O Banco Central do Brasil (BC) tem se mantido firme em sua missão de conter a inflação, mesmo enfrentando críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa básica de juros inalterada em 10,50% ao ano, apesar da forte alta do dólar e da pressão sobre os preços, demonstra a determinação da instituição em cumprir seu papel técnico e independente.
A Autonomia do Banco Central
O Banco Central goza de autonomia em suas decisões, estabelecida recentemente pela lei que criou sua independência formal.
Isso significa que o órgão não está sujeito a interferências políticas, podendo tomar medidas baseadas exclusivamente em critérios técnicos e no objetivo de controlar a inflação.
Essa autonomia foi reforçada com a indicação de Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, para presidir o BC até o final de 2024.
O presidente Lula tem feito repetidas críticas ao nível da taxa de juros, que ele considera elevado e prejudicial ao crescimento econômico e à geração de empregos. No entanto, nas últimas semanas, o mandatário não mencionou diretamente o Banco Central, possivelmente reconhecendo a autonomia da instituição.
O Banco Central, por sua vez, defende que sua atuação na fixação da taxa de juros é técnica e visando conter a inflação. Campos Neto argumenta que os juros altos no Brasil se devem à elevada dívida pública, e não a uma decisão arbitrária do órgão. Ele também ressalta que um nível mais alto de inflação prejudica principalmente a população de baixa renda.
Quanto rendem R$ 1.000 com a Selic a 10,5% ao Ano?
Vamos analisar detalhadamente quanto você pode efetivamente render com R$ 1.000 aplicados em diferentes opções de investimento, considerando a taxa Selic de 10,5% ao ano.
Poupança
Com a Selic a 10,5% ao ano, a poupança rende 7,31% ao ano, o que significa que R$ 1.000 investidos renderiam R$ 73,10 em um ano. Importante ressaltar que a poupança é isenta de Imposto de Renda, portanto, esse valor representa o retorno líquido.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic, título público federal atrelado à taxa básica de juros, rende 8,32% ao ano após o desconto de 20% de Imposto de Renda. Dessa forma, R$ 1.000 investidos nessa opção renderiam R$ 83,20 em um ano.
CDBs
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) podem render entre 6,24% e 9,57% ao ano, dependendo do banco, após o desconto de 20% de Imposto de Renda. Isso significa que R$ 1.000 investidos em CDBs renderiam entre R$ 62,40 e R$ 95,70 em um ano.
Ganho real descontada a Inflação
É fundamental considerar o impacto da inflação ao avaliar o rendimento real de suas aplicações. De acordo com as expectativas do Banco Central, a inflação projetada para 2024 é de 4,1%.
Poupança: Rendimento Real de 3,23%
Descontando a inflação de 4,1% e o Imposto de Renda, o rendimento real da poupança seria de 3,23%, ou seja, R$ 32,30 em um ano.
Tesouro Selic: Rendimento Real de 4,05%
Considerando a inflação e o Imposto de Renda, o rendimento real do Tesouro Selic seria de 4,05%, ou seja, R$ 40,50 em um ano.
CDBs: Rendimento Real entre 2,06% e 5,25%
Descontando a inflação e o Imposto de Renda, o rendimento real dos CDBs ficaria entre 2,06% e 5,25%, ou seja, entre R$ 20,60 e R$ 52,50 em um ano.