NOVA MUDANÇA no LIMITE do rotativo do cartão de crédito pega brasileiros de surpresa e brasileiros pulam de alegria
O crédito rotativo é uma modalidade automática ativada quando o cliente não paga o valor total da fatura do cartão até a data de vencimento. Nesse caso, o saldo devedor é transferido para a próxima fatura e acrescido de juros que são aplicados ao saldo remanescente. No entanto, essa modalidade pode ser perigosa e levar o consumidor a uma dívida interminável.
Um projeto de lei em discussão visa estabelecer que as dívidas cheguem, no máximo, ao dobro do valor inicial da compra. Essa medida é vista como uma vitória para os consumidores, pois impõe um limite aos juros rotativos. Além disso, o projeto também propõe a possibilidade da portabilidade de dívidas, permitindo que as pessoas renegociem os valores com outras instituições em condições mais favoráveis.
Desvantagens do novo limite de juros rotativos
No entanto, algumas desvantagens podem surgir com a implementação desse projeto. A redução da oferta de crédito por parte das instituições financeiras é uma preocupação, assim como a diminuição da possibilidade de parcelamento sem juros e o aumento do preço dos produtos. Isso ocorre porque as instituições financeiras incorporam custos, impostos e lucros ao serviço de crédito. Além disso, o risco de inadimplência elevado também contribui para o aumento do custo do dinheiro no país.
Caso as instituições não possam cobrar pelo risco que estão correndo, elas podem diminuir a oferta de crédito ou impor barreiras maiores. Isso pode resultar em taxas mais elevadas cobradas pelos lojistas, o que acaba sendo repassado ao consumidor final. Portanto, a curto prazo, o consumidor pode enfrentar dificuldades de acesso a produtos que antes eram facilmente parcelados sem juros.
A importância da educação financeira
A limitação dos juros rotativos é vista como um ponto positivo por especialistas, mas também ressaltam a importância da educação financeira para evitar o acúmulo de dívidas. Atualmente, muitas compras são realizadas com parcelamento sem juros, resultando em uma inadimplência significativa. É fundamental que as pessoas tenham um bom planejamento financeiro e disciplina para evitar ao máximo o uso do crédito rotativo do cartão de crédito.
Gilvan Bueno, gerente educacional da Órama Investimentos, destaca que é necessário respeitar um limite para o parcelamento total, como por exemplo, não comprometer mais de 30% da renda com parcelamentos. Ele também ressalta a dependência da população em relação aos cartões de crédito, citando o alto número de cartões em circulação no Brasil.
Devo evitar essa modalidade de crédito?
Apesar da possibilidade de redução dos juros rotativos, especialistas recomendam evitar essa modalidade de crédito. Caso a pessoa não tenha dinheiro para pagar a fatura do cartão, é importante analisar outras opções de crédito que tenham juros mais baixos, como o parcelamento da fatura ou o empréstimo pessoal. As operadoras de cartões tendem a oferecer opções de parcelamento com taxas mais favoráveis do que os juros rotativos.
As linhas de crédito mais baratas no Brasil são o crédito direto ao consumidor e o crédito consignado, que é descontado diretamente da folha de pagamento e limitado a 30% da renda. Essas são opções mais acessíveis à população e podem ser consideradas como alternativas ao crédito rotativo.
O limite de 100% – É oficial?
O projeto de lei ainda está em votação e, caso seja aprovado pelo Senado, as instituições financeiras terão até 90 dias para apresentar uma contraproposta ao limite de 100% para os juros nos cartões. Caso não seja apresentada uma contraproposta, o teto se tornará permanente. A inclusão do limite de 100% foi sugerida pelo relator do projeto, o deputado Alencar Santana.
A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) está envolvida nas discussões sobre o limite dos juros do rotativo e afirma estar buscando soluções para o alto custo do crédito no país. No entanto, a instituição critica a criação de limites oficiais de preços, argumentando que isso pode inviabilizar os cartões de crédito.
A federação ressalta que limites artificiais de juros afetam a oferta de crédito, podendo torná-lo insustentável. O cartão de crédito representa uma parcela significativa do consumo no Brasil e tetos para os juros no rotativo podem afetar a disponibilidade de crédito na economia. A instituição também destaca que o prazo de 90 dias permite que o setor trabalhe em alternativas para o limite.
Por fim, o projeto de lei que estabelece um limite para os juros rotativos no cartão de crédito possui vantagens e desvantagens. Por um lado, limita o acúmulo de dívidas e propõe a possibilidade de portabilidade de dívidas em condições mais favoráveis. Por outro lado, pode reduzir a oferta de crédito, diminuir a possibilidade de parcelamento sem juros e elevar o preço dos produtos. É fundamental que os consumidores tenham educação financeira e busquem alternativas ao crédito rotativo para evitar o endividamento excessivo.