

Nos anos 2000, uma grande e tradicional varejista do Brasil teve sua falência decretada após enfrentar uma crise devastadora e acumular dívidas milionárias. Essa triste história marcou o fim de uma era para a Ultralar, uma icônica rede de eletrodomésticos e itens para o lar.
Confira os detalhes desse trágico desfecho e como a Casas Bahia, uma das principais rivais da Ultralar, acabou comprando a empresa. Continue lendo este texto!
A Ultralar foi fundada em 1956 por Ernesto Igel, com o objetivo inicial de popularizar o uso do fogão a gás no Brasil, impulsionando o negócio principal da Ultragaz, que era o abastecimento de botijões de gás.
A empresa se destacou como uma das pioneiras no setor de grandes magazines, tornando-se referência no mercado. Em 1974, a Ultralar decidiu seguir o caminho das grandes lojas da época e abriu seu primeiro hipermercado, o Ultracenter Ultralar, localizado na Marginal Pinheiros, em São Paulo.
Essa iniciativa visava competir com outras grandes redes, como Pão de Açúcar e Eletroradiobraz. No entanto, apenas um ano após sua abertura, o Ultracenter Ultralar foi vendido para o grupo francês Carrefour, que estava interessado no mercado consumidor potencial do Brasil.
Desafios e desinvestimentos
Na década de 90, o Grupo Ultra, ao qual a Ultralar pertencia, iniciou um processo de desinvestimento de unidades que não faziam parte do negócio principal de distribuição de gás e petroquímica.
Isso incluiu a venda das 44 lojas da Ultralar nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul para o Grupo Susa Vendex, que também controlava as lojas Sandiz e a Sears.
Durante esse período, a Ultralar passou por um programa de modernização e incorporou algumas lojas da Sears no estado do Rio de Janeiro, sendo renomeada para Ultralar & Lazer.
No entanto, a associação entre o Grupo Malzoni e o Grupo Vendex foi desfeita, resultando no fechamento de empresas como Sears e Dillard’s, e na venda de outras, como Drogasil e Ultralar & Lazer.
O declínio e a falência
No início dos anos 2000, a Ultralar, que já contava com 17 lojas, começou a enfrentar sérias dificuldades financeiras em meio às mudanças do mercado.
A empresa não conseguiu se adaptar às novas demandas e concorrência, levando à sua falência. Em maio de 2000, a falência da Ultralar foi decretada pelo juiz da 6ª Vara de Falências e Concordatas do Rio de Janeiro, Marcel Laguna Duque Estrada, atendendo ao requerimento de um dos fornecedores da empresa.
A aquisição pela Casas Bahia
Antes do desfecho trágico, a Ultralar chegou a negociar sua venda com o Ponto Frio e a Casas Bahia, na tentativa de evitar uma catástrofe ainda maior. No entanto, essas negociações não se concretizaram.
Com a falência decretada e sem saída, a Ultralar acabou sendo completamente adquirida pela Casas Bahia no mês de maio de 2000. A Casas Bahia absorveu todos os pontos da Ultralar, consolidando ainda mais sua posição no mercado varejista.