O governo federal já projeta um novo aumento para o salário mínimo em 2026. A previsão é que o valor passe dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.631, a partir de 1º de janeiro de 2026. O reajuste, que segue a política de valorização do salário mínimo, representa um ganho real acima da inflação e beneficiará diretamente milhões de trabalhadores e aposentados.
Com esse novo piso, mais de 25 milhões de brasileiros terão aumento automático na renda, incluindo beneficiários do INSS e pessoas que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS).
Como funciona a nova regra de valorização do salário mínimo
A política de valorização do salário mínimo foi retomada pelo governo e tem como objetivo garantir que o reajuste anual não se limite à reposição da inflação. Ou seja, o valor sobe não apenas para corrigir perdas, mas também para aumentar o poder de compra dos trabalhadores.
A fórmula utiliza dois indicadores principais:
Inflação (INPC): o reajuste cobre a perda do poder de compra causada pela inflação acumulada no ano anterior.
Crescimento do PIB: o valor recebe um aumento real com base no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
Na prática, o reajuste de 2026 considerará:
A inflação de 2025, medida pelo INPC;
O crescimento do PIB de 2024, que deve ser positivo, garantindo aumento real.
Essa fórmula foi responsável por elevar gradualmente o piso nacional desde 2023, após um período de congelamento real entre 2019 e 2022.
Quem vai receber o novo salário mínimo em 2026
A partir de janeiro de 2026, o novo valor de R$ 1.631 será pago a diversos grupos da população. Veja quem é beneficiado:
Trabalhadores com carteira assinada
Todos os empregados formais que recebem o piso nacional terão seus vencimentos ajustados automaticamente. O reajuste impacta também contratos coletivos e categorias que usam o mínimo como base.
Beneficiários do INSS
Aproximadamente 70% dos aposentados e pensionistas recebem exatamente um salário mínimo. Para esses segurados, o benefício passará de R$ 1.518 para R$ 1.631, representando um aumento direto de R$ 113 por mês.
BPC/LOAS
O Benefício de Prestação Continuada, pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, também é vinculado ao piso. Assim, os beneficiários terão o mesmo reajuste, passando a receber R$ 1.631 mensais em 2026.
Outros programas e benefícios
O novo salário mínimo também influencia outros pagamentos atrelados ao piso nacional, como:
Abono salarial (PIS/Pasep);
Seguro-desemprego;
Auxílio-reclusão;
Benefícios trabalhistas e sociais calculados com base no mínimo.
Impacto nos benefícios do INSS acima do mínimo
Nem todos os beneficiários do INSS terão aumento real. Quem recebe acima de um salário mínimo também será reajustado em janeiro, mas o cálculo é diferente.
Reajuste pela inflação
O aumento dos benefícios acima do mínimo é feito apenas com base no INPC acumulado de 2025. Ou seja, não há ganho real, apenas reposição da inflação. O objetivo é manter o poder de compra do benefício.
Sem aumento real
Enquanto os segurados que recebem o piso ganham com o crescimento do PIB, os demais têm reajuste apenas inflacionário. Esse modelo segue a política tradicional da Previdência para faixas acima do mínimo.
Teto do INSS
O teto previdenciário — que em 2025 é de R$ 8.157,41 — também será reajustado pela inflação. Caso o INPC de 2025 fique em torno de 4%, o novo teto do INSS deve ultrapassar R$ 8.480 em 2026.
Por que o reajuste é importante para a economia
O aumento do salário mínimo tem efeito direto sobre a renda de milhões de famílias e impacto indireto sobre toda a economia.
Com mais dinheiro em circulação, o consumo das famílias tende a crescer, o que aquece o comércio e os serviços, gerando novas vagas de trabalho.
Além disso, o reajuste ajuda a reduzir desigualdades, já que o piso nacional serve como referência para pelo menos 70 benefícios e programas sociais em todo o país.
Para o governo, o desafio está em equilibrar o aumento da renda com o impacto fiscal, já que o reajuste eleva os gastos da União com aposentadorias, pensões e benefícios vinculados ao mínimo.
Previsão do governo e tramitação no Congresso
A proposta de aumento do salário mínimo para R$ 1.631 foi incluída no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, já encaminhado ao Congresso Nacional.
Embora ainda dependa de aprovação, a confirmação é quase certa, pois o valor segue a fórmula oficial de valorização e o comportamento esperado do PIB e da inflação.
O Ministério da Fazenda e o Ministério do Trabalho e Emprego estimam que o novo valor entre em vigor em 1º de janeiro de 2026, com os pagamentos reajustados já no fim do mês — quando os beneficiários do INSS recebem a folha referente a janeiro.
Quanto aumenta o poder de compra dos beneficiários
O aumento de R$ 113 pode parecer pequeno, mas representa uma valorização de 7,45% em relação ao piso atual. Para milhões de famílias que dependem do salário mínimo, esse valor faz diferença no orçamento mensal.
Veja alguns exemplos práticos:
Um aposentado que recebe o piso terá R$ 1.356 a mais por ano.
Uma família com dois trabalhadores que recebem o mínimo passará a ter renda mensal de R$ 3.262.
Quem recebe BPC também verá o benefício subir na mesma proporção.
O reajuste reflete a intenção do governo de repor o poder de compra e incentivar o consumo interno, especialmente diante do aumento no custo de vida e na cesta básica.
Impactos esperados para 2026
Com o novo piso de R$ 1.631, o governo espera movimentar bilhões de reais na economia por meio do aumento de renda e do consumo.
A medida também deve beneficiar diretamente municípios pequenos, onde boa parte da população vive de aposentadorias e salários baseados no mínimo nacional.
Segundo analistas econômicos, o reajuste terá impacto positivo principalmente sobre:
Pequenos comércios e serviços locais;
Arrecadação de impostos sobre consumo;
Recuperação do poder de compra das classes de menor renda.
Em contrapartida, pode haver pressão sobre as contas públicas, já que o aumento dos benefícios previdenciários eleva os gastos do governo. Ainda assim, o Executivo afirma que o reajuste é sustentável dentro do orçamento previsto.
