R$ 10,46 bilhões esquecidos em bancos: o “tesouro perdido” que ainda pode ser resgatado por milhões de brasileiros e empresas em 2025
Imagine descobrir, do nada, que tem um dinheiro esquecido em algum banco. Parece milagre, né? Mas não é. É realidade para mais de 48 milhões de pessoas físicas e 4,5 milhões de empresas no Brasil.
O Banco Central revelou nesta semana que ainda existem R$ 10,46 bilhões esquecidos nas instituições financeiras — um valor que poderia movimentar a economia de uma cidade inteira.
Desse total, R$ 8,08 bilhões pertencem a pessoas físicas (sim, pode ser você!) e R$ 2,37 bilhões a empresas. O curioso é que, desde o início do programa, o BC já devolveu R$ 11,74 bilhões, mas o “baú do tesouro” continua cheio.
E o melhor: não existe prazo para resgatar o dinheiro. Mesmo que o saldo tenha ficado lá por anos, ele continua disponível para saque.
Como descobrir se você tem valores esquecidos
O passo a passo é simples — mas exige atenção, porque há muitos sites falsos circulando por aí.
A única forma oficial e segura de fazer a consulta é pelo site valoresareceber.bcb.gov.br.
Nada de clicar em links duvidosos recebidos por e-mail, SMS ou WhatsApp.
O Banco Central não envia mensagens com links diretos, QR Codes ou promessas de liberação imediata.
Ao entrar no site, basta informar o CPF (ou CNPJ, no caso de empresas) e a data de nascimento. Em poucos segundos, o sistema mostra se há algum valor disponível.
Como receber o dinheiro (e por que o PIX é obrigatório)
Se aparecer algum valor, o próximo passo é fazer login com sua conta gov.br de nível prata ou ouro. É essa autenticação que garante a segurança do sistema.
Na sequência, o sistema pede uma chave PIX — que será usada para devolver o dinheiro diretamente na sua conta.
Quem ainda não tem uma chave cadastrada precisa criá-la no banco e depois retornar ao site do BC para finalizar a solicitação.
E se você preferir não usar o PIX?
Nesse caso, é preciso entrar em contato direto com a instituição financeira que está com o valor esquecido e combinar outra forma de recebimento.
Mas convenhamos: o PIX é o caminho mais rápido e simples. Em muitos casos, o dinheiro cai em até 12 horas após a solicitação.
Valores de pessoas falecidas: como os herdeiros podem consultar
Essa é uma dúvida comum — e importante.
Sim, é possível consultar e resgatar valores esquecidos de pessoas falecidas, mas o processo é um pouco mais detalhado.
Somente herdeiros, inventariantes, representantes legais ou testamentários podem acessar essas informações.
O interessado precisa preencher um termo de responsabilidade e, em seguida, entrar em contato com as instituições onde o falecido tinha conta ou contrato.
Os bancos exigem documentos como certidão de óbito, comprovante de inventário e identificação dos herdeiros.
Depois da análise, o valor é liberado para a conta indicada — e, se houver divergências, o processo segue via inventário judicial.
Pedido automático: a novidade que promete facilitar a vida do cidadão
Em maio, o Banco Central lançou uma ferramenta que é praticamente um “modo automático” para quem não quer se preocupar em verificar o site com frequência.
Agora, é possível habilitar a solicitação automática dos valores esquecidos.
Funciona assim:
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O usuário entra no sistema com uma conta gov.br (nível prata ou ouro);
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Ativa a verificação em duas etapas;
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Habilita o serviço de solicitação automática;
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E pronto: quando houver algum valor disponível, o dinheiro será enviado direto para a conta via PIX.
Essa opção é válida apenas para pessoas físicas e para quem possui chave PIX do tipo CPF.
Empresas ainda precisam solicitar manualmente.
O objetivo, segundo o BC, é evitar que as pessoas esqueçam de consultar o sistema e deixem o dinheiro parado por anos.
Mas o Banco Central não avisa quando o dinheiro cai
Aqui está um detalhe importante:
Mesmo com a solicitação automática ativada, o Banco Central não envia notificações sobre o recebimento do valor.
O crédito é feito diretamente pela instituição financeira na conta vinculada à chave PIX cadastrada.
Ou seja: se algum dinheiro “pingar” na sua conta e você não souber de onde veio, pode ser o tal valor esquecido voltando para o dono.
E se o banco não aderiu à devolução via PIX?
Nem todas as instituições financeiras aderiram ao termo de devolução automática via PIX.
Quando isso acontece, o cliente precisa fazer o pedido manualmente.
O mesmo vale para valores vindos de contas conjuntas: nesses casos, o sistema exige que todos os titulares participem do processo de resgate.
Isso serve como uma camada extra de segurança — afinal, ninguém quer que o dinheiro seja devolvido para a pessoa errada.
A segurança reforçada: o BC apertou o cerco contra golpes
Com tanto dinheiro esquecido, é natural que golpistas tentem se aproveitar.
Por isso, o Banco Central reforçou as medidas de segurança no Sistema de Valores a Receber (SVR).
Desde fevereiro, só é possível acessar o sistema com:
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Conta gov.br nível prata ou ouro, e
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Verificação em duas etapas ativada.
Essa verificação dupla impede acessos indevidos e reduz as chances de fraudes.
Se você ainda não tem o app gov.br, é só baixá-lo no celular, preencher seus dados e fazer a validação facial.
Depois disso, o sistema libera a autenticação em dois fatores, essencial para o uso do SVR.
Como funciona o acesso com segurança
O acesso ao sistema é bem direto:
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Entre em valoresareceber.bcb.gov.br;
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Informe seu CPF e senha do gov.br;
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Gere o código de acesso no aplicativo gov.br (será solicitado na tela do BC);
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Após o login, verifique se há valores disponíveis e siga as instruções.
Essa autenticação dupla pode parecer burocrática, mas protege o cidadão de golpes que simulam sites do Banco Central.
Por que ainda há tanto dinheiro esquecido?
Essa é a pergunta que o próprio Banco Central se faz.
Boa parte dos valores vem de contas bancárias encerradas, tarifas cobradas indevidamente, cotas de consórcios, cooperativas e até seguros antigos.
Muita gente muda de endereço, troca de banco ou simplesmente esquece que tinha um saldo pequeno parado — que, somado ao longo dos anos, vira bilhões.
Outro ponto: empresas costumam deixar valores retidos em contas corporativas inativas, especialmente após encerramentos ou fusões.
O curioso é que, mesmo com campanhas constantes, milhões de brasileiros ainda não consultaram o sistema.
Talvez porque achem que o valor será baixo, ou por medo de cair em golpes.
Mas o BC reforça: vale a pena conferir. Mesmo poucos reais esquecidos ainda pertencem a você — e podem ser resgatados a qualquer momento.
Dicas para evitar cair em golpes
Antes de sair clicando em links, é bom relembrar:
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O único site oficial é o valoresareceber.bcb.gov.br;
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O Banco Central não manda mensagens, e-mails ou SMS com links diretos;
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Nunca informe seus dados pessoais fora do site oficial;
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E desconfie de qualquer promessa de “liberação imediata” ou “ajuda no saque”.
Uma boa dica é digitar o endereço manualmente no navegador, em vez de clicar em links compartilhados.
Um sistema que veio para ficar
O Sistema de Valores a Receber (SVR) começou como uma iniciativa temporária, mas acabou se tornando um serviço permanente do Banco Central.
E com o volume de dinheiro ainda parado, tudo indica que ele continuará ativo por muitos anos.
A proposta é simples: garantir que o dinheiro esquecido volte para o bolso do dono, de forma segura, digital e sem burocracia.
Se você nunca consultou, talvez valha a pena tentar agora.
Afinal, pode ter um valor esperando por você há anos — e o melhor de tudo, sem prazo para acabar.
Golpes do dinheiro esquecido: o novo truque que está enganando milhões de brasileiros
Desde que o Banco Central (BC) lançou o Sistema de Valores a Receber (SVR), milhares de pessoas correram para consultar se tinham algum dinheiro esquecido em bancos e financeiras.
Mas, junto com o interesse legítimo dos cidadãos, vieram também os golpistas digitais, que enxergaram uma oportunidade de ouro para roubar dados e aplicar fraudes.
De acordo com o Banco Central e a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), criminosos estão usando sites falsos, mensagens enganosas e aplicativos fraudulentos para ludibriar usuários que desejam reaver valores esquecidos.
E o pior: muitos caem no golpe porque o visual e a linguagem imitam perfeitamente o sistema oficial.
Principais golpes envolvendo o “dinheiro esquecido” do Banco Central
1. Falsos sites que imitam o sistema oficial
Um dos golpes mais comuns é a criação de páginas falsas que copiam o layout do site verdadeiro do Banco Central.
Esses sites fraudulentos geralmente têm endereços muito parecidos com o original — às vezes mudando apenas uma letra — e prometem uma “consulta rápida” ou “liberação imediata” dos valores.
A armadilha é simples: o usuário digita CPF, senha ou dados bancários, e tudo vai direto para as mãos dos criminosos.
Vale lembrar: o único endereço oficial é valoresareceber.bcb.gov.br. Nenhum outro domínio é autorizado.
2. Mensagens falsas via WhatsApp, SMS e e-mail
Outro golpe bastante difundido ocorre por meio de mensagens em massa enviadas por WhatsApp, SMS e até e-mail.
O texto geralmente diz algo como “Você tem valores a receber do Banco Central. Clique aqui para resgatar” — e vem acompanhado de um link malicioso.
Ao clicar, a vítima é direcionada para uma página falsa, onde os criminosos pedem dados pessoais e bancários.
Em alguns casos, o link instala malwares (programas espiões) no celular, capazes de capturar senhas e movimentações financeiras.
3. Cobrança de taxas para liberar o dinheiro
Uma tática antiga, mas que ainda engana muita gente.
Os golpistas afirmam que existe uma “taxa de liberação” ou “tarifa do Banco Central” para que o valor seja devolvido.
Isso é mentira.
O Banco Central nunca cobra taxas para consultas, solicitações ou transferências no sistema de Valores a Receber.
Todo o processo é gratuito e feito exclusivamente pelo site oficial.
Se alguém pedir pagamento antecipado, bloqueie o contato e denuncie.
4. Aplicativos falsos que prometem resgatar valores
Outra armadilha digital são os aplicativos falsos disponíveis em lojas de apps ou enviados por mensagem. Eles dizem que facilitam a consulta do “dinheiro esquecido”, mas na verdade coletam informações sigilosas
e acessam permissões do celular.
Uma vez instalados, esses apps podem capturar senhas, números de conta, contatos e até interceptar mensagens.
O Banco Central não possui aplicativo próprio para consultar valores.
A consulta deve ser feita somente pelo navegador, no endereço oficial.
5. Anúncios falsos nas redes sociais
Com o aumento das buscas pelo termo “dinheiro esquecido”, criminosos passaram a investir em anúncios pagos no Instagram, Facebook e Google.
Esses anúncios levam para sites fraudulentos que simulam o sistema do Banco Central.
Muitos desses links até aparecem entre os primeiros resultados das pesquisas, o que aumenta a confusão.
Por isso, o ideal é nunca clicar em anúncios patrocinados — digite o endereço diretamente no navegador.
Como se proteger dos golpes e consultar com segurança
O próprio Banco Central reforça que a melhor defesa contra golpes é a informação.
A seguir, veja as principais recomendações para evitar cair em armadilhas:
Use apenas o site oficial
O único canal legítimo para consultar valores esquecidos é:
👉 valoresareceber.bcb.gov.br
Se o site tiver qualquer outra variação — como “.com”, “.org” ou números no final — é falso.
Não pague nenhuma taxa
O serviço do Banco Central é 100% gratuito.
Não existe cobrança, taxa de manutenção, liberação, autenticação ou qualquer outro tipo de pagamento.
Se alguém pedir dinheiro para liberar valores, é golpe.
Desconfie de links recebidos
O BC não envia mensagens com links por e-mail, SMS, WhatsApp ou redes sociais.
Qualquer mensagem que contenha um link, QR Code ou número para contato é falsa.
O Banco Central também não pede dados pessoais nem solicita que o cidadão informe senha, código de verificação ou chave PIX por telefone.
Nunca forneça dados por ligação
O BC não entra em contato com cidadãos para falar sobre valores a receber. Nenhum funcionário liga para pedir informações, confirmar dados ou oferecer ajuda no resgate.
Qualquer ligação com esse tipo de pedido é tentativa de golpe.
Autenticação segura com o gov.br
O acesso ao sistema oficial exige uma conta gov.br com nível prata ou ouro e verificação em duas etapas ativada.
Essa dupla autenticação protege seus dados e impede que golpistas entrem na sua conta.
Se você ainda não tem o aplicativo gov.br instalado, baixe gratuitamente e faça a validação facial.
Por que esses golpes se espalham tão rápido
A popularidade do programa de “dinheiro esquecido” gerou uma corrida de milhões de brasileiros ao site oficial, especialmente quando os primeiros resgates começaram.
Esse volume gigantesco de acessos despertou o interesse dos golpistas, que perceberam uma chance de atrair vítimas curiosas.
A combinação de falsa urgência (“resgate imediato”), promessas de dinheiro fácil e páginas que imitam sites oficiais faz com que muita gente acredite ser legítimo.
Além disso, os criminosos utilizam técnicas de engenharia social, estudando o comportamento das pessoas e explorando momentos de maior interesse público — como reportagens sobre novos lotes liberados pelo BC.
Dados e alertas sobre fraudes
Embora o Banco Central não divulgue números exatos sobre o volume de golpes aplicados relacionados ao SVR, tanto o BC quanto a Febraban publicam alertas frequentes sobre o crescimento das fraudes financeiras.
Segundo a Federação, houve aumento expressivo nas tentativas de golpe digital no Brasil nos últimos anos, especialmente em períodos de alta busca por benefícios ou devoluções de valores.
Muitas vítimas sequer registram ocorrência, o que torna difícil medir o total de prejuízos causados.
Por isso, as instituições reforçam a importância de informar as autoridades sempre que uma tentativa de golpe for identificada.
O que fazer se você cair em um golpe
Se você já informou dados pessoais ou bancários em algum site suspeito, mude suas senhas imediatamente e entre em contato com seu banco.
Também é recomendado registrar um boletim de ocorrência e notificar o Banco Central por meio dos canais oficiais.
Além disso, é importante ficar atento a movimentações incomuns nas suas contas, cartões ou chaves PIX.
Se notar algo estranho, bloqueie o acesso e comunique seu banco o quanto antes.