembro de 2025 ainda terão o mesmo piso.
A partir de janeiro de 2026, o novo salário mínimo de R$ 1.631 começa a valer, e com ele uma nova tabela de benefícios da Previdência Social.
Essa transição marca um momento importante para milhões de segurados que dependem desses pagamentos mensais para manter o orçamento familiar.
Reajuste de 7,44%: entenda o cálculo
O valor de R$ 1.631,00 proposto para 2026 não foi definido aleatoriamente. Ele segue uma fórmula oficial de correção que considera dois fatores principais:
Inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ao longo de 2025.
Crescimento do PIB de dois anos antes, no caso, o de 2024, se houver variação positiva.
Essa metodologia visa garantir que o salário mínimo mantenha o poder de compra dos trabalhadores e aposentados, além de refletir o crescimento da economia brasileira.
O reajuste de 7,44% será aplicado integralmente ao piso, beneficiando diretamente quem recebe o valor mínimo do INSS e influenciando o cálculo de outros benefícios atrelados ao salário mínimo.
Como o novo valor impacta os beneficiários do INSS
A mudança de R$ 1.518 para R$ 1.631 terá efeito automático sobre todos os benefícios que utilizam o salário mínimo como referência.
Veja como isso afeta cada grupo:
1. Quem recebe até 1 salário mínimo
Aposentados, pensionistas e beneficiários do BPC (Benefício de Prestação Continuada) que recebem o piso nacional terão o pagamento reajustado automaticamente.
Ou seja, a partir de janeiro de 2026, o valor mensal passa a ser R$ 1.631,00.
2. Quem recebe acima do salário mínimo
O reajuste é diferente para esse grupo. Em vez de 7,44%, o aumento será definido apenas pela inflação acumulada de 2025, medida pelo INPC.
O percentual exato será divulgado no fim do ano, após o fechamento dos índices oficiais.
3. Teto do INSS
O teto previdenciário, valor máximo que o INSS pode pagar, também será atualizado com base na inflação.
Em 2025, o teto está em R$ 8.157,41, mas o novo valor para 2026 será anunciado no fim de dezembro. Historicamente, o teto costuma subir entre 5% e 6%, dependendo da variação inflacionária.
Por que o reajuste do salário mínimo é tão importante
Mais de 37 milhões de brasileiros têm rendimentos vinculados direta ou indiretamente ao salário mínimo, segundo dados do Ministério da Fazenda.
Entre eles estão:
Aposentados e pensionistas do INSS;
Beneficiários do BPC/LOAS;
Trabalhadores com piso salarial atrelado ao mínimo;
Servidores municipais e estaduais que utilizam o valor como referência.
Dessa forma, o aumento de R$ 113,00, de R$ 1.518 para R$ 1.631, tem um impacto social e econômico significativo, movimentando a economia e garantindo maior poder de compra a famílias de baixa renda.
Quando o novo valor começa a ser pago
Os novos valores passam a vigorar em janeiro de 2026, mas os depósitos seguirão o calendário tradicional do INSS.
Dezembro de 2025: último pagamento com R$ 1.518
Os pagamentos referentes a dezembro (feitos entre o final de dezembro e o início de janeiro) ainda utilizarão o salário mínimo antigo.
Janeiro de 2026: primeiro pagamento com R$ 1.631
Os beneficiários começam a receber o novo valor a partir do fim de janeiro, de forma escalonada conforme o número final do benefício.
Quem recebe até um salário mínimo será o primeiro grupo contemplado com o reajuste.
Calendário do INSS: o que esperar em 2026
O calendário oficial de pagamentos do INSS para 2026 deve ser publicado até o fim de dezembro de 2025. Ele seguirá o mesmo formato dos anos anteriores:
Pagamentos escalonados de acordo com o número final do benefício;
Dois grupos distintos: quem recebe até um salário mínimo e quem recebe acima do piso;
Depósitos realizados em dias úteis, evitando feriados e finais de semana.
A expectativa é que o primeiro pagamento de 2026 comece entre os dias 25 e 28 de janeiro, beneficiando inicialmente quem tem o número final 1.
Efeito dominó: como o aumento influencia outros setores
O reajuste do salário mínimo não se limita aos aposentados. Ele também repercute em diversas áreas, como:
Benefícios trabalhistas, incluindo o abono do PIS/PASEP e o seguro-desemprego, cujos cálculos utilizam o salário mínimo como base;
Contribuições previdenciárias, tanto de empregados quanto de autônomos, que serão ajustadas para refletir o novo piso;
Orçamento da União, já que o aumento representa maior gasto com aposentadorias, pensões e programas sociais.
Segundo projeções do Ministério da Fazenda, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera impacto de R$ 400 milhões anuais nas contas públicas, devido à quantidade de benefícios atrelados ao valor.
O adeus aos R$ 1.518 e a chegada de uma nova fase
Com o fim dos pagamentos baseados em R$ 1.518, o Brasil se prepara para iniciar 2026 com um novo piso nacional de R$ 1.631.
Essa atualização, além de garantir correção inflacionária, simboliza uma valorização do poder de compra e reforça a importância da política de reajuste anual.
Para os beneficiários do INSS, a mudança significa mais dinheiro no bolso, mas também exige atenção aos novos valores e prazos do calendário de pagamentos.
