NOVO RG obrigatório: 5 novidades sobre a nova carteira de identidade e como emitir

Nova Carteira de Identidade Nacional (CIN): o que muda com o novo RG

A nova Carteira de Identidade Nacional (CIN), também conhecida como novo RG, já está sendo emitida em todo o Brasil e promete transformar completamente a forma como o cidadão se identifica perante órgãos públicos e privados. O documento traz um padrão unificado, maior segurança e integração com o CPF, além de ser válido em formato físico e digital.

Embora o antigo RG ainda seja aceito até 2032, a substituição para a nova identidade será obrigatória a longo prazo. Antes de mais nada, veja o que muda e por que esse novo modelo é considerado um dos mais modernos do mundo.

1. CPF passa a ser o número único de identificação

A principal mudança da nova Carteira de Identidade Nacional é a substituição do número de RG pelo CPF como identificação única em todo o país.

A princípio, isso significa que o cidadão não terá mais diferentes números de identidade em cada estado — situação que antes gerava confusões e abria brechas para fraudes.

Ou seja, o CPF agora representa oficialmente o número de identidade nacional do brasileiro, válido tanto para fins civis quanto administrativos. Essa unificação facilita o cruzamento de informações entre bancos de dados do governo e reduz erros em cadastros públicos e privados.

2. Documento com formato físico e digital

Em segundo lugar, a CIN traz dois formatos válidos: físico (em papel de segurança ou cartão de policarbonato) e digital, disponível diretamente no aplicativo Gov.br.

A versão digital é gratuita e possui a mesma validade legal do documento físico. Além disso, pode ser acessada facilmente pelo celular, mesmo sem conexão à internet, após o primeiro download.

O padrão é único para todos os estados brasileiros, o que elimina diferenças regionais de layout, cores e informações. A primeira via — tanto física quanto digital — é emitida gratuitamente em qualquer unidade autorizada.

3. Inclusão de informações adicionais e dados de saúde

Antes de mais nada, a CIN também funciona como um documento mais completo e funcional. Ela permite a inclusão de informações médicas e sociais, como:

  • Tipo sanguíneo e fator Rh;

  • Indicação de doador de órgãos;

  • Número do Título de Eleitor;

  • Número da CNH;

  • PIS/PASEP;

  • Número de Identificação Social (NIS).

Em outras palavras, o cidadão pode reunir vários documentos em um só, simplificando sua rotina e reduzindo a necessidade de carregar diferentes papéis ou cartões.

4. Tecnologia e segurança reforçadas com QR Code

Outro ponto essencial da nova identidade é a segurança. A CIN adota tecnologia de ponta para evitar fraudes e falsificações.

Entre os principais elementos está o QR Code, impresso no verso do documento, que permite verificar a autenticidade em tempo real. Esse código direciona para a versão digital validada pelo Governo Federal, confirmando se o documento é verdadeiro.

Além disso, o novo RG traz marcas d’água, impressão ultravioleta e chip opcional em versões mais modernas, semelhantes a cartões bancários.

5. Padrão internacional: válido para viagens no Mercosul

Por fim, a CIN foi desenvolvida seguindo o padrão internacional ICAO 9303, o mesmo utilizado em passaportes.

Isso significa que o documento possui um código MRZ (Machine Readable Zone) — uma faixa legível por sistemas automatizados —, o que permite seu uso como documento de viagem dentro dos países do Mercosul, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia.

Na prática, brasileiros poderão viajar sem passaporte para esses países apenas apresentando a nova carteira de identidade.

A CIN substitui o antigo RG?

Sim, a Carteira de Identidade Nacional substitui o antigo RG, mas a troca não é obrigatória de imediato.

O documento atual continuará válido até 28 de fevereiro de 2032. A partir dessa data, somente a CIN, a CNH e o passaporte serão aceitos como formas oficiais de identificação no Brasil.

Vale destacar que, diferente do RG antigo, a CIN tem prazo de validade conforme a idade do titular:

  • De 0 a 12 anos incompletos: validade de 5 anos;

  • De 12 a 60 anos incompletos: validade de 10 anos;

  • A partir de 60 anos: validade indeterminada.

Ou seja, idosos não precisarão renovar o documento após essa idade.

Como emitir a nova Carteira de Identidade Nacional

A emissão da CIN é simples e gratuita na primeira via.

O cidadão deve agendar o atendimento pelo site oficial do instituto de identificação do estado (como o Poupatempo, em São Paulo, ou o Detran, em outros estados).

Será necessário apresentar:

  • Certidão de nascimento ou casamento atualizada;

  • CPF regularizado na Receita Federal;

  • Comprovante de residência recente.

Após o agendamento, é preciso comparecer pessoalmente para a coleta biométrica e assinatura digital. A entrega do documento costuma ocorrer em até 15 dias úteis, dependendo do estado.

Em quais estados é possível emitir a CIN

A CIN já está disponível em todos os 26 estados e no Distrito Federal, mas o agendamento varia conforme a estrutura de cada região.

Confira alguns exemplos de locais onde já é possível emitir o documento:

  • São Paulo: agendamento via Poupatempo;

  • Rio de Janeiro: emissão pelo Detran-RJ;

  • Minas Gerais: disponível nos postos da Polícia Civil;

  • Paraná: emissão nos postos do Instituto de Identificação;

  • Bahia: atendimento pelo SAC Digital.

Nos demais estados, o processo é semelhante. Em alguns casos, é possível agendar diretamente pelo site do governo estadual.

Quanto custa a segunda via do novo RG

A primeira emissão da CIN é gratuita, mas a segunda via pode ter custo em caso de perda, roubo ou dano.

Os valores variam conforme o estado. No Paraná, por exemplo, a taxa é de R$ 49,31. Já em São Paulo, o valor gira em torno de R$ 47,00.

Contudo, pessoas em situação de vulnerabilidade social ou inscritas no CadÚnico podem solicitar isenção de taxa, mediante comprovação no ato do atendimento.

Versão digital no aplicativo Gov.br

Após a emissão física, o cidadão pode ativar a versão digital da CIN no aplicativo Gov.br, disponível para Android e iOS.

O documento digital aparece automaticamente na conta do usuário e pode ser exibido mesmo offline, com validade em todo o território nacional.

A CIN também ajuda o cidadão a atingir o nível ouro no Gov.br, o que libera acesso a mais de 4,6 mil serviços digitais federais e outros 8 mil de estados e municípios. Isso inclui consulta ao INSS, CNH, PIS/Pasep, FGTS e Bolsa Família.

Por que o novo RG é mais seguro

Especialistas em segurança da informação afirmam que a CIN é um avanço tecnológico significativo no combate a fraudes.

De acordo com o professor Isaías de Queiroz Ramos, coordenador do curso de Cibersegurança da PUC-Campinas, a centralização dos dados “facilita a gestão de informações e reduz a fragmentação de sistemas públicos”.

Entretanto, ele ressalta que o sistema exige robusta infraestrutura tecnológica e proteção de dados, já que concentra informações sensíveis dos cidadãos.

O Governo Federal afirma que todos os dados são armazenados de forma criptografada e seguem os padrões da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), garantindo privacidade e rastreabilidade.

Integração entre sistemas públicos e benefícios diretos

A nova carteira facilita a integração entre ministérios, prefeituras e instituições financeiras, tornando processos mais ágeis.

Com o CPF como identificador principal, a CIN conecta o ciclo de vida do cidadão — desde o nascimento até o falecimento —, permitindo que informações como emissão de certidões, pagamento de benefícios e acesso a políticas públicas sejam automatizadas e cruzadas com maior eficiência.

Isso também reduz burocracia e erros em cadastros, como duplicidades em programas sociais, registros eleitorais ou dados previdenciários.

Impacto para o cidadão e o futuro da identificação no Brasil

A longo prazo, a Carteira de Identidade Nacional se tornará a principal porta de acesso aos serviços públicos.

O governo pretende, inclusive, integrar o documento a sistemas de identificação biométrica facial e permitir, futuramente, assinaturas digitais e validações automáticas em contratos públicos e privados.

Em síntese, a CIN representa um marco na modernização da documentação brasileira, com foco em segurança, praticidade e digitalização.

Enquanto o antigo RG segue válido até 2032, a recomendação é antecipar a emissão do novo documento, especialmente para quem já utiliza serviços digitais do governo.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.