STF confirma nova regra no INSS que vai impactar os aposentados e segurados ainda em 2025

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, que a chamada alta programada do auxílio-doença no INSS é totalmente constitucional. A decisão, tomada agora no fim de setembro, pode não parecer muito clara à primeira vista, mas vai impactar milhares de segurados e aposentados do país.

Mas afinal, o que significa a alta programada? Basicamente, ocorre quando o INSS dá um prazo para o fim do auxílio-doença sem precisar chamar o segurado para uma nova perícia médica. Mas, se a pessoa não estiver recuperada, pode pedir a prorrogação do benefício.

Para melhor compreensão, quando alguém fica doente e não consegue trabalhar, o INSS paga o auxílio-doença, certo? Antes, esse benefício só acabava quando o segurado fazia uma nova perícia médica para provar que estava recuperado.

Com a alta programada, a coisa muda um pouco. O INSS já define lá no início quanto tempo o benefício vai durar. Quando chega a data final, o pagamento para — a não ser que o segurado peça a prorrogação mostrando que ainda está doente.

Ou seja, a responsabilidade agora é do trabalhador. Se ele não pedir a prorrogação, o benefício termina sozinho, sem precisar de mais ninguém para decidir.

Exemplo prático de como deve funcionar: Vamos imaginar uma situação para ficar bem claro: João quebrou a perna e recebeu auxílio-doença por 90 dias. Quando o prazo acabou, ele já estava trabalhando normalmente. Pronto, o benefício terminou sozinho, sem precisar de perícia.

Como aconteceu a decisão do STF

O caso começou em Sergipe, quando a Justiça Federal disse que a alta programada era inconstitucional. O argumento era que as Medidas Provisórias que criaram a regra não tinham relevância ou urgência para mudar a lei.

O INSS recorreu, e o tema foi parar no Supremo. Em setembro de 2025, o STF analisou o Recurso Extraordinário 1347526 e decidiu: a alta programada é válida, sim, e está de acordo com a Constituição.

O relator, ministro Cristiano Zanin, explicou que a medida traz mais eficiência para o sistema previdenciário e ajuda a evitar atrasos e filas nas perícias.

Segundo Zanin, a alta programada faz sentido porque:

  • O auxílio-doença é um benefício temporário.
  • Se o médico já definiu um tempo estimado para a recuperação, não tem por que gastar recursos com perícias desnecessárias.
  • O segurado continua protegido, pois pode pedir a prorrogação se não estiver bem.

Além disso, o ministro disse que as Medidas Provisórias apenas atualizaram a lei que já existia, sem mudar a Constituição. Por isso, não havia motivo para declarar a regra inconstitucional.

Com a decisão, o STF definiu uma tese de repercussão geral. Isso significa que, a partir de agora, todos os processos semelhantes deverão seguir esse entendimento.

A tese diz o seguinte:

“Não viola a Constituição a estipulação de prazo para a duração do auxílio-doença, conforme os §§ 8º e 9º do artigo 60 da Lei 8.213/1991.”

Em outras palavras: a alta programada está totalmente dentro da lei e vale para todo o Brasil.

O que muda para os segurados do INSS?

Na prática, a decisão traz algumas mudanças importantes para quem depende do auxílio-doença, como:

  • Fim automático: o benefício acaba na data marcada, sem perícia extra.
  • Pedido de prorrogação: se o segurado ainda não estiver bem, ele deve pedir a prorrogação antes do fim do prazo.
  • Mais agilidade: menos filas e atrasos para quem realmente precisa da perícia.

Assim, quem está doente continua protegido, mas sem sobrecarregar o sistema com perícias desnecessárias.

Como solicitar a prorrogação do auxílio-doença

Se a pessoa chegar perto do fim do prazo e ainda não estiver recuperada, precisa pedir a prorrogação. Veja como fazer:

  1. Entre no site ou aplicativo Meu INSS;
  2. Faça o pedido de prorrogação;
  3. Anexe os laudos médicos;
  4. Aguarde a análise.

O segredo é não esperar o benefício acabar para só depois correr atrás. O pedido deve ser feito antes da data final.

Benefícios para o INSS e para o sistema previdenciário

Além de facilitar a vida do segurado, a alta programada traz vantagens para o próprio INSS:

  • Menos perícias desnecessárias: libera médicos para casos mais urgentes.
  • Economia de recursos públicos: evita gastos com benefícios indevidos.
  • Redução de fraudes: dificulta pagamentos para quem já está recuperado.
  • Sistema mais eficiente: menos burocracia e mais agilidade.

Tudo isso ajuda a manter a saúde financeira da Previdência Social, que atende milhões de brasileiros.

Ester Farias

Ester Farias

Ester Santos Farias, 24 anos, é uma profissional apaixonada pela escrita e pelo universo jurídico. Graduanda em Direito, ela combina sua formação acadêmica com uma sólida experiência como redatora web.Com mais de seis anos de atuação no mercado digital, Ester se especializou na produção de conteúdos sobre benefícios sociais, direitos trabalhistas e direito previdenciário, tornando temas como INSS e BPC mais acessíveis e compreensíveis. Sua dedicação à escrita se reflete na precisão e qualidade dos textos, consolidando sua reputação como referência na produção e revisão de materiais voltados para o público online.Sempre em busca de aprimoramento, Ester alia sua expertise em redação à base jurídica adquirida na graduação. Seu trabalho é guiado pelo compromisso de informar e esclarecer, garantindo que o acesso à informação seja um direito de todos.