Economia

A nova função do PIX que pretende salvar clientes Nubank, Caixa, Bradesco, Itaú e mais

Imagine ser vítima de um golpe via PIX e, em vez de entrar em desespero, simplesmente apertar um botão no aplicativo do seu banco e pedir o dinheiro de volta. Parece coisa de outro mundo? Pois é exatamente isso que o Banco Central começou a permitir desde 1º de outubro de 2025 que promete ajudar e muitos os clientes Nubank, Caixa, Bradesco, Itaú e demais bancos.

A nova função — batizada de autoatendimento do Mecanismo Especial de Devolução (MED) — promete revolucionar a forma como o brasileiro lida com fraudes bancárias. Agora, em vez de ligar para o banco, esperar horas no atendimento e abrir protocolos intermináveis, basta tocar na opção “contestar PIX e iniciar o processo na hora.

Por que o Banco Central criou o botão de contestação

O PIX virou o queridinho do Brasil desde que surgiu, em 2020. Rápido, gratuito e acessível, ele se tornou parte da rotina de milhões de pessoas. Mas, junto com a popularidade, vieram também os problemas: golpes, fraudes e transferências feitas sob coação cresceram de forma preocupante.

De olho nisso, o Banco Central decidiu agir. Até então, o chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED) já existia, mas só podia ser acionado com ajuda do atendimento bancário, o que deixava o processo lento. Agora, com o botão direto no app, o cliente ganha autonomia e rapidez.

Como usar o novo botão do PIX passo a passo

A ideia é simples e prática — do jeito que o brasileiro gosta. Veja como funciona o passo a passo do novo recurso:

  1. Acesse o aplicativo do seu banco.
    Entre na área do PIX e procure pela opção “Contestar PIX” ou “Reportar fraude”.

  2. Escolha o motivo.
    Você precisa informar se o problema foi golpe, fraude ou coação.

  3. Envio da contestação.
    O sistema comunica automaticamente o banco do destinatário — o famoso “banco do golpista” — e tenta bloquear o valor imediatamente.

  4. Análise do caso.
    Tanto o seu banco quanto o outro envolvido têm até sete dias para investigar o caso.

  5. Devolução do dinheiro.
    Se for confirmado que a transação realmente foi fruto de um golpe, o dinheiro volta para sua conta em até 11 dias após o pedido.

É um processo simples, digital e rápido, que finalmente traz um pouco mais de alívio para quem vive com medo de cair em armadilhas online.

Nem todo erro pode ser contestado

Aqui vai um alerta importante: nem tudo entra na lista de situações que o botão pode resolver.
O MED só vale para casos em que há fraude, golpe ou coação. Se você digitou a chave PIX errada, se arrependeu da compra ou ficou insatisfeito com um produto, não adianta tentar — o sistema vai recusar a contestação.

Isso acontece porque o objetivo do Banco Central é proteger o cidadão de crimes reais, e não resolver disputas comerciais ou descuidos do usuário.

Por que o novo botão é tão importante

Antes dessa mudança, o cliente que sofria um golpe precisava entrar em contato com o banco, muitas vezes por telefone, chat ou até presencialmente, para tentar reverter a transação.
Com isso, o tempo entre o golpe e o bloqueio do dinheiro era precioso — e, muitas vezes, determinava se o valor seria recuperado ou não.

Agora, com o botão direto no app, a notificação chega em segundos ao banco de destino.
Quanto mais rápido o alerta, maior a chance de o sistema congelar o dinheiro antes que o golpista o transfira ou saque.

Além disso, o Banco Central quer educar o público a agir rápido e usar os canais digitais com mais segurança.

Mas nem tudo são flores: limitações e riscos

Apesar de ser uma medida bem-vinda, o novo botão de contestação não garante o reembolso automático.
Os golpistas, em muitos casos, transferem o dinheiro imediatamente para várias contas diferentes — um processo conhecido como “lavagem em cadeia”.

Alguns ainda convertem os valores em criptomoedas, o que torna a recuperação quase impossível.
Por isso, mesmo com a novidade, o Banco Central reforça que a prevenção continua sendo o melhor remédio.

Outra preocupação é o uso indevido do botão. Imagine alguém que compra um produto via PIX, recebe certinho e depois tenta enganar o vendedor, pedindo a devolução.

Para evitar isso, há um mecanismo de proteção para os recebedores, especialmente lojistas e empreendedores que trabalham com alto volume de transações.

Bancos e fintechs já adaptaram seus aplicativos

Os principais bancos do país — como Nubank, Caixa, Bradesco, Itaú, Santander, Inter e Banco do Brasil — já atualizaram seus aplicativos para incluir o botão.

Cada instituição deu um nome próprio à função, mas o caminho é parecido em todas:
vá até a área do PIX, procure “contestar transação” ou algo semelhante, e siga as instruções.

No Nubank, por exemplo, a opção aparece em “Ajuda do PIX.

Na Caixa e no Itaú, o botão já aparece logo na tela principal da área de transferências.

Ou seja, não é preciso ligar para ninguém nem abrir reclamação manualmente — tudo é resolvido direto pelo app.

A pressa é sua maior aliada

O sucesso do novo sistema depende de uma coisa: agir rápido.

O Banco Central explica que quanto menor o intervalo entre o golpe e a contestação, maior a probabilidade de o dinheiro ainda estar na conta do fraudador.

Se você perceber qualquer transação suspeita, não espere o dia seguinte.

Abra o aplicativo, vá até o botão de contestação e inicie o processo na hora.

Também é fundamental registrar boletim de ocorrência (que pode ser feito online, em muitos estados) e comunicar o banco para reforçar a análise do caso.

Golpes mais comuns que o novo botão ajuda a combater

A lista de fraudes envolvendo PIX é extensa, mas o MED promete agir de forma eficaz em três tipos principais:

  • Golpe do falso vendedor: o criminoso se passa por lojista ou prestador de serviço, recebe o PIX e desaparece.

  • Golpe da coação: vítima é obrigada, sob ameaça, a fazer a transferência.

  • Golpe do suporte falso: o golpista se passa por funcionário do banco e induz o cliente a transferir valores.

Em todos esses casos, o botão de contestação atua como primeiro escudo para tentar bloquear e recuperar os recursos.

Prevenção continua sendo essencial

Mesmo com a nova ferramenta, o Banco Central reforça que a melhor defesa ainda é a atenção.

Desconfie de mensagens que pedem transferências urgentes, verifique sempre o nome do destinatário e nunca compartilhe códigos de segurança.

Outra dica é ativar notificações em tempo real no app do banco. Assim, qualquer movimentação aparece instantaneamente na tela, e você pode agir antes que o pior aconteça.

PIX mais seguro e menos burocrático

Com o novo botão, o PIX dá mais um passo em direção a um sistema financeiro mais rápido, digital e confiável.

Afinal, o brasileiro quer praticidade, mas sem abrir mão da segurança.

E o Banco Central, aos poucos, parece entender isso: quanto mais autonomia o usuário tiver, menores as chances de o golpe vencer o tempo.

Para os clientes de Nubank, Caixa, Itaú, Bradesco e tantos outros bancos, a chegada dessa função representa um respiro de esperança em meio à avalanche de fraudes que marcou os últimos anos.

O botão não é milagre, mas é uma bela ajuda — e, com certeza, vai salvar muita gente de perder dinheiro em segundos.

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