À medida que a população envelhece e os desafios financeiros se intensificam para os idosos, a questão da dívida emergiu como uma realidade alarmante que impacta significativamente a qualidade de vida deste segmento da população. Consequentemente, poucos reformados desfrutam da tranquilidade financeira que merecem para abraçar plenamente os seus anos dourados.
Segundo dados da Serasa (junho de 2023), dos mais de 71 milhões de pessoas que estão na lista de inadimplentes, 18,1% têm mais de 60 anos e 34,8% têm entre 41 e 60 anos.
Isso se traduz em mais de 35 milhões de pessoas que, devido ao declínio da empregabilidade nessa faixa etária, redução de renda, aumento de despesas médicas, uso indevido de crédito consignado e vários outros fatores, vivem em perigo financeiro.
Reconhecendo os sinais de endividamento dos idosos
Identificar e reconhecer que uma pessoa está passando por dificuldades financeiras não é uma tarefa fácil. O dinheiro continua a ser um assunto tabu na sociedade, com poucas pessoas a discuti-lo abertamente, e aqueles que estão endividados muitas vezes sentem vergonha de abordar o assunto, mesmo com os seus próprios familiares.
A pesquisa de 2022 sobre “Perfil e Comportamento do Endividamento Brasileiro”, realizada pela Opinion Box em parceria com a Serasa, revela que 83% dos endividados têm dificuldade para dormir devido a preocupações com suas finanças.
A insônia ou alterações nos padrões de sono tornam-se ainda mais preocupantes quando acompanhadas de depressão ou ansiedade.
O estudo mostra que 61% das pessoas experimentam ataques de ansiedade ao pensar em suas dívidas, enquanto 53% relataram sentir muita tristeza e medo em relação ao futuro.
Estratégias para ajudar os idosos a alcançar estabilidade financeira
Reconhecer os sinais de endividamento é o primeiro passo para ajudar os idosos a superar os seus desafios financeiros.
Durante esta jornada, o apoio de amigos e familiares é crucial, seja fornecendo apoio emocional, orientação prática ou conectando-os com recursos adequados.
1. Auxiliar no orçamento
O primeiro passo para organizar as finanças é criar um orçamento pessoal. Incentive seu ente querido idoso a anotar todas as suas despesas, incluindo custos fixos como aluguel, serviços públicos e medicamentos, bem como outras despesas como alimentação e quaisquer dívidas pendentes.
Também é essencial documentar todas as fontes de renda, como pensões, subsídios ou rendimentos de aluguel. Esta visão abrangente fornecerá uma imagem clara da sua situação financeira.
Para apoiar essa tarefa, você pode baixar nossa planilha de planejamento de aposentadorias e pensões ou ajudá-los a registrar tudo em um caderno, orientando-os a manter o orçamento em dia.
2. Priorize e negocie dívidas
Ao se deparar com múltiplas dívidas, é importante fazer uma lista detalhada, incluindo o valor total devido, o saldo remanescente, bem como a data de vencimento e valor de cada parcela. Com essas informações organizadas fica mais fácil priorizar o processo de reembolso.
As necessidades básicas devem sempre ter precedência, por isso certifique-se de que o aluguel, as taxas de condomínio e as contas de serviços públicos (luz, água, gás e telefone) sejam pagas primeiro.
Se o indivíduo tiver um empréstimo para habitação ou automóvel, estes devem ser a próxima prioridade, pois o não pagamento pode levar à perda do bem.
Depois de abordar estes pagamentos essenciais, concentre-se nas dívidas com as taxas de juro mais elevadas, pois são elas que têm o impacto mais significativo no orçamento.
Auxiliar seu ente querido idoso na renegociação de suas dívidas, pois poderá ser possível obter descontos nas taxas de juros ou melhores condições de parcelamento, aliviando o encargo financeiro mensal. Caso as dívidas sejam enquadradas no programa “Desenrola Brasil”, esta poderá ser uma oportunidade favorável para liquidá-las em condições especiais.