Quem recebe um salário mínimo perde o Bolsa Família? Saiba o que pode acontecer

Se tem um assunto que mexe com milhões de brasileiros, esse assunto é o Bolsa Família. Afinal, estamos falando de um programa que ajuda mais de 19 milhões de famílias em todo o país. Mas, junto com a ajuda, vem sempre aquela dúvida clássica: quem recebe um salário mínimo pode ter direito ao benefício?
A resposta não é tão simples quanto parece. Não basta olhar apenas para o salário; o segredo está em entender o cálculo da renda per capita e as regras que o governo federal usa para definir quem pode receber a ajuda.
Como está funcionando o Bolsa Família em 2025
Em 2023, o Bolsa Família passou por uma repaginada. Voltou com força total, cheio de novidades e regras que prometem melhorar a vida de quem mais precisa.
Além do valor básico de R$ 600 por família, agora existem benefícios extras para quem tem filhos pequenos, gestantes e adolescentes. A ideia é simples: quanto maior a família e mais pessoas em situação de vulnerabilidade, maior será o valor total.
O que muitos não sabem é que, dependendo da composição familiar, a ajuda mensal pode passar de R$ 1.000.
Quando o salário mínimo dá direito ao Bolsa Família
A regra principal do Bolsa Família em 2025 é clara: A renda mensal por pessoa da família precisa ser de, no máximo, R$ 218.
Mas, atenção: esse valor é calculado por cabeça, e não pelo salário total da casa. Por exemplo:
- Imagine uma família com sete pessoas vivendo em uma única casa.
- Só uma pessoa trabalha e recebe R$ 1.518, que é o salário mínimo de 2025.
- Dividindo esse valor pelas sete pessoas, a renda por pessoa fica em R$ 216,85.
Como esse valor fica abaixo de R$ 218, essa família tem direito ao Bolsa Família. Agora, se a família tiver menos de sete pessoas, a renda por cabeça sobe e pode ultrapassar o limite. Nesse caso, o benefício não seria liberado.
Portanto, para quem recebe um salário mínimo, quanto maior a família, maior a chance de receber o Bolsa Família.
E se a renda da família aumentar? Perde o Bolsa Família?
Muitos brasileiros pensam que, ao conseguirem um emprego formal ou até mesmo um aumento, perderão o Bolsa Família na mesma hora. Foi por isso que o governo criou a chamada Regra de Proteção, que funciona da seguinte forma:
- Se a renda da família aumentar, mas não ultrapassar meio salário mínimo por pessoa (ou seja, R$ 759 por pessoa em 2025), o Bolsa Família não some de uma vez.
- O valor do benefício cai para 50% do que era pago antes.
- A família continua recebendo por até 12 meses.
Antes, esse período de transição era de dois anos, mas em junho de 2025 o governo reduziu para apenas um. Famílias que já estavam na regra antes da mudança continuam com os dois anos garantidos.
Como se inscrever no Bolsa Família em 2025
De antemão, é importante destacar que, para receber o Bolsa Família, não basta querer. É preciso estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico), que é a base de dados usada pelo governo para identificar as famílias de baixa renda.
O cadastro é feito de graça nos CRAS (Centros de Referência de Assistência Social) ou em postos da prefeitura.
Documentos exigidos:
- CPF ou título de eleitor de todos os membros da família
- Comprovante de residência atualizado
- Documentos de identificação (RG, certidão de nascimento ou casamento)
Mesmo assim, não é automático: todo mês, o sistema do governo analisa as informações e define quem receberá o benefício.
Quais são os benefícios adicionais que aumentam o valor do Bolsa Família
Além dos R$ 600 por família, existem extras que fazem muita diferença no valor final:
- R$ 150 por criança de até 6 anos
- R$ 50 por criança ou adolescente entre 7 e 18 anos
- R$ 50 para gestantes
- R$ 50 para nutrizes (mães de bebês de até seis meses, por seis meses)
Esses adicionais podem fazer o valor final passar dos R$ 1.000 por mês, dependendo da composição familiar.
Como consultar o pagamento do benefício
Depois de aprovado, dá para acompanhar tudo pelo aplicativo Caixa Tem ou pelo app Bolsa Família:
- Valor do benefício
- Datas de pagamento
- Extrato dos repasses
Tudo isso sem sair de casa, direto pelo celular.