A era da IA começou: apenas 100 profissões devem resistir até 2040, alerta especialista

Imagine acordar em um futuro próximo e perceber que quase todas as profissões que conhecemos hoje simplesmente deixaram de existir. Um cenário que parece saído de um filme de ficção científica, mas que, segundo especialistas, está cada vez mais próximo da realidade.

Durante o AI Bank Summit 2025, o renomado especialista em inteligência artificial Danilo McGarry fez uma previsão que chocou o público e gerou debates em todo o mundo: até 2040, apenas cerca de 100 profissões devem permanecer relevantes.

Essa declaração não foi baseada em suposições vagas, mas em uma análise detalhada do avanço tecnológico e do impacto da IA generativa sobre a economia global.

Do banco de dados ao domínio total da inteligência

McGarry relembrou que a jornada da inteligência artificial começou há quase sete décadas. Inicialmente, era uma tecnologia restrita a grandes empresas e universidades. Os bancos foram pioneiros ao testar sistemas para detectar fraudes e analisar crédito, mas os altos custos limitaram sua expansão.

Com a chegada da IA generativa, tudo mudou. Modelos como o ChatGPT-4 conseguem processar informações cem mil vezes mais rápido que o cérebro humano, e armazenam dados quase ilimitados, enquanto a memória humana retém apenas dez itens em curto prazo.

O especialista revelou ainda um dado curioso: o Google já possuía sua própria IA seis meses antes do lançamento do ChatGPT, mas preferiu adiar o anúncio para não abalar seu motor de busca, que é o coração da empresa.

2025 a 2030: a década que definirá o futuro da humanidade

Segundo McGarry, entre 2027 e 2030 deve surgir a chamada Inteligência Artificial Geral (AGI) — um tipo de sistema capaz de superar qualquer ser humano em raciocínio e criatividade.

Ele descreveu esse período como uma “tempestade perfeita”, em que empresas preparadas ganharão força e outras poderão desaparecer. Os primeiros testes já indicam ganhos expressivos: empresas que adotam IA de forma estratégica registram aumentos de até 30% na receita e na lucratividade.

Para o especialista, liderança e velocidade de adaptação serão os grandes diferenciais competitivos. Por isso, ele defende que profissionais e empresas busquem consultorias especializadas e capacitação contínua para não ficarem para trás.

“Toda empresa será uma empresa de tecnologia”

O impacto da inteligência artificial vai muito além do setor financeiro. McGarry afirma que, em breve, todas as empresas, independentemente do segmento, serão essencialmente empresas de tecnologia.

A tendência já pode ser observada: bancos tradicionais perdem espaço para fintechs e bancos digitais que apostam em automação e atendimento via aplicativos. O mesmo ocorre em áreas como saúde, direito, educação e indústria, em que tarefas antes manuais passam a ser executadas por algoritmos.

Para os consumidores, isso representa serviços mais rápidos e personalizados. Já para os profissionais, o desafio é se adaptar a um ambiente de trabalho cada vez mais híbrido e automatizado.

Escritórios de advocacia e o fim das equipes gigantes

No campo jurídico, a transformação já é visível. Ferramentas de IA estão sendo usadas para pesquisar jurisprudências, revisar contratos e redigir petições, reduzindo o tempo e o custo das operações.

Com isso, escritórios de advocacia passam a operar com equipes menores, priorizando profissionais altamente qualificados em áreas estratégicas, enquanto as tarefas operacionais são realizadas por sistemas automatizados.

McGarry destaca que a eficiência aumentará, mas o número de vagas tende a cair drasticamente em funções repetitivas.

Mercado trilionário e mudanças profundas

De acordo com estimativas citadas durante o evento, o Goldman Sachs prevê que a IA generativa poderá elevar o PIB global em 7%, enquanto a Bloomberg estima que o mercado de IA deve alcançar US$ 1,3 trilhão até 2032.

Esses números demonstram que não se trata apenas de uma revolução tecnológica, mas de uma reconfiguração econômica mundial.

Consultorias como Bain & Company e McKinsey & Company já identificaram as áreas mais expostas à automação:

  • Engenharia de software

  • Operações e atendimento ao cliente

  • Vendas e marketing

  • Análise de dados e suporte administrativo

Essas funções, tradicionalmente numerosas nas empresas, estão sendo redesenhadas para atuar em conjunto com a IA, e não em substituição direta.

O papel do ser humano na era das máquinas inteligentes

Apesar da previsão alarmante, McGarry ressalta que a chegada da IA não significa o fim dos empregos, mas sim a transformação profunda das funções humanas.

O profissional do futuro será aquele que compreende, controla e aperfeiçoa a inteligência artificial. A chave, portanto, está em se requalificar constantemente, desenvolvendo habilidades que complementem as máquinas.

Como se preparar para o mercado dominado pela IA

O avanço tecnológico é inevitável, mas a adaptação é uma escolha. A seguir, estão estratégias essenciais para garantir espaço no mercado até 2040.

1. Invista em upskilling e reskilling

  • Upskilling: aperfeiçoe suas habilidades atuais para acompanhar a evolução da sua área. Um profissional de RH, por exemplo, pode aprender People Analytics para analisar dados de colaboradores.

  • Reskilling: aprenda novas competências para migrar de área se o seu setor estiver ameaçado pela automação.

Esses movimentos já são comuns em empresas que promovem programas internos de requalificação, reduzindo demissões e aumentando a retenção de talentos.

2. Desenvolva as habilidades que a IA não substitui

A IA é poderosa, mas ainda não consegue replicar o conjunto de características humanas. As chamadas “habilidades do futuro” serão determinantes para os próximos anos:

  • Pensamento crítico e resolução de problemas complexos

  • Inteligência emocional e empatia

  • Criatividade e inovação

  • Comunicação e colaboração

Essas competências permitem lidar com cenários incertos, criar soluções originais e interagir de forma eficaz — atributos que máquinas ainda não dominam.

3. Use a IA como aliada, não como inimiga

Profissionais que aprendem a utilizar a IA a seu favor ganham produtividade e relevância. Saber criar prompts eficazes (comandos detalhados) para ferramentas como ChatGPT, Midjourney ou Copilot já é uma habilidade valorizada em diversos setores.

Além disso, é possível integrar a IA em rotinas de trabalho para automatizar tarefas repetitivas, gerar relatórios, criar apresentações e até projetar novos produtos.

4. Mantenha uma mentalidade de aprendizado contínuo

A era digital exige educação permanente. Plataformas de aprendizado baseadas em IA já permitem criar planos personalizados de estudo, com quizzes e tutoria sob demanda.

O profissional que acompanha as tendências tecnológicas se torna mais preparado para liderar mudanças, e não apenas reagir a elas.

5. Cultive adaptabilidade e flexibilidade

Em um mundo que muda diariamente, adaptar-se rapidamente é mais valioso do que dominar uma única habilidade.

Empresas procuram pessoas capazes de aprender novas ferramentas, trabalhar em equipes híbridas e atuar em ambientes imprevisíveis.

Essa mentalidade, segundo McGarry, separará os que prosperam dos que ficam para trás.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos, 29 anos, é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, descobriu sua verdadeira vocação na escrita e na criação de conteúdo digital.Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol. Sua busca por precisão e relevância fez dele uma referência nesses segmentos, ajudando milhares de leitores a se manterem informados e atualizados.Além de sua atuação como redator, Saulo tem uma paixão genuína pela escrita e pelo desenvolvimento de conteúdos de qualidade. Seu objetivo é tornar a informação acessível, transformando temas burocráticos e cotidianos em leituras claras e objetivas.Sempre atento às mudanças no cenário digital, Saulo continua aprimorando suas habilidades e expandindo sua atuação, buscando novas formas de impactar positivamente a vida das pessoas por meio da informação.