BPC 2026 tem novo valor descoberto para o próximo ano e surpreende idosos

O Benefício de Prestação Continuada (BPC), previsto na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), é um dos principais instrumentos de amparo social do Brasil. Ele garante um salário mínimo mensal a pessoas idosas e pessoas com deficiência que vivem em situação de vulnerabilidade.

Atualmente, o valor do benefício corresponde ao salário mínimo vigente — R$ 1.518,00 em 2025. No entanto, com a previsão de reajuste do piso nacional, o benefício deve subir para R$ 1.631,00 em 2026, conforme o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) enviado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional.

Reajuste do salário mínimo e impacto direto no BPC

O aumento previsto representa 7,44% de reajuste nominal em relação ao valor atual. Entretanto, é importante destacar que parte desse crescimento apenas recompõe as perdas inflacionárias do período.

A política de valorização do salário mínimo, sancionada em 2023, determina que o reajuste anual seja calculado com base na inflação do ano anterior (INPC) somada ao crescimento real do PIB de dois anos antes. Ou seja, mesmo que haja aumento, o ganho real pode ser limitado a cerca de 2,5%.

Na prática, isso significa que o BPC — que sempre acompanha o valor do salário mínimo — também terá reajuste automático, mas sem aumento real expressivo de poder de compra. Ainda assim, o acréscimo representa um alívio para as famílias que dependem exclusivamente do benefício.

Quem tem direito ao BPC

Antes de mais nada, é essencial entender que o BPC não é uma aposentadoria. Ele é um benefício assistencial, pago pelo INSS, mas com base em critérios sociais e não em contribuições previdenciárias.

Têm direito ao benefício:

  • Idosos com 65 anos ou mais;
  • Pessoas com deficiência de qualquer idade, que comprovem impedimentos de longo prazo (mínimo de dois anos) de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que dificultem sua participação plena na sociedade;
  • Brasileiros natos, naturalizados ou estrangeiros com nacionalidade portuguesa e residência fixa no Brasil;
  • Famílias inscritas e com dados atualizados no Cadastro Único (CadÚnico).

Sem o cadastro ativo, o pedido é automaticamente negado.

Critério de renda e novas regras em vigor

A principal condição para receber o BPC é a comprovação de baixa renda familiar. Atualmente, o limite de renda é de ¼ do salário mínimo por pessoa, ou seja, R$ 379,50 em 2025. Com o novo valor do salário mínimo em 2026, esse teto subirá para R$ 407,75 por pessoa da família.

Contudo, a legislação prevê flexibilização em casos específicos. Quando comprovadas despesas elevadas com saúde, medicamentos, fraldas ou alimentação especial, o benefício pode ser concedido mesmo que a renda ultrapasse o limite oficial — chegando até ½ salário mínimo per capita, conforme avaliação social do INSS.

Desde 2025, passou a valer uma regra adicional: os valores recebidos por outro membro da família via Bolsa Família são considerados no cálculo da renda. Assim, famílias que acumulam ambos os benefícios devem ter atenção redobrada para não ultrapassar o limite exigido.

Avaliação médica e social no INSS

Para as pessoas com deficiência, o processo de concessão inclui duas etapas fundamentais:

  1. Perícia médica, que comprova o impedimento de longo prazo;
  2. Avaliação social, feita por um assistente social do INSS, que visita o domicílio e analisa as condições de vida da família.

Desde agosto de 2025, uma portaria do Ministério da Previdência estabeleceu que a reavaliação biopsicossocial deve ocorrer a cada dois anos. Entretanto, pessoas com deficiência irreversível ou impedimento permanente passaram a ser dispensadas da nova perícia — uma medida que visa reduzir a burocracia e acelerar os pagamentos.

Obrigatoriedade da biometria e atualização cadastral

Com a sanção da Lei nº 15.077/2024, o governo federal tornou obrigatória a identificação biométrica para novos pedidos do BPC. Essa exigência tem como objetivo evitar fraudes e pagamentos indevidos, reforçando a segurança do sistema.

Além disso, os beneficiários devem atualizar o CadÚnico a cada dois anos. A falta de atualização pode gerar bloqueio temporário do pagamento até que os dados sejam corrigidos. O procedimento pode ser feito gratuitamente nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) ou pelo aplicativo Meu CadÚnico.

Quando o novo valor entra em vigor

A princípio, o reajuste do salário mínimo — e, consequentemente, do BPCentra em vigor em 1º de janeiro de 2026. Assim, o pagamento referente a esse novo valor deve começar a ser feito em fevereiro de 2026, considerando o calendário regular do INSS.

A correção ocorre de forma automática, sem necessidade de novo requerimento. Quem já recebe o benefício em dezembro de 2025 passará a receber o valor atualizado em janeiro de 2026.

Como solicitar o BPC em 2026

Para requerer o BPC, o interessado deve seguir alguns passos essenciais:

  1. Verificar se o CadÚnico está ativo e atualizado;
  2. Acessar o aplicativo ou site Meu INSS e fazer o pedido do benefício;
  3. Anexar documentos como CPF, comprovante de residência e laudos médicos (no caso de deficiência);
  4. Aguardar convocação para perícia médica e avaliação social;
  5. Acompanhar o processo pelo aplicativo Meu INSS ou pelo telefone 135.

O prazo de análise pode variar entre 45 e 90 dias, dependendo da demanda da agência.

Motivos que levam à suspensão do BPC

O benefício pode ser suspenso por diferentes motivos, entre eles:

  • Falta de atualização do CadÚnico;
  • Falecimento do titular;
  • Renda familiar ultrapassando o limite permitido;
  • Não comparecimento à reavaliação periódica;
  • Indícios de irregularidades detectados em cruzamento de dados.

Nesses casos, o beneficiário pode recorrer administrativamente no próprio INSS ou buscar assistência jurídica gratuita na Defensoria Pública da União (DPU).

Ester Farias

Ester Farias

Ester Santos Farias, 24 anos, é uma profissional apaixonada pela escrita e pelo universo jurídico. Graduanda em Direito, ela combina sua formação acadêmica com uma sólida experiência como redatora web.Com mais de seis anos de atuação no mercado digital, Ester se especializou na produção de conteúdos sobre benefícios sociais, direitos trabalhistas e direito previdenciário, tornando temas como INSS e BPC mais acessíveis e compreensíveis. Sua dedicação à escrita se reflete na precisão e qualidade dos textos, consolidando sua reputação como referência na produção e revisão de materiais voltados para o público online.Sempre em busca de aprimoramento, Ester alia sua expertise em redação à base jurídica adquirida na graduação. Seu trabalho é guiado pelo compromisso de informar e esclarecer, garantindo que o acesso à informação seja um direito de todos.