A quantidade de gente que está na fila do Bolsa Família em 2025 deixou todo mundo de boca aberta

Bolsa Família volta a ter fila de espera gigante e surpreende o país

O que parecia um problema do passado voltou com força total: a fila de espera do Bolsa Família cresceu tanto que deixou até o governo em alerta. A saber, em setembro de 2025, mais de 750 mil famílias estavam na lista de pré-habilitados, aguardando o momento de entrar na folha de pagamento do programa.

E o mais surpreendente? Essa fila não para de crescer — mesmo com o corte de beneficiários feito nos últimos meses.

O dado chama atenção porque, durante boa parte de 2023 e 2024, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) comemorava a “fila zerada”. Agora, a realidade é bem diferente: milhares de famílias que cumprem todos os requisitos aguardam o benefício há meses.

Quantas pessoas estão na fila do Bolsa Família hoje

Para entender a dimensão do problema, basta olhar os números oficiais. O governo federal confirmou que, em setembro de 2025, havia 848 mil famílias pré-habilitadas, mas apenas 97 mil foram incluídas na folha de pagamento — ou seja, só 11,4%.

Em agosto, a situação já preocupava: 823 mil famílias aguardavam, e 114 mil foram inseridas (13,8%). O ritmo de inclusão caiu, e a fila cresceu.

Esse quadro é reflexo de um orçamento no limite e de um pente-fino sem precedentes, que reduziu o total de beneficiários ativos.

Queda no número de famílias atendidas: o que está acontecendo

O número de famílias atendidas pelo Bolsa Família despencou em 2025.

Veja como o total caiu ao longo dos meses:

• Junho: 20.499.027

• Julho: 19.643.895 (-855.132)

• Agosto: 19.192.507 (-451.388)

• Setembro: 19.070.938 (-121.569)

Ou seja, em quatro meses, o programa perdeu 1,4 milhão de famílias.

A explicação, segundo o MDS, está nas fiscalizações e na redução do orçamento. Muitos beneficiários passaram por desligamento após revisões cadastrais e cruzamentos de dados que identificaram renda acima do limite permitido.

Além disso, o fim da regra de proteção — que ajudava famílias que aumentaram a renda, mas ainda precisavam do benefício — também teve grande impacto.

O que diz o governo sobre a fila

O Ministério do Desenvolvimento Social afirma que o tempo de entrada no programa varia conforme o orçamento e a demanda local.

Em nota ao portal UOL, o MDS explicou:

“Em muitos casos, o ingresso pode ocorrer em até 45 dias, mas o tempo pode variar conforme o volume de cadastros e a disponibilidade orçamentária. O MDS acompanha continuamente esses fluxos para assegurar a regularidade do processo e a ampliação da cobertura do programa, de acordo com as condições fiscais e a legislação vigente.”

Em outras palavras: não há garantia de entrada rápida, mesmo para quem já está pré-habilitado. Tudo depende de dinheiro disponível e da análise automatizada feita mensalmente.

Orçamento 2025: sem folga para novas famílias

O grande gargalo está no orçamento.

Para 2025, o Congresso aprovou R$ 158,6 bilhões para o Bolsa Família — R$ 9,6 bilhões a menos que no ano anterior.

Desse total, R$ 120 bilhões já foram gastos até setembro.

Com base no custo médio da folha mensal, de R$ 12,9 bilhões, o MDS precisará de R$ 38,7 bilhões até o fim do ano apenas para manter quem já está no programa.

Isso significa que não há espaço para incluir novas famílias, a menos que o governo peça suplementação orçamentária — o que, até o momento, não aconteceu.

Por que tantas famílias foram cortadas

Há dois motivos principais para o corte de beneficiários:

1. Fim da Regra de Proteção
   Criada em 2023, a regra permitia que famílias que tivessem aumento de renda continuassem no programa por até 24 meses. Esse prazo terminou em julho de 2025, retirando 536 mil famílias de uma vez.

2. Fiscalização e pente-fino
   O MDS intensificou a checagem de cadastros. Só em agosto, 576 mil famílias tiveram o benefício cancelado definitivamente.
   Além disso, 675 mil tiveram o pagamento bloqueado por falta de atualização no CadÚnico.

Essas ações visam garantir que o dinheiro chegue a quem realmente precisa, mas, ao mesmo tempo, acabaram reduzindo drasticamente o número total de beneficiários ativos.

A fila não é novidade — mas voltou com força

Apesar de causar espanto, a fila de espera do Bolsa Família não é uma novidade.

Em outros anos, o programa chegou a ter mais de 1,9 milhão de famílias aguardando.

Veja as maiores filas da história recente:

• Maio de 2015: 1.919.952 famílias

• Abril de 2015: 1.860.332

• Março de 2020: 1.655.873

• Junho de 2015: 1.636.341

• Fevereiro de 2020: 1.590.240

No governo Lula, a maior fila havia sido registrada em julho de 2023, com 966 mil famílias.
Ela foi praticamente zerada em abril de 2024, mas voltou a subir:

• Abril: apenas 6 na fila

• Julho: 176.549

• Agosto: 709.135

• Setembro: 750.451

O cenário indica que o problema voltou a crescer rápido e pode atingir 1 milhão de famílias até o fim do ano, caso o ritmo atual continue.

O impacto real para as famílias que esperam

Por trás dos números, há histórias reais de famílias que aguardam há meses por uma resposta.

São pessoas que fizeram o cadastro no CadÚnico, foram consideradas elegíveis, mas não receberam o benefício.

Enquanto esperam, muitas vivem de doações, bicos ou ajuda de parentes. E o mais frustrante: não há previsão oficial para quando serão incluídas, já que o sistema de seleção é automatizado e depende de orçamento disponível.

A cada mês, o governo reavalia os cadastros e seleciona novas famílias conforme as saídas do programa. Mas, com a queda no orçamento e o alto número de cortes, o processo ficou mais lento.

O valor do Bolsa Família continua o mesmo?

Sim, o valor-base segue em R$ 600 por família.

No entanto, há benefícios adicionais, como:

• R$ 150 por criança de até 6 anos;

• R$ 50 por gestante, lactante e adolescente entre 7 e 18 anos;

• R$ 50 para famílias com jovens frequentando a escola.

Esses complementos permanecem, mas não compensam a ausência de reajuste geral no valor do benefício, o que vem sendo criticado por especialistas diante da inflação acumulada.

Novas regras e restrições em 2025

Além das mudanças de orçamento e da regra de proteção, 2025 trouxe novas normas para os beneficiários.

Uma das mais comentadas foi a proibição de uso das contas do Bolsa Família e do BPC em sites de apostas, medida que o governo defende como forma de evitar fraudes e desvio de finalidade dos recursos.

Outra mudança importante está na Regra de Proteção atualizada, que passou a reduzir gradualmente o valor do benefício de quem teve aumento de renda, em vez de cortar de forma imediata.
Isso visa evitar uma perda brusca de renda para famílias em transição.

Calendário do Bolsa Família até o fim de 2025

Os pagamentos seguem o calendário tradicional, com depósitos nos últimos dez dias úteis de cada mês, de acordo com o final do NIS (Número de Identificação Social).

Outubro de 2025

• NIS final 1: 20/10

• NIS final 2: 21/10

• NIS final 3: 22/10

• NIS final 4: 23/10

• NIS final 5: 24/10

• NIS final 6: 27/10

• NIS final 7: 28/10

• NIS final 8: 29/10

• NIS final 9: 30/10

• NIS final 0: 31/10

Novembro de 2025

As datas seguem a mesma lógica, começando nos últimos dez dias úteis do mês.

O MDS divulgará o cronograma exato até o final de outubro.

Dezembro de 2025

Em dezembro, os pagamentos são antecipados — o depósito começa por volta do dia 10 e termina antes do Natal, para garantir que as famílias recebam o benefício ainda durante as festas de fim de ano.

Como consultar e sacar o benefício

Para quem está na fila ou já recebe, a consulta é simples e pode ser feita pelo:

• Aplicativo Bolsa Família

• Aplicativo Caixa Tem

Neles, o beneficiário consegue verificar datas de pagamento, valor e situação do benefício.

O saque pode ser realizado em casas lotéricas, terminais de autoatendimento ou agências da Caixa.
Quem não tem o cartão físico pode sacar usando a biometria, apresentando um documento com foto.

E quem está esperando, o que pode fazer?

Infelizmente, não há como acelerar a entrada no programa.

O governo recomenda apenas que as famílias mantenham o Cadastro Único atualizado, pois cadastros desatualizados ou com inconsistências são automaticamente desclassificados.

A atualização pode ser feita:

• Em postos do CRAS (Centro de Referência de Assistência Social);

• Em prefeituras conveniadas;

• Ou em postos itinerantes do CadÚnico, quando disponíveis.

A incerteza para o restante do ano

A falta de resposta sobre um possível aumento no orçamento mantém as famílias na incerteza.

Especialistas em políticas sociais afirmam que, sem recursos extras, a fila deve continuar crescendo.

O governo, por sua vez, evita prometer expansão, alegando limites fiscais e a necessidade de cumprir o arcabouço orçamentário.

Enquanto isso, centenas de milhares de brasileiros seguem esperando o benefício que, para muitos, é a diferença entre comer e passar fome.

Resumo oficial

O Bolsa Família encerrou setembro de 2025 com 750 mil famílias na fila de espera, número que reacendeu o debate sobre o orçamento e a gestão do programa.

Com o orçamento limitado e um pente-fino que reduziu o número de beneficiários de 20,5 milhões para 19 milhões, o governo enfrenta dificuldades para incluir novos participantes.

Por fim, a situação preocupa, já que o valor de R$ 600 permanece, mas o orçamento não comporta mais expansões neste ano.

**Com informações do portal UOL