

Nos últimos tempos, muito se tem falado sobre a possibilidade de o WhatsApp deixar de ser gratuito. As operadoras de telefonia têm argumentado que plataformas digitais como o mensageiro e o Instagram têm sobrecarregado suas redes, aumentando significativamente a demanda.
Diante disso, essas empresas estão reivindicando que as grandes empresas de tecnologia, conhecidas como big techs, assumam uma responsabilidade financeira por esse aumento na demanda, o que até o momento elas se recusam a fazer.
As reivindicações das operadoras de telefonia
Como mencionado acima, as operadoras de telefonia têm se queixado do fato de que plataformas digitais como o WhatsApp e o Instagram têm gerado uma grande demanda nas redes móveis. Segundo elas, isso tem sobrecarregado a infraestrutura existente, resultando em uma qualidade de serviço abaixo do desejado.
Desse modo, o interesse das operadoras é que as empresas responsáveis pelas redes sociais assumam uma responsabilidade financeira por esse aumento na demanda. Uma das práticas que as operadoras pretendem suspender é conhecida como “zero rating”. Essa prática consiste em oferecer pacotes de dados que incluem o acesso gratuito a aplicativos como o WhatsApp e outras redes sociais.
Com a suspensão do “zero rating”, o consumidor teria que pagar pelo uso desses aplicativos no pacote contratado. As operadoras argumentam que essa gratuidade não é benéfica para o consumidor, uma vez que elas não têm conseguido oferecer a cobertura desejada devido ao aumento na demanda.
A saber, um dos pontos destacados pelos especialistas é a falta de investimento em infraestrutura por parte das operadoras de telefonia. Segundo eles, as empresas do setor não têm acompanhado o aumento na demanda por serviços de internet móvel, o que contribui para a sobrecarga das redes. Essa falta de investimento resulta em uma qualidade de serviço comprometida, afetando a experiência do consumidor.
Usuários vão precisar pagar para usar o WhatsApp?
Especialistas ouvidos pela Folha de S. Paulo destacam o temor de que, no final das contas, o pagamento pelo uso do WhatsApp tenha que ser feito pelo consumidor. As operadoras argumentam que precisam compensar a falta de receita causada pelo aumento na demanda e pela gratuidade dos aplicativos.
No entanto, o advogado Jesualdo Júnior, presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB-SP, ressalta que o consumidor não pode ser responsabilizado por esse ônus.
O presidente da Telefônica Brasil, Christian Gebara, sugere que o cliente pode ter mais vantagens se pagar pelo uso do WhatsApp. No entanto, é importante avaliar se essa afirmação é realmente válida. A gratuidade do mensageiro tem sido uma das principais razões para sua popularidade, sendo um fator decisivo para muitos usuários adotarem o aplicativo. Portanto, é necessário considerar se o pagamento pelo uso do WhatsApp traria um benefício significativo para o consumidor.
Posição da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel)
Diante desse impasse entre as operadoras de telefonia e as big techs, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve intervir para buscar um acordo entre as partes. Em nota, a Anatel afirmou que está acompanhando de perto a questão do “zero rating” e que irá iniciar conversas com os diferentes atores envolvidos para avaliar as questões abordadas no impasse.
A Anatel pretende discutir os aspectos do ecossistema digital relacionados ao tráfego de internet na rede móvel. O objetivo é chegar a um acordo que seja benéfico para todas as partes envolvidas, considerando tanto os interesses das operadoras de telefonia quanto os direitos e necessidades dos consumidores.
A possibilidade de o WhatsApp deixar de ser gratuito tem gerado debates e preocupações entre os usuários. As operadoras de telefonia argumentam que o aumento na demanda provocado por aplicativos como o WhatsApp sobrecarrega suas redes e que as big techs devem assumir uma responsabilidade financeira por isso.
No entanto, é importante considerar os impactos que essa mudança poderia ter para o consumidor e avaliar se o pagamento pelo uso do WhatsApp traria vantagens significativas. A Anatel está acompanhando de perto a situação e busca encontrar um equilíbrio entre os interesses das operadoras e os direitos dos consumidores.