Golpe do “resíduo da Caixa” cresce em 2025: como idosos estão sendo enganados pelo WhatsApp e o que fazer imediatamente

Golpistas estão utilizando o nome da Caixa Econômica Federal para enganar aposentados e pensionistas com promessas de liberação de um suposto “resíduo de benefício” ou “abono esquecido”. A prática, que ganhou força nos últimos meses, usa mensagens via WhatsApp e ligações telefônicas, sempre com um discurso técnico e convincente.

A princípio, os criminosos se passam por gerentes ou atendentes da Caixa e prometem a liberação de valores acumulados de benefícios antigos, como FGTS, PIS/Pasep ou atrasados do INSS. Antes de mais nada, é importante reforçar que a Caixa não faz contato ativo oferecendo saques ou depósitos extras — e qualquer mensagem desse tipo deve ser tratada como golpe.

Como os golpistas usam o nome da Caixa para convencer as vítimas

Os criminosos utilizam técnicas sofisticadas de engenharia social, explorando principalmente a confiança que muitos brasileiros — especialmente idosos — depositam no banco estatal. Em primeiro lugar, eles enviam mensagens por WhatsApp ou fazem ligações com linguagem formal, muitas vezes apresentando-se como “gerente responsável pelo seu benefício”.

Além disso, usam dados reais do aposentado, como nome completo e CPF, obtidos em vazamentos anteriores. Ou seja, quando o golpista demonstra saber informações verdadeiras sobre a vítima, ele conquista credibilidade e reduz a desconfiança.

A partir desse ponto, ele informa que existe um valor acumulado “pronto para saque”, afirmando de forma convincente que o aposentado tem direito a um resíduo de PIS, FGTS, abono retido ou pagamento retroativo. Como muitas pessoas têm valores esquecidos em algum momento da vida, o discurso soa plausível.

Quais dados os criminosos exigem para “liberar” o dinheiro

O momento mais perigoso do golpe acontece quando o falso atendente diz que precisa fazer uma “verificação de segurança” para efetuar o depósito. A saber: esse é o ponto em que o golpista rouba as informações necessárias para limpar a conta da vítima.

Os pedidos variam, mas seguem um padrão repetido em milhares de relatos:

  • Senha do aplicativo Caixa Tem ou da conta bancária

  • Foto do documento, incluindo selfie segurando o RG ou CNH

  • Dados completos do cartão, como número, validade e código de segurança

  • Pagamento via Pix de uma suposta taxa de liberação, chamada de “custas processuais” ou “imposto”

A princípio, os golpistas afirmam que a taxa é reembolsável ou que faz parte de um procedimento obrigatório da Receita Federal. Contudo, depois que a vítima paga, o criminoso desaparece.

Por fim, vale destacar: nenhuma instituição financeira exige pagamento antecipado para liberar valores. Esse é sempre um sinal claro de fraude.

O benefício existe ou é pura invenção dos golpistas?

A Caixa Econômica Federal é categórica: não existe qualquer benefício que seja automaticamente oferecido via WhatsApp, ligação telefônica ou mensagens diretas. O banco não faz contato ativo oferecendo liberação de valores, nem utiliza funcionários para anunciar saques por redes sociais.

Ou seja, qualquer mensagem que prometa “resíduo esquecido”, “abono especial” ou “saldo liberado imediatamente” é golpe.

Para facilitar a identificação, veja a comparação direta entre a abordagem falsa e os procedimentos reais da Caixa:

Abordagem do Golpista (Sinal Vermelho)Procedimento Real da Caixa
Envia link por WhatsApp para “resgatar saldo”O resgate é feito apenas no app oficial ou em agência
Cobra taxa via Pix para liberar o valorA Caixa nunca cobra taxas para liberar benefícios
Pede senha “para atualizar o sistema”O banco jamais solicita senhas por telefone
Diz que o idoso tem saldo “retido” e precisa desbloquearA consulta é feita exclusivamente pelo cidadão nos canais oficiais

Antes de mais nada, lembre-se: benefício verdadeiro nunca exige pagamento antecipado.

Por que esse golpe cresce tanto entre aposentados

A fraude se aproveita de três fatores principais:

  1. Necessidade financeira – Idosos em situação de vulnerabilidade têm maior tendência a acreditar em promessas de dinheiro extra.

  2. Autoridade do nome Caixa – A instituição é associada a benefícios sociais e pagamentos oficiais.

  3. Linguagem técnica e documentos verdadeiros – Os criminosos usam termos como “resíduo de PIS”, “pecúlio”, “saldo devolutivo” ou “revisão de benefício”, o que reforça a sensação de legitimidade.

Ou seja, todos os elementos são combinados para criar um cenário convincente, ainda mais para quem não tem familiaridade com tecnologia.

Fui vítima da mentira: o que fazer agora? Passo a passo

Se você forneceu dados ou chegou a realizar pagamento via Pix, é essencial agir rapidamente. A seguir, antes de mais nada, interrompa todo contato com o golpista e bloqueie o número imediatamente.

Em seguida, execute as orientações abaixo, recomendadas pela própria Caixa Econômica Federal:

1. Verifique sua conta no aplicativo oficial

Acesse o app Caixa Tem ou o aplicativo da Caixa para conferir:

  • movimentações recentes

  • transferências não autorizadas

  • tentativas de empréstimo

  • mudanças de senha

Caso note algo suspeito, altere sua senha imediatamente.

2. Conteste a operação

Procure uma agência da Caixa ou ligue para o atendimento oficial:

0800 726 0101 (Suporte e SAC Caixa)

Explique que foi vítima de fraude e solicite a abertura de contestação da transação.

3. Registre um Boletim de Ocorrência

A princípio, você pode ir até a delegacia mais próxima ou registrar a ocorrência pela internet. O BO é fundamental para:

  • comprovar a fraude

  • contestar valores

  • iniciar investigação policial

4. Monitore seu CPF

Se você enviou fotos de documentos, selfies ou informações pessoais, acesse o serviço Registrato do Banco Central. O sistema permite acompanhar:

  • contas abertas em seu nome

  • empréstimos contratados

  • movimentações suspeitas

Esse monitoramento evita fraudes futuras.

5. Altere suas senhas em todos os serviços

Por fim, mude a senha de:

  • aplicativos bancários

  • e-mail

  • redes sociais

Muitos golpistas usam dados vazados para acessar outros serviços da vítima.

Como se proteger de golpes que usam o nome da Caixa

A seguir, um checklist essencial para reduzir riscos:

  • Nunca clique em links enviados por WhatsApp

  • Não compartilhe selfies com documentos

  • Desconfie de qualquer contato “ativo” da Caixa

  • Pesquise o número de telefone no Google antes de responder

  • Utilize apenas apps oficiais

  • Ative autenticação em dois fatores

  • Evite usar wi-fi público para acessar aplicativos bancários

Além disso, sempre confirme informações no site oficial: caixa.gov.br.

Em conclusão, manter atenção aos sinais, verificar as fontes e jamais fornecer dados pessoais protege aposentados e famílias inteiras contra prejuízos que podem ultrapassar milhares de reais.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.