Governo Lula emite comunicado geral sobre BLOQUEIO dos cartões do Bolsa Família para quem tem NIS 0,1,2,3 a até 9
Por enquanto, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) suspendeu a decisão de bloquear o cartão do Bolsa Família para beneficiários do bets.
Antes do encontro dos ministros com o presidente no Planalto sobre as apostas online, esperava-se algum anúncio direcionado aos beneficiários que contraíram dívidas através das apostas esportivas online. Contudo, o governo acredita que é preferível aguardar para verificar como as ações já anunciadas pelo Ministério da Fazenda podem afetar o mercado.
Na semana que vem, aproximadamente 2.000 websites irregulares serão removidos do ar. Ademais, a Polícia Federal investiga a lavagem de dinheiro de organizações criminosas por meio de CPFs de beneficiários, o que poderia elevar o montante de dívidas.
Governo recua no bloqueio dos cartões do Bolsa Família para quem joga em bets
Na última quinta-feira (3), o Ministério da Fazenda atualizou a relação de todas as empresas de apostas online autorizadas a atuar no Brasil até o mês de dezembro.
Atualmente, existem 205 sites vinculados a 93 empresas a nível nacional e outros 22 com licenças estaduais. As casas de apostas que não constam na lista divulgada pelo Ministério da Fazenda não têm permissão para fornecer jogos de apostas no Brasil até que obtenham a aprovação final do governo – com a exceção das que operam com licenças estaduais.
O Ministério da Fazenda aconselha os usuários a retirar o dinheiro depositado nos sites de apostas que encerrarão suas atividades. A data limite para a retirada dos fundos é 10 de outubro.
Dario Durigan, secretário-executivo da Fazenda, declarou que Lula autorizou membros do ministério a interagir com essas plataformas autorizadas “para estabelecer limitações, por mais severas que fossem, nos métodos de pagamento, incluindo o Bolsa Família“.
“A preocupação de proteger o Bolsa Família, que é a nossa principal, ela é atendida pelo bloqueio desses mais de 2.000 sites, que é a nossa expectativa para a semana que vem, e o contato direto [com as empresas] do pente-fino, a partir da semana que vem”, completou.
Banco Central divulga dados preocupantes
De acordo com as estimativas do BC, cerca de 24 milhões de indivíduos participam de jogos de azar e apostas no país. Esse número expressivo é baseado nos consumidores que realizaram pelo menos uma transferência via Pix para empresas de apostas durante o mês de agosto de 2024, período de referência dos dados divulgados.
O volume total apostado pelos brasileiros em plataformas de apostas virtuais no mês de agosto atingiu a marca impressionante de R$ 20,8 bilhões. Estima-se que 15% desse montante ficou com as empresas de apostas, enquanto o restante foi distribuído aos apostadores como prêmios. O estudo abrangeu 56 plataformas de apostas online.
O relatório do BC traça um perfil detalhado dos apostadores brasileiros. A maioria deles se concentra na faixa etária entre 20 e 30 anos, indicando uma forte presença dos jovens adultos nesse mercado. Curiosamente, o valor médio mensal das transferências aumenta conforme a idade avança. Enquanto os mais jovens realizam aportes mensais em torno de R$ 100, os apostadores mais velhos destinam mais de R$ 3.000 por mês às plataformas de apostas.
Um dos aspectos mais preocupantes revelados pelo BC é o envolvimento de beneficiários do Bolsa Família nesse mercado. Cerca de 5 milhões de famílias inscritas no programa social destinaram a impressionante quantia de R$ 3 bilhões às empresas de aposta virtual apenas no mês de agosto. Desse montante, R$ 2 bilhões (67% do total) foram enviados por 4 milhões de chefes de família, aqueles que recebem diretamente a renda do governo.
Críticas e Questionamentos
O senador Omar Aziz (PSD-AM), responsável pelo pedido da análise técnica, afirma que os dados divulgados pelo BC subestimam os valores reais enviados para as plataformas de apostas. Segundo ele, os números consideram apenas os recursos transferidos via Pix, omitindo outras formas de pagamento, como cartões de débito e crédito.
O BC reconhece que as famílias de baixa renda são as mais prejudicadas pelas apostas esportivas. Em sua avaliação, “é razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira”.
