O mistério chegou ao fim. Após semanas de expectativa, o Governo Federal confirmou o calendário oficial do Bolsa Família de novembro de 2025, e os pagamentos começam no dia 14 e seguem até 30 de novembro.
Mas o que realmente chamou a atenção dos beneficiários foram três novidades que podem alterar a dinâmica do programa nos próximos meses.
O repasse continuará sendo feito conforme o último dígito do Número de Identificação Social (NIS), em ordem crescente, e o valor mínimo segue em R$ 600 por família. No entanto, ajustes importantes nas regras e na base de beneficiários surpreenderam até mesmo quem já está acostumado com as revisões cadastrais do programa.
Como funciona o pagamento de novembro do Bolsa Família
A Caixa Econômica Federal fará os depósitos em dias úteis, de acordo com o cronograma oficial. Cada família poderá movimentar o dinheiro por meio do aplicativo Caixa Tem, cartão do Bolsa Família, casas lotéricas ou agências da Caixa.
Além disso, o aplicativo Caixa Tem permite transferências bancárias, pagamentos de boletos e uso do cartão virtual de débito para compras, o que amplia as possibilidades de movimentação do benefício.
Quem preferir também pode sacar o valor em terminais de autoatendimento ou usar o cartão do programa diretamente em estabelecimentos comerciais, selecionando a opção débito.

Calendário oficial do Bolsa Família de novembro 2025
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) divulgou as datas de liberação de acordo com o último dígito do NIS. Confira o cronograma completo:
Final do NIS | Data de Pagamento |
---|---|
1 | 14 de novembro |
2 | 17 de novembro |
3 | 18 de novembro |
4 | 19 de novembro |
5 | 21 de novembro |
6 | 24 de novembro |
7 | 25 de novembro |
8 | 26 de novembro |
9 | 27 de novembro |
0 | 30 de novembro |
O intervalo de repasse será de 14 a 30 de novembro, sem pagamentos nos finais de semana, seguindo o padrão do programa.

Valor do benefício e adicionais
O valor mínimo segue fixado em R$ 600,00, mas o total recebido pode aumentar conforme a composição familiar.
Os adicionais continuam ativos e acumulativos:
R$ 150 por criança de 0 a 6 anos incompletos
R$ 50 para gestantes, nutrizes e jovens de 7 a 18 anos incompletos
Esses benefícios podem elevar o total pago a cada família. Por exemplo, um núcleo com duas crianças de até seis anos recebe R$ 300 em adicionais, somando R$ 900 mensais no total.
Se a soma dos valores ficar abaixo do piso de R$ 600, o governo complementa automaticamente a diferença, garantindo o mínimo estabelecido por lei.
Primeira novidade: queda no número de beneficiários
O primeiro ponto que chamou a atenção foi a redução no número de beneficiários ativos em outubro de 2025. O governo confirmou que menos famílias receberam o auxílio em relação aos meses anteriores.
Essa diminuição está diretamente ligada à fiscalização e à revisão cadastral realizada pelo MDS. A ação faz parte do processo anual de conferência do Cadastro Único (CadÚnico), que identifica famílias com inconsistências ou renda acima do permitido.
O chamado “público 8” da revisão de 2025 foi o principal alvo da análise. Esse grupo reúne famílias que não atualizavam seus dados desde janeiro a agosto de 2023.
Além disso, houve casos de saída voluntária — famílias que conseguiram elevar sua renda e deixaram de se enquadrar no perfil de pobreza.
O governo também aplicou novas regras de elegibilidade, mais rígidas, para evitar fraudes e manter o foco em quem realmente precisa do benefício.
Segunda novidade: Regra de Proteção mais rigorosa
A Regra de Proteção é um mecanismo que permite que famílias cuja renda ultrapasse o limite de pobreza continuem recebendo metade do valor do Bolsa Família por um período determinado.
No entanto, essa regra passou por ajustes em julho de 2025.
Agora, novos beneficiários que se enquadrarem nessa condição poderão permanecer no programa por apenas 12 meses.
Já os beneficiários antigos, que entraram na Regra de Proteção antes de julho, mantêm o direito de permanecer por até 24 meses.
O objetivo do governo é incentivar a autonomia financeira e evitar que famílias que já superaram a vulnerabilidade dependam do programa por tempo indefinido.
Ainda assim, a mudança preocupa parte dos beneficiários que estão no limite entre a vulnerabilidade e a renda de transição.
Terceira novidade: fim da desinformação sobre o 13º salário
A terceira novidade envolve o encerramento de boatos sobre o pagamento de um 13º salário do Bolsa Família.
Durante outubro, circularam nas redes sociais e aplicativos de mensagens diversas informações falsas sobre uma suposta “parcela extra” em dezembro.
O Ministério do Desenvolvimento Social esclareceu que não há previsão legal para pagamento de 13º dentro do Bolsa Família em 2025.
O governo reforçou que o benefício continua mensal, com valores e adicionais regulares, sem qualquer gratificação de fim de ano.
A medida busca combater a desinformação, especialmente em períodos em que circulam promessas falsas de bônus ou “abonos natalinos”, que costumam gerar confusão entre os beneficiários.
Quem pode receber o Bolsa Família em novembro
Para receber o benefício, as famílias precisam:
Estar inscritas e com o Cadastro Único atualizado;
Ter renda mensal por pessoa de até R$ 218;
Cumprir as condicionalidades de saúde e educação, como vacinação em dia e frequência escolar mínima de 85% para crianças e adolescentes.
Famílias com renda um pouco acima desse limite podem continuar recebendo parte do valor, conforme a Regra de Proteção.
Como consultar e movimentar o benefício
O aplicativo Bolsa Família é a principal ferramenta para acompanhar os pagamentos. Nele, o beneficiário pode verificar data de liberação, valor disponível e composição da parcela.
Já o aplicativo Caixa Tem oferece mais recursos, como pagamento de contas, transferências, PIX, saques e compras no débito virtual.
Também é possível consultar informações nas agências da Caixa, nas lotéricas ou pelo telefone 111.
Os pagamentos ficam disponíveis por até 120 dias após a liberação. Caso o saque não seja feito dentro do prazo, o valor retorna ao Tesouro Nacional.
O que muda na prática
Dessa forma, as três novidades trazem impacto direto para milhões de famílias. A redução de beneficiários reflete a intensificação das auditorias; o novo limite da Regra de Proteção exige atenção redobrada de quem está próximo do teto de renda; e o fim dos boatos sobre o 13º salário garante mais segurança e transparência nas informações oficiais.
Em meio a esse cenário, o programa segue cumprindo seu papel essencial de combater a pobreza e reduzir a desigualdade social no país, beneficiando quase 19 milhões de famílias.
Por fim, com o calendário agora definido e as regras mais claras, os beneficiários já podem se planejar melhor para o fim do ano — e acompanhar as próximas etapas diretamente pelos canais oficiais do governo.