Fraude: Bancários e servidor do INSS criam CPFs e ganham R$ 8 milhões em benefícios previdenciários
A Polícia Federal (PF) iniciou na última quarta-feira (11/9) a Operação Estelião II, visando desmantelar uma organização criminosa especializada em fraudes previdenciárias em várias cidades do Rio de Janeiro.
As investigações revelaram o envolvimento de gerentes de banco, um funcionário do INSS, um despachante que se passava por beneficiários falsos, além de outros fraudadores que colaboravam para realizar e manter as fraudes.
Agentes federais estão cumprindo dois mandados de prisão preventiva, 12 de busca e apreensão, e três medidas cautelares alternativas à prisão, incluindo dois afastamentos de cargo público. As ações ocorrem em Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Armação dos Búzios, Belford Roxo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro.
Esta operação é a continuação da ação realizada em 19 de dezembro de 2023, quando foram apreendidos 27 cartões bancários de terceiros, 70 documentos de identidade falsos, uma lista manuscrita com dados de 21 benefícios previdenciários (nome, CPF, benefício, contas bancárias e senhas), além de outros documentos e materiais.
Também foi confiscada uma carteira da OAB-RJ em nome de uma advogada, obtida ilegalmente pelos suspeitos usando documentos falsos para se passar pela profissional e conseguir a carteira e o token.
Além das ordens de prisão e busca, a justiça autorizou o bloqueio de bens dos investigados no valor equivalente ao prejuízo causado e o sequestro de 11 imóveis.
Os suspeitos responderão por associação criminosa, estelionato previdenciário, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem ultrapassar 26 anos de prisão, sem contar outros crimes que possam ser descobertos durante as investigações.
Estelião
O nome da operação faz referência ao lagarto estelião, que deu origem à palavra estelionato. O animal é associado à falsidade devido à sua capacidade de mudar de cor para enganar predadores e se camuflar.