Protegido 100%! Regra oficial confirma 5 situações em que o INSS não pode cortar os pagamentos

Em meio às operações de pente-fino do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), milhões de brasileiros convivem com uma dúvida que domina filas e grupos de aposentados: “Será que eu posso perder meu benefício de um dia para o outro?”

A resposta, embora pareça simples, envolve detalhes legais e regras específicas. De um lado, o INSS tem o dever de suspender pagamentos irregulares; de outro, a legislação garante que certos benefícios não podem ser cortados em hipótese alguma.

Saber essa diferença pode evitar sustos e até preservar a renda de famílias inteiras.

Benefícios que o INSS não pode cortar

Determinadas situações estão protegidas pela legislação previdenciária. Mesmo que o beneficiário seja chamado para uma revisão, o pagamento não pode ser suspenso. Veja os principais casos:

Auxílio-acidente

O auxílio-acidente é um benefício indenizatório, pago ao trabalhador que sofreu um acidente e ficou com sequelas permanentes que reduziram sua capacidade de trabalho. Ele não substitui o salário, mas funciona como uma compensação financeira.

Por isso, o retorno ao trabalho não cancela o direito. Mesmo que o beneficiário volte a exercer atividades, o INSS não pode suspender o pagamento — justamente porque o caráter do benefício é compensatório, não substitutivo.

Pensão por morte

Muitos pensionistas têm medo de perder a renda ao casar novamente ou se aposentar, mas isso não acontece. A pensão por morte continua garantida, pois o novo casamento não elimina o vínculo de dependência reconhecido no momento da concessão.

O que pode mudar é o valor do benefício, já que a Reforma da Previdência criou novas regras de acumulação entre aposentadoria e pensão. Mesmo assim, o pagamento não pode ser cortado.

Aposentadoria por incapacidade permanente (invalidez) após os 60 anos

O INSS pode convocar para perícias médicas periódicas os beneficiários de aposentadoria por incapacidade permanente.

Contudo, após os 60 anos de idade, o aposentado não pode ter o benefício cancelado, mesmo que seja chamado para avaliação.

Essa regra existe porque o legislador reconhece a dificuldade de reinserção no mercado de trabalho e garante estabilidade financeira a quem passou décadas afastado por motivos de saúde.

Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS)

O BPC/LOAS, pago a idosos com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência de baixa renda, também tem proteção especial.

Um erro comum é acreditar que o INSS pode cortar o benefício de um membro da família apenas porque outro já recebe, isso é falso.

A lei permite que duas pessoas da mesma residência recebam o BPC, desde que cada uma cumpra os critérios individuais de renda e condição de vulnerabilidade. Portanto, o simples fato de morar com outro beneficiário não é motivo para suspensão.

Quando o INSS pode cortar o benefício

Apesar das proteções, o INSS tem respaldo legal para suspender benefícios em casos de irregularidades, fraudes ou perda dos requisitos legais.
Veja as principais situações que levam ao corte:

1. Morte do beneficiário

O falecimento encerra automaticamente o direito. O recebimento indevido após o óbito pode gerar devolução dos valores e até investigação criminal em casos de fraude.

2. Fraude comprovada

Qualquer tentativa de obter vantagem indevida, como uso de documentos falsos, informações incorretas ou simulação de dependência, é motivo para cancelamento imediato.

3. Melhora da condição de saúde

Nos casos de auxílio-doença ou aposentadoria por incapacidade, se a perícia comprovar recuperação da capacidade laboral, o benefício pode ser cessado — exceto para aposentados com mais de 60 anos, que têm proteção especial.

4. Aumento da renda familiar (BPC/LOAS)

A renda per capita da família não pode ultrapassar ¼ do salário mínimo, salvo exceções determinadas por decisão judicial.

Se o aumento for duradouro, o benefício pode ser suspenso. No entanto, variações temporárias não justificam o corte.

5. Falta de atualização cadastral

A prova de vida é obrigatória e deve ser feita uma vez por ano. Quem não realiza dentro do prazo pode ter o benefício bloqueado temporariamente, até a regularização.

O mesmo vale para quem ignora convocações do INSS ou não apresenta documentos exigidos.

6. Acúmulo indevido de benefícios

A legislação proíbe o recebimento simultâneo de benefícios incompatíveis, como duas aposentadorias pelo mesmo regime ou aposentadoria e seguro-desemprego.

O INSS cruza dados com outros sistemas e, quando detecta irregularidades, suspende o pagamento até que a situação seja esclarecida.

O papel do pente-fino do INSS

As operações de pente-fino não têm como objetivo “caçar benefícios”, e sim corrigir distorções e garantir o uso correto dos recursos públicos.

Durante essas revisões, o INSS cruza informações de diversas bases de dados, como Receita Federal, Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS) e CadÚnico, para identificar inconsistências. Em caso de suspeita, o beneficiário é notificado e tem direito à defesa antes de qualquer corte.

Por isso, é fundamental manter o cadastro atualizado e guardar todos os documentos médicos, laudos e comprovantes de renda.

O que fazer se o benefício do INSS for cortado indevidamente

Se o benefício foi suspenso sem motivo previsto em lei, o segurado deve agir imediatamente para não perder prazos.

O primeiro passo é acessar o portal Meu INSS (meu.inss.gov.br) ou ligar para a Central 135 e verificar o motivo da suspensão.

Se o segurado discordar do corte, pode registrar um recurso administrativo dentro do próprio sistema, anexando documentos e laudos que comprovem o direito. O prazo para apresentar o recurso é de 30 dias a partir da notificação.

Caso o INSS negue o recurso, ainda é possível entrar na Justiça Federal com o apoio de um advogado previdenciário. Muitas decisões judiciais restabelecem o benefício e determinam o pagamento retroativo das parcelas suspensas de forma indevida.

Atenção aos golpes durante o pente-fino

Durante períodos de revisão, golpistas aproveitam o medo dos beneficiários para aplicar fraudes. Eles se passam por servidores do INSS e enviam mensagens pedindo confirmação de dados ou pagamento de taxas para “evitar o corte”.

É essencial lembrar que:

  • O INSS não envia links por WhatsApp, SMS ou e-mail;
  • Toda comunicação oficial é feita apenas pelo portal Meu INSS ou pela Central 135;
  • Nenhum servidor pode cobrar qualquer valor para liberar, revisar ou manter o benefício;
  • O beneficiário deve ignorar e denunciar qualquer mensagem suspeita.

Manter a atenção e buscar informação em fontes confiáveis é a melhor forma de garantir que o benefício continue seguro — mesmo em tempos de pente-fino.

Ester Farias

Ester Farias

Ester Santos Farias, 24 anos, é uma profissional apaixonada pela escrita e pelo universo jurídico. Graduanda em Direito, ela combina sua formação acadêmica com uma sólida experiência como redatora web.Com mais de seis anos de atuação no mercado digital, Ester se especializou na produção de conteúdos sobre benefícios sociais, direitos trabalhistas e direito previdenciário, tornando temas como INSS e BPC mais acessíveis e compreensíveis. Sua dedicação à escrita se reflete na precisão e qualidade dos textos, consolidando sua reputação como referência na produção e revisão de materiais voltados para o público online.Sempre em busca de aprimoramento, Ester alia sua expertise em redação à base jurídica adquirida na graduação. Seu trabalho é guiado pelo compromisso de informar e esclarecer, garantindo que o acesso à informação seja um direito de todos.