A proposta orçamentária para 2025, recém-apresentada ao Congresso Nacional, está causando inquietação entre os contribuintes brasileiros, principalmente aqueles na faixa de isenção do Imposto de Renda (IR).
Com o previsto aumento do salário mínimo e a ausência de ajustes na tabela do IR, muitos podem ser forçados a pagar imposto, mesmo com ganhos modestos.
Desatualização da Tabela do IR
Desde 1996, a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) enfrenta uma defasagem preocupante, com um aumento acumulado de 149,56%, conforme o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional).
Essa situação piora com a falta de correção nas faixas de isenção e tributação, que não acompanham o aumento dos salários e a inflação, gerando uma pressão financeira crescente sobre os cidadãos.
Ao longo dos anos, essa defasagem tem sido usada pelo governo como tática de arrecadação. Ao não atualizar a tabela, o governo mantém um fluxo constante de receita, à medida que mais brasileiros são incluídos na base de contribuintes. Como resultado, milhões de trabalhadores, antes isentos, agora se veem obrigados a pagar imposto de renda.
Promessas não cumpridas
Durante a campanha eleitoral de 2022, o governo prometeu isentar do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. No entanto, a tabela do IRPF continua congelada, aumentando a frustração dos contribuintes.
A proposta orçamentária de 2025 agrava a situação, com a possibilidade real de extinção da atual isenção para quem recebe até dois salários mínimos.
Em 2025, o salário mínimo deve subir para R$ 1.509,00. Hoje, a faixa de isenção é limitada a dois salários mínimos.
Com o novo valor, muitos trabalhadores antes isentos passarão a pagar imposto. Essa mudança pode impactar significativamente o orçamento de milhões de brasileiros, que já enfrentam dificuldades com o aumento contínuo de preços de alimentos, moradia e transporte.