O governo federal confirmou que o Gás do Povo, novo programa social voltado para famílias de baixa renda, começa a atender as primeiras famílias ainda neste mês de novembro.
A diretora de Programas do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), Analúcia Alonso, anunciou a novidade durante audiência pública na Comissão Mista da Medida Provisória 1.313/25, realizada em 12 de novembro. Segundo ela, até março de 2026, todas as famílias contempladas poderão recarregar gratuitamente os botijões de gás pagos pelo governo.
A saber, o Gás do Povo vai substituir o Auxílio Gás dos Brasileiros, programa que atendia cerca de 5,6 milhões de famílias. Com a nova estrutura, o governo pretende ampliar o alcance para mais de 15,5 milhões de domicílios em todo o país.
Como o Gás do Povo será entregue?
Antes de mais nada, é importante destacar que o Gás do Povo não fará pagamentos em dinheiro. Ou seja, o beneficiário não receberá depósitos no Caixa Tem, como ocorria no Auxílio Gás.
Em vez disso, o cidadão poderá retirar gratuitamente o botijão de gás de 13 kg diretamente nas revendedoras credenciadas.
O diretor da Caixa Econômica Federal, Marcelo Viana Paris, explicou que o processo será simples e acessível. O beneficiário poderá usar qualquer cartão da Caixa para liberar o produto.
Quem não tiver conta, por sua vez, informará o CPF na maquininha da revendedora e receberá um código exclusivo para a retirada. Esse sistema permitirá que todas as famílias cadastradas no programa tenham acesso rápido e seguro ao benefício.
Em conclusão, o novo formato elimina a necessidade de saque em dinheiro e reduz as chances de fraude, além de garantir que o botijão chegue diretamente ao consumidor final.
Quem tem direito ao Gás do Povo
Em primeiro lugar, o programa atenderá famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), desde que o registro esteja atualizado há pelo menos 24 meses.
Além disso, a renda per capita familiar deve ser de até meio salário mínimo (R$ 759 por pessoa).
As famílias que recebem o Bolsa Família terão prioridade na liberação das recargas.
Vale ressaltar que o Gás do Povo não poderá ser acumulado com o Auxílio Gás atual, mas poderá ser combinado com outros benefícios sociais, como o próprio Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Antes de mais nada, o governo reforçou que o foco é atender quem mais precisa, especialmente famílias em situação de vulnerabilidade social e econômica.
Quando o benefício começa a valer
De acordo com o MDS, as primeiras recargas gratuitas estarão disponíveis a partir de novembro de 2025.
O calendário de expansão será gradual, contemplando novas regiões a cada mês, até atingir todos os estados até março de 2026.
Ou seja, em menos de seis meses, o Gás do Povo substituirá completamente o antigo Auxílio Gás, tornando-se um dos principais programas de apoio social do governo federal.
O cronograma priorizará, a princípio, os municípios com maior número de famílias no CadÚnico e infraestrutura logística adequada para garantir a distribuição dos botijões.
Quantos botijões cada família poderá receber
O governo definiu a quantidade de botijões que cada família poderá retirar ao longo do ano, considerando o número de integrantes no domicílio.
Confira como será a divisão:
Famílias com 2 ou 3 pessoas: até 4 botijões por ano, com validade de 3 meses por vale;
Famílias com 4 ou mais pessoas: até 6 botijões por ano, com validade de 2 meses por vale.
Em resumo, o modelo busca equilibrar o consumo médio das famílias e garantir que o benefício atenda de forma justa cada realidade.
A diretora Analúcia Alonso destacou que o objetivo é assegurar justiça social e eficiência energética. “Cada família receberá de acordo com seu tamanho e necessidade”, afirmou.
Como será definido o valor do benefício
O Gás do Povo não fará pagamentos diretos em dinheiro, mas o governo precisará estabelecer um valor de referência para repassar às revendedoras que fornecerão o produto gratuitamente às famílias.
Esse valor será calculado por um comitê formado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pelo Ministério da Fazenda, com base em dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Em outras palavras, o preço será definido por estado e atualizado periodicamente, de modo a refletir as variações regionais do mercado de gás de cozinha (GLP).
Essa diferenciação é essencial para reduzir desigualdades regionais, já que o preço do botijão pode variar em mais de R$ 30 entre diferentes estados.
Importante destacar que o valor do benefício não inclui o frete de entrega, caso o consumidor escolha receber o botijão em casa. Nesse caso, o custo do transporte poderá ser cobrado pela revendedora.
Discussões sobre o preço e adesão das revendedoras
O debate sobre o preço de referência gerou discussões durante a audiência pública.
O presidente do Sindigás, Sérgio Bandeira de Mello, reconheceu que o Gás do Povo pode aumentar o consumo de gás em até 60 milhões de botijões por ano, mas demonstrou preocupação com os valores propostos pelo governo.
Segundo ele, a tabela atual não reflete os preços de mercado, o que pode desestimular a participação das revendedoras.
Na mesma linha, o presidente da Abragás, José Luiz Rocha, defendeu que o valor de referência seja baseado na tabela da ANP.
Ele destacou que, em alguns estados, os preços fixados pelo governo estão até R$ 30 abaixo do praticado, o que pode gerar desequilíbrio financeiro no setor.
Em conclusão, o setor cobra ajuste na política de preços para garantir viabilidade econômica às distribuidoras e evitar desabastecimento nas regiões mais afastadas.
Impactos sociais e econômicos esperados
A princípio, o Gás do Povo representa uma das maiores expansões sociais da atual gestão.
Com a substituição do Auxílio Gás, o número de famílias beneficiadas triplicará, saltando de 5,6 milhões para 15,5 milhões de domicílios.
Esse avanço deve aliviar o orçamento de famílias vulneráveis, especialmente em períodos de alta no preço do gás de cozinha.
Além disso, o programa deve aquecer o setor de revenda e logística, gerando impacto positivo no comércio local e na economia regional.
Segundo o MDS, o novo formato também reduzirá o uso de lenha e carvão em domicílios de baixa renda — práticas que representam riscos de incêndio e doenças respiratórias.
Ou seja, o Gás do Povo une inclusão social e sustentabilidade, promovendo segurança alimentar e bem-estar familiar.
Como o governo vai controlar a distribuição
Para garantir transparência, o MDS e a Caixa Econômica Federal desenvolveram um sistema integrado de rastreamento.
Cada transação será registrada em tempo real, com o CPF do beneficiário vinculado ao número do botijão.
Assim, o governo poderá monitorar todas as retiradas e impedir duplicidades ou fraudes.
Além disso, o sistema cruzará dados com o Cadastro Único, que será atualizado mensalmente para garantir que apenas famílias elegíveis permaneçam no programa.
Em suma, essa estrutura permitirá que o governo acompanhe o uso do benefício com precisão, evitando desperdícios e garantindo que o recurso público chegue a quem realmente precisa.
Próximos passos e expectativa
Por fim, a Medida Provisória 1.313/25, que cria o Gás do Povo, ainda está em análise na Comissão Mista do Congresso Nacional.
A expectativa do governo é que o texto seja aprovado até o início de 2026, consolidando o programa como uma política pública permanente.
O MDS prevê que o novo modelo trará economia administrativa significativa, já que eliminará custos de transferência bancária e reduzirá o risco de fraudes.
Em conclusão, o Gás do Povo surge como um marco social e energético para o Brasil, ampliando o acesso ao gás de cozinha e reforçando o compromisso do governo com a dignidade das famílias de baixa renda.
