Aposentadoria do INSS em 2026: descubra qual será a idade mínima para homens e mulheres

Nos próximos meses, milhares de trabalhadores brasileiros chegarão a uma etapa decisiva: o momento de planejar a aposentadoria do INSS. A saber, com as mudanças trazidas pela reforma da Previdência, o processo se tornou mais complexo, exigindo atenção redobrada para entender qual regra se aplica a cada situação.

Em 2026, essas regras passam a exigir novas idades mínimas e pontuações, principalmente para quem já contribuía com o INSS antes de novembro de 2019. Isso significa que, dependendo da data de início das contribuições, o tempo de trabalho e a idade mínima podem variar — e muito.

Para quem não acompanha de perto as atualizações da Previdência, as diferenças entre as regras permanentes e as de transição podem causar confusão. Por isso, entender detalhadamente como cada uma funciona é essencial para evitar prejuízos e garantir o melhor valor de benefício possível.

Regra permanente: válida para quem começou a contribuir após 2019 ao INSS

Em primeiro lugar, a chamada regra permanente foi criada pela reforma da Previdência de 2019 e é aplicada a todos os trabalhadores que começaram a contribuir após 13 de novembro daquele ano.

  • Homens: precisam ter 65 anos de idade e 20 anos de contribuição;

  • Mulheres: precisam ter 62 anos de idade e 15 anos de contribuição.

O cálculo do benefício segue a média de 100% das contribuições feitas desde julho de 1994, com a aplicação de um coeficiente de 60%, acrescido de 2% para cada ano adicional de contribuição que ultrapasse o mínimo exigido.

Em outras palavras, quanto mais tempo de contribuição, maior será o benefício. Essa fórmula busca estimular os trabalhadores a permanecerem mais tempo no mercado para garantir um valor mais próximo do salário integral.

Regras de transição: válidas para quem já contribuía antes da reforma

Quem já contribuía para o INSS antes da reforma da Previdência tem direito a escolher entre diferentes regras de transição, que foram criadas justamente para amenizar o impacto das mudanças.

Essas regras combinam tempo de contribuição e idade, evoluindo gradualmente a cada ano até atingir a regra permanente. Em 2026, as principais regras em vigor são as seguintes:

1. Regra da idade mínima progressiva

Essa é uma das opções mais utilizadas pelos segurados. Ela determina um aumento de seis meses na idade mínima por ano, até alcançar o limite da regra definitiva.

  • Homens: 64 anos e 6 meses de idade + 35 anos de contribuição;

  • Mulheres: 59 anos e 6 meses de idade + 30 anos de contribuição.

O cálculo do benefício é o mesmo da regra permanente: média de 100% das contribuições desde 1994, com o coeficiente progressivo.

Essa modalidade costuma beneficiar quem tem muitos anos de contribuição, mas ainda não atingiu a idade exigida pelas demais regras.

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Imagem: Reprodução

2. Regra por pontos (sistema 86/96)

A famosa regra dos pontos soma a idade do segurado ao tempo de contribuição. A pontuação mínima exigida aumenta um ponto por ano, o que faz com que, em 2026, o número exigido seja maior do que nos anos anteriores.

  • Homens: precisam atingir 103 pontos (idade + tempo de contribuição), com 35 anos de contribuição mínima;

  • Mulheres: precisam atingir 93 pontos, com 30 anos de contribuição mínima.

Essa regra costuma ser vantajosa para quem começou a contribuir cedo, pois permite se aposentar sem idade mínima fixa, desde que alcance a pontuação necessária.

O cálculo também segue o mesmo padrão da regra geral, podendo resultar em valores mais altos para quem tem carreiras longas e contribuições constantes.

3. Regra do pedágio de 100%

A chamada regra do pedágio de 100% foi criada para atender quem estava muito próximo da aposentadoria em 2019, antes da aprovação da reforma.

Funciona da seguinte forma: o segurado precisa cumprir o dobro do tempo que faltava para se aposentar até novembro de 2019, além de atender a uma idade mínima.

  • Homens: 60 anos de idade + 35 anos de contribuição + pedágio de 100%;

  • Mulheres: 57 anos de idade + 30 anos de contribuição + pedágio de 100%.

Essa modalidade é bastante procurada porque não aplica fator redutor no cálculo, o que pode garantir um benefício maior.

O valor é calculado com base na média de todas as contribuições desde julho de 1994, sem a aplicação de cortes percentuais, o que favorece quem tinha salários mais altos nos últimos anos.

Como saber qual regra escolher

A escolha da regra mais vantajosa depende de uma análise detalhada do histórico de contribuições, da idade e da expectativa de tempo restante até o cumprimento dos requisitos.

É possível fazer simulações diretamente pelo site ou aplicativo do Meu INSS, na opção “Simular aposentadoria”, onde o sistema mostra as possíveis regras aplicáveis e o valor estimado do benefício.

No entanto, é altamente recomendável buscar a ajuda de um advogado previdenciário ou especialista em planejamento previdenciário, que pode analisar de forma personalizada cada cenário.

Esse profissional pode avaliar, por exemplo, se é mais vantajoso esperar alguns meses para aumentar a pontuação, evitar o pedágio ou garantir um coeficiente melhor no cálculo final.

Cálculo do benefício: como o INSS define o valor final

Independentemente da regra escolhida, o cálculo segue um padrão estabelecido pela reforma de 2019.
O INSS faz a média de todas as contribuições desde julho de 1994, aplicando o coeficiente de 60%, com acréscimo de 2% por ano adicional de contribuição.

Assim, uma mulher que contribuiu por 25 anos terá direito a 70% da média (60% + 10% referentes aos 5 anos além dos 15 obrigatórios).
Um homem que contribuiu por 40 anos terá direito a 90% da média (60% + 20% referentes aos 10 anos além dos 20 obrigatórios).

Vale lembrar que não há mais aplicação do fator previdenciário nas novas regras, o que reduz o impacto negativo sobre quem se aposenta mais cedo.

Por que 2026 será um ano decisivo para os segurados

O avanço da idade mínima e da pontuação é automático a cada ano, o que torna 2026 um marco importante. Trabalhadores que atingem as condições exigidas até o fim de 2025 ainda podem se aposentar com as exigências menores.

A partir de janeiro de 2026, entram em vigor as novas faixas, o que significa seis meses a mais de idade ou um ponto adicional na pontuação.

Essa mudança pode parecer pequena, mas para muitos segurados representa meses adicionais de trabalho e contribuição, além de impacto no valor final do benefício.

Onde buscar informações oficiais

Os canais mais seguros para acompanhar as regras e simular benefícios são os meios oficiais do INSS:

  • Aplicativo Meu INSS (Android e iOS): permite consultar tempo de contribuição, extratos, histórico e realizar simulações.

  • Portal Gov.br: oferece acesso unificado a todos os serviços previdenciários e orientações sobre aposentadorias.

  • Central 135: atendimento telefônico do INSS, disponível de segunda a sábado, das 7h às 22h.

Além disso, é importante desconfiar de promessas de aposentadoria antecipada ou “facilitada”, especialmente nas redes sociais. Apenas o INSS e profissionais credenciados podem fornecer informações confiáveis sobre regras e cálculos.

Planejamento previdenciário: o segredo para não perder dinheiro

Com o aumento gradual da idade mínima e das pontuações, o planejamento tornou-se indispensável. Saber com antecedência qual regra será mais vantajosa pode significar a diferença entre receber R$ 2.500 ou R$ 3.800 por mês.

Muitos trabalhadores, por falta de informação, acabam se aposentando mais cedo do que o ideal, comprometendo o valor do benefício para o resto da vida.

Por isso, a recomendação é clara: utilize o Meu INSS para simular, guarde comprovantes de contribuição e mantenha os dados atualizados. A cada ano, pequenas mudanças nas regras podem afetar diretamente o direito e o valor da aposentadoria.

Por fim, com as regras de 2026, o sistema previdenciário brasileiro entra em uma nova etapa de transição, marcada por mais exigências, mas também por oportunidades de planejamento. Entender como cada modalidade funciona é o primeiro passo para transformar décadas de trabalho em uma aposentadoria segura e bem planejada.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.