O Banco Central do Brasil (BC) revelou dados sobre o “dinheiro esquecido” em instituições financeiras. O maior valor à espera de resgate é de R$ 30,4 milhões para uma empresa e R$ 11,2 milhões para uma pessoa física.
Esses montantes superam significativamente os maiores saques já realizados desde o lançamento do site valoresareceber.bcb.gov.br em 2022.
Os maiores resgates feitos por indivíduos ou empresas no SVR até o momento
Pessoa Jurídica
- R$ 3,3 milhões (mar/23);
- R$ 1,9 milhões (jun/23);
- R$ 610 mil (set/24).
Pessoas Físicas
- R$ 2,8 milhões (jul/23);
- R$ 1,6 milhões (mar/22);
- R$ 791 mil (mar/23).
Imagine a surpresa de descobrir uma quantia dessas esperando por você! No entanto, desde sua criação, o SVR gerou decepção e até virou alvo de piadas nas redes sociais devido aos valores geralmente baixos disponíveis para a maioria.
E essa é a realidade. Das 45,4 milhões de pessoas e empresas com “dinheiro esquecido” em bancos, consórcios, cooperativas, corretoras e financeiras, entre outras instituições, 32,9 milhões (63% do total) têm até R$ 10 para resgatar.
13,2 milhões podem recuperar entre R$ 10,01 e R$ 100, 5,1 milhões de beneficiários podem sacar entre R$ 100,01 e R$ 1000, e 931,8 mil pessoas têm acima de R$ 1000,01 para resgatar.
Distribuição do dinheiro esquecido por faixa de valores para pessoas e empresas:
‘Dinheiro esquecido‘ aguardando resgate: 8.563.932.422,24 bilhões.
- Número de pessoas físicas com valores a resgatar: 41.878.403 milhões
- Número de pessoas jurídicas elegíveis para resgate: 3.611.412 milhões
Faixas de valores a receber por indivíduo ou empresa
- De R$ 0,01 a R$ 10 – 32.919.30 milhões de pessoas
- De R$ 10,01 a R$ 100 – 13.226.589 milhões de pessoas
- De R$ 100,01 a R$ 1.000 – 5.163.716 milhões de pessoas
- Acima de R$ 1.000,01 – 931.874
Há risco de perder o dinheiro não sacado?
Com R$ 8,56 bilhões à espera de seus donos, o tema do ‘dinheiro esquecido’ em instituições financeiras voltou à tona após o Congresso aprovar que o governo utilize os valores não reclamados como compensação pela extensão da desoneração da folha de pagamento para 17 setores econômicos e 156 municípios.
A notícia de que o governo poderia se apropriar do ‘dinheiro esquecido’ em bancos impulsionou as consultas e deve motivar os brasileiros a resgatarem qualquer quantia disponível.
Contudo, a lei sancionada ainda define prazos para que o cidadão reclame e saque o dinheiro. A aparente contradição foi esclarecida pelo Ministério da Fazenda, após nota do Planalto sugerir a inexistência de prazos.
De acordo com o texto aprovado, que pode ser lido na íntegra aqui, o cidadão terá 30 dias a partir de 16 de setembro para retirar os valores.
Após esse período, o dinheiro será transferido para a União e a Fazenda divulgará um edital listando todos os valores recolhidos, concedendo às pessoas mais 30 dias a partir da data de publicação deste edital.
Como verificar se há ‘dinheiro esquecido em bancos’ e como resgatá-lo?
Para descobrir se possui algum ‘dinheiro esquecido’ em bancos, as pessoas devem acessar o Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central do Brasil (BC) através do site www.valoresareceber.bcb.gov.br.
Veja o passo a passo:
- Entre no site valoresareceber.bcb.gov.br;
- Informe seu CPF e data de nascimento ou CNPJ e data de fundação da empresa para verificar se há valores disponíveis;
- Caso não tenha conta Gov.br, crie uma gratuitamente no site ou pelo aplicativo Gov.br (Google Play e App Store). É necessário ter cadastro Gov.br nível prata ou ouro para solicitar os recursos. Não é possível acessar o sistema com login Registrato;
- Clique em Meus Valores a Receber;
- Confira as informações: valor disponível; nome e contato da instituição responsável pela devolução; origem do valor; e detalhes adicionais, se houver;
- Solicite o valor: selecione a opção indicada pelo sistema e siga as instruções. O sistema pode ou não oferecer a opção de chave Pix para receber. Se não for oferecida, contate a instituição financeira para solicitar a devolução;
- Veja o comprovante com os dados sobre o valor, as solicitações feitas e o protocolo (se solicitou via Pix). No computador, salve, imprima ou compartilhe o comprovante para consultas futuras. No celular, compartilhe por e-mail ou aplicativos de mensagens.