Além de aposentados e idosos, veja quem pode receber o benefício oficial do INSS

Quando o assunto é segurança social no Brasil, muita gente acredita que o INSS serve apenas para aposentados ou idosos com mais de 60 anos. No entanto, essa é uma percepção limitada — e que faz muitas pessoas deixarem de receber benefícios aos quais têm direito.

A verdade é que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) abrange um conjunto muito mais amplo de proteções. Ele garante renda mensal a diferentes grupos, que vão desde trabalhadores afastados por doença até mães em licença e pessoas em situação de vulnerabilidade.

Saber quem tem direito e como pedir pode evitar longas esperas, gastos desnecessários com intermediários e, principalmente, aumentar as chances de aprovação do benefício.

Entenda as duas categorias de benefícios do INSS

De forma prática, o INSS administra dois tipos principais de proteção: benefícios previdenciários e benefícios assistenciais. Cada um tem suas regras específicas.

Benefícios Previdenciários

Esses benefícios exigem que o trabalhador tenha contribuído para o INSS e cumprido um tempo mínimo de carência. Dentro desse grupo, estão:

  • Aposentadorias: por idade, tempo de contribuição, invalidez e especial;
  • Auxílio-doença (incapacidade temporária): pago ao segurado que precisa se afastar do trabalho por motivo de saúde;
  • Auxílio-acidente: concedido a quem sofreu sequela que reduziu sua capacidade de trabalho;
  • Salário-maternidade: benefício pago às mães biológicas, adotantes e em casos de guarda judicial;
  • Pensão por morte: destinada aos dependentes de segurados falecidos.

Benefícios Assistenciais (BPC/LOAS)

Já os benefícios assistenciais são voltados a quem não contribuiu para o INSS. Eles garantem um salário-mínimo mensal a pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Esse grupo inclui:

  • Idosos a partir de 65 anos com renda familiar per capita igual ou inferior a 1/4 do salário-mínimo;
  • Pessoas com deficiência (PCDs) que comprovem impedimentos de longo prazo (físicos, mentais, intelectuais ou sensoriais) que dificultem a vida independente.

É importante salientar que o BPC não dá direito ao 13º salário e não gera pensão por morte, já que não exige contribuição previdenciária.

Quem tem direito a benefícios além da aposentadoria

O direito à renda do INSS vai muito além dos aposentados. Veja os grupos contemplados e suas condições:

1. Pessoas com deficiência

Podem solicitar o BPC/LOAS em qualquer idade. É necessário comprovar a deficiência e demonstrar baixa renda familiar. A avaliação inclui perícia médica e social feita pelo INSS.

2. Idosos em vulnerabilidade

Idosos com 65 anos ou mais que não tenham renda suficiente podem requerer o BPC. A análise considera a renda per capita do grupo familiar e exige cadastro atualizado no CadÚnico.

3. Trabalhadores segurados

Quem contribui mensalmente ao INSS tem direito a auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, auxílio-acidente e pensão por morte. O direito é reconhecido após o cumprimento da carência mínima exigida e da aprovação em perícia médica.

4. Mulheres em licença-maternidade

O salário-maternidade é pago por até 120 dias, podendo ser solicitado tanto por trabalhadoras com carteira assinada quanto por contribuintes individuais ou desempregadas que tenham contribuído nos últimos meses.

Como funciona o BPC na prática

Para quem vai solicitar o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), a organização é o ponto mais importante do processo.

Veja os principais requisitos:

  • Renda familiar per capita: deve ser igual ou menor que ¼ do salário-mínimo;
  • Cadastro Único (CadÚnico): precisa estar atualizado para todos os membros da família;
  • Avaliação médica e social: é obrigatória para pessoas com deficiência;
  • Despesas médicas: gastos comprovados com medicamentos, tratamentos e itens de saúde podem ser considerados para reduzir a renda familiar no cálculo.

A falta de atualização do CadÚnico e erros nos documentos estão entre as causas mais comuns de indeferimento do BPC.

Como solicitar o benefício e evitar problemas

Para garantir que o pedido seja analisado corretamente, siga um passo a passo simples e oficial:

1. Atualize o CadÚnico

Procure o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) do seu município e atualize o cadastro da sua família. Esse registro é obrigatório para o BPC e requer atualização a cada dois anos.

2. Reúna a documentação

Separe e digitalize:

  • RG e CPF de todos os membros da família;
  • Comprovante de residência;
  • Comprovantes de renda (ou declaração de ausência de renda);
  • Laudos médicos atualizados, caso seja PCD;
  • Receitas e notas fiscais de medicamentos, se houver.

3. Faça o requerimento pelo canal oficial

Use o aplicativo ou site Meu INSS (disponível para Android, iOS e navegadores) ou ligue para a Central 135.
O processo é gratuito, e o acompanhamento pode ser feito de forma 100% online.

4. Acompanhe o andamento

Após o envio, consulte o status no próprio aplicativo. Em caso de negação, você pode entrar com recurso administrativo dentro do prazo indicado. Basta apresentar novos documentos ou laudos complementares que comprovem o direito.

Ester Farias

Ester Farias

Ester Santos Farias, 24 anos, é uma profissional apaixonada pela escrita e pelo universo jurídico. Graduanda em Direito, ela combina sua formação acadêmica com uma sólida experiência como redatora web.Com mais de seis anos de atuação no mercado digital, Ester se especializou na produção de conteúdos sobre benefícios sociais, direitos trabalhistas e direito previdenciário, tornando temas como INSS e BPC mais acessíveis e compreensíveis. Sua dedicação à escrita se reflete na precisão e qualidade dos textos, consolidando sua reputação como referência na produção e revisão de materiais voltados para o público online.Sempre em busca de aprimoramento, Ester alia sua expertise em redação à base jurídica adquirida na graduação. Seu trabalho é guiado pelo compromisso de informar e esclarecer, garantindo que o acesso à informação seja um direito de todos.