Nos últimos anos, o avanço tecnológico transformou a forma como lidamos com nossas finanças. Os aplicativos de bancos se tornaram uma ferramenta indispensável para realizar transações, consultar saldos e gerenciar nossas contas.
Porém, recentemente, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez um comunicado que gerou polêmica e provocou reflexões sobre o futuro desses aplicativos.
Neste artigo, vamos explorar as declarações de Campos Neto sobre a extinção dos aplicativos bancários e discutir como o Open Finance, sistema de compartilhamento autorizado de dados entre instituições financeiras, pode impactar essa transformação.
Vamos analisar os possíveis cenários e entender como os bancos estão se preparando para competir por canais e conquistar a preferência dos usuários.
O comunicado decisivo de Roberto Campos Neto
Durante o Evento Anual Drex 2023, promovido pelo Banco Central, o presidente Roberto Campos Neto trouxe sua opinião sobre o futuro dos aplicativos bancários sob a vigência do Open Finance.
Em seu comunicado, ele deixou claro que não quis dizer que nenhum banco será prejudicado, mas sim que a multiplicidade de canais de entrada não faz sentido em termos de comparabilidade e portabilidade dos dados.
Campos Neto destacou que se um usuário possui contas em diferentes bancos, não é eficiente manter vários aplicativos para acesso a essas informações.
Com o Open Finance, os usuários poderão puxar seus dados de diferentes instituições financeiras e escolher um único lugar para comparar dados e produtos. Os bancos, por sua vez, começarão a competir por canal e pela preferência dos usuários.
O Open Finance e a homogeneidade de dados
Em eventos anteriores, como o realizado em Chicago, Roberto Campos Neto enfatizou que o Open Finance caminha em direção a um marketplace de serviços financeiros, integrando todas as informações das contas dos usuários.
A ideia é proporcionar uma experiência mais fluida e simplificada, facilitando a realização de pagamentos recorrentes e o acesso a diferentes serviços. Entretanto, o presidente do Banco Central ressaltou que ainda há um caminho a percorrer em termos de homogeneidade de dados.
O Open Finance busca a padronização das informações e a criação de um ambiente mais transparente e seguro para o compartilhamento autorizado entre instituições financeiras.
A extinção dos aplicativos bancários: Um cenário possível?
A declaração de Roberto Campos Neto sobre a extinção dos aplicativos bancários gerou especulações e dúvidas sobre como isso seria possível. É importante destacar que o objetivo não é eliminar completamente os aplicativos, mas sim repensar a forma como eles são utilizados.
Com o Open Finance, os aplicativos bancários podem se transformar em agregadores, reunindo informações de diferentes instituições financeiras em um único lugar.
Dessa forma, os usuários terão acesso a um resumo de suas contas e poderão realizar transações e comparar produtos de forma mais eficiente.
O Pix Automático e os pagamentos recorrentes
O Pix Automático é outra iniciativa que está sendo desenvolvida pelo Banco Central para facilitar os pagamentos recorrentes. Previsto para ser lançado em outubro de 2024, o Pix Automático permitirá que os usuários realizem pagamentos automáticos de serviços públicos, mensalidades, clubes de assinatura e outros serviços financeiros.
Com o Pix Automático, os usuários não precisarão mais se preocupar em realizar pagamentos manualmente todos os meses. As transações serão realizadas de forma automática, proporcionando mais comodidade e eliminando a possibilidade de esquecimento ou atraso nos pagamentos.
A competição por canal e a preferência do usuário
Com o advento do Open Finance, os bancos terão que se adaptar a um novo cenário de competição por canal. Não basta apenas oferecer serviços financeiros de qualidade, é necessário conquistar a preferência do usuário e se destacar em relação aos concorrentes.
Nesse contexto, a experiência do usuário será um fator determinante. Os bancos terão que investir em interfaces intuitivas, segurança e agilidade nas transações. Além disso, a personalização dos serviços e a oferta de produtos diferenciados serão estratégias essenciais para atrair e fidelizar os clientes.
A segurança e proteção de dados
Com o compartilhamento autorizado de dados entre instituições financeiras, a segurança e proteção das informações se tornam ainda mais cruciais.
O Banco Central tem a responsabilidade de estabelecer normas e regulamentações que garantam a privacidade dos usuários e evitem o uso indevido das informações pessoais.
Os bancos também devem adotar medidas de segurança robustas, como a criptografia e a autenticação em duas etapas, para proteger as transações e os dados dos usuários. A confiança é um elemento fundamental para que os usuários adotem o Open Finance e utilizem os serviços disponíveis.
O papel das instituições financeiras no novo cenário
As instituições financeiras têm um papel fundamental no desenvolvimento e implementação do Open Finance. Além de se adaptarem às novas regulamentações, elas devem investir em tecnologia e inovação para oferecer serviços cada vez mais completos e personalizados.
Por fim, a colaboração entre as instituições será essencial para o sucesso do Open Finance. O compartilhamento de informações e a integração dos sistemas garantirão uma experiência mais fluida e eficiente para os usuários.