Farmácias são descobertas após revelação do esquema com o CPF e pega brasileiros de surpresa

Recentemente uma matéria expôs uma prática alarmante nas drogarias brasileiras: a coleta em massa de informações pessoais dos clientes, principalmente o CPF, para fins de marketing.

Essa conduta, além de invadir a privacidade dos consumidores, gera dúvidas sobre a proteção dos dados e a ética no uso de informações sensíveis de saúde.

Farmácias são descobertas após revelação do esquema com o CPF e pega brasileiros de surpresa
Farmácias são descobertas após revelação do esquema com o CPF e pega brasileiros de surpresa – Imagem: Reprodução.

O sistema de coleta de informações pessoais em farmácias

Ao dar o CPF em troca de descontos, os clientes estão, na verdade, alimentando um enorme banco de dados com detalhes sobre seus hábitos de compra de remédios, histórico médico e até dados demográficos.

As farmácias usam essas informações para enviar anúncios personalizados, tanto em seus canais digitais quanto em plataformas como YouTube e Facebook.

A Raia Drogasil, maior rede de farmácias do Brasil, é apontada como uma das principais empresas envolvidas nessa prática.

A companhia usa dados de 48 milhões de clientes para criar perfis detalhados e direcionar campanhas publicitárias muito específicas.

Os perigos da coleta de informações pessoais em farmácias

A coleta e o uso inadequado de dados pessoais de saúde trazem vários riscos para os consumidores, como:

  • Invasão de privacidade: a exposição de dados sensíveis pode causar constrangimento e discriminação;
  • Uso indevido das informações: os dados coletados podem ser usados para fins não autorizados, como venda para terceiros ou criação de perfis de risco;
  • Discriminação: a segmentação de clientes com base em dados de saúde pode levar à negação de serviços;
  • Fraudes: a concentração de dados sensíveis em um só lugar aumenta o risco de vazamentos e golpes.

Lei Geral de Proteção de Dados

A Lei Geral de Proteção de Dados, ou LGPD, estabelece regras claras para o tratamento de dados pessoais no Brasil, incluindo o consentimento do titular, a finalidade do uso e a segurança das informações.

Porém, aplicar a lei ainda é um desafio, e muitas empresas, incluindo as farmácias, têm dificuldades para se adaptar às novas exigências.

Descontos “reais” ou não?

Apesar dessa realidade revelada pela reportagem, as farmácias afirmam que os descontos concedidos aos clientes que fornecem o CPF são reais.

Em nota, a Raia Drogasil disse que “não condiciona concessão de descontos à identificação pessoal” e que os descontos são “reais”.

No entanto, a jornalista Amanda Rossi afirma categoricamente que “o desconto [do CPF] não é real” e que “o preço mais próximo do real é aquele que você paga depois que você dá o CPF”.

Essa contradição mostra que a questão dos descontos é um ponto controverso e que merece uma maior transparência por parte das farmácias.

Carolina Ramos Farias

Carolina Ramos Farias

Carolina Ramos Farias é uma profissional apaixonada pela educação e comunicação digital. Graduada em Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Departamento de Educação do Campus X da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), ela alia sua formação acadêmica à habilidade com a escrita, atuando como redatora web há mais de cinco anos.Com expertise na criação de conteúdos sobre concursos públicos, benefícios sociais e direitos trabalhistas, Carolina se destaca por sua capacidade de transformar informações complexas em textos claros e acessíveis. Seu compromisso com a disseminação do conhecimento a impulsiona a produzir materiais informativos que ajudam milhares de pessoas a se manterem bem informadas sobre temas essenciais para a vida profissional e social.Ao interpretar legislações trabalhistas, analisar editais de concursos ou detalhar benefícios sociais, Carolina Ramos Farias reafirma sua missão de tornar a informação mais compreensível e relevante para o público.