A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) ajustou o aumento da tarifa para setembro. A bandeira tarifária será vermelha patamar 1, não 2, que era a mais alta. A decisão representa um certo alívio para os brasileiros que estavam preocupados.
Assim, a conta ficará R$ 4,46 mais cara a cada 100 kWh – antes, o aumento seria de R$ 7,877. Mas qual o efeito disso no orçamento mensal de uma família brasileira?
Segundo Ahmed El Khatib, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fecap, será notável.
Como será o aumento na conta de luz a partir de agora?
O especialista afirma que o consumo médio de uma família de quatro pessoas no Brasil é estimado em cerca de 152,2 kWh por mês. Isso representa um valor próximo de R$ 106, sem tarifas adicionais. Com o acréscimo de R$ 0,0446 por kWh, a conta média aumenta R$ 6,79.
Desse total, cerca de 31% vem da geladeira. O chuveiro elétrico pode representar 45% do consumo. Em regiões mais quentes, o ar-condicionado também pode impactar os gastos.
Uma geladeira de duas portas consome em média 55 kWh por mês, resultando em um custo extra de aproximadamente R$ 2,45 só para esse aparelho.
Sistema de bandeiras é mais eficaz
El Khatib destacou que o modelo das bandeiras, implementado em 2015 pelo governo brasileiro, provou ser mais eficiente que o anterior. Até 2014, o repasse dos custos era feito apenas nos reajustes tarifários anuais.
O sistema de bandeiras tarifárias permite que os custos extras sejam repassados mensalmente às distribuidoras de energia, evitando acúmulo de dívidas e reajustes maiores no futuro.
Embora a bandeira vermelha patamar 2 aumente significativamente os custos para as famílias, o modelo é considerado mais eficaz para lidar com esses aumentos.
Como reduzir gastos na conta de luz
Ao mudar da bandeira verde para as outras, a Aneel busca incentivar um uso mais consciente de energia. Assim, reduzindo o consumo mensal, o brasileiro sentiria menos o impacto do aumento da tarifa. Confira algumas dicas para minimizar o impacto:
- Usar a capacidade máxima das máquinas de lavar e secar;
- Cuidar com a quantidade de sabão nas lavadoras, evitando repetir o enxágue;
- Desligar ou tirar da tomada os eletrodomésticos quando não usados;
- Evitar deixar aparelhos em modo de espera, pois continuam gastando energia;
- Trocar lâmpadas incandescentes por opções mais econômicas, como LED;
- Aproveitar a luz natural sempre que possível;
- Apagar as luzes ao sair de um cômodo;
- Usar ar-condicionado só quando necessário e ajustar para 23°C
- Manter portas e janelas fechadas com o ar-condicionado ligado
- Evitar uso excessivo de chuveiros elétricos e optar por banhos mais curtos
- Orientar todos na família sobre a importância de economizar energia
- Acompanhar regularmente o consumo de energia e ajustar hábitos conforme necessário
- Compartilhar dicas de economia de energia com amigos e familiares.
Escolhendo eletrodomésticos eficientes
A seleção de aparelhos eficientes é um dos pilares para a economia de energia em sua residência. Ao adquirir novos aparelhos, preste atenção ao selo de eficiência energética fornecido pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Esse selo indica a classificação do produto em uma escala que vai de E (menos eficiente) a A (mais eficiente).
Investir em equipamentos com classificação A ou B pode representar uma economia significativa a longo prazo, apesar do custo inicial ser, por vezes, um pouco mais elevado.
Lembre-se também de dimensionar corretamente os aparelhos de acordo com as necessidades de sua residência, evitando o uso de equipamentos superdimensionados.