O certo é ‘ciclano’, ‘sicrano’ ou ‘siclano’? A resposta que ninguém esperava sobre o termo usado por gerações de brasileiros

Se você já escreveu uma mensagem, parou no meio da frase e ficou em dúvida se o correto era “ciclano”, “sicrano” ou “siclano”, saiba que não está sozinho. Muita gente passa por isso, e não é à toa. Essa expressão, usada para se referir a pessoas de forma genérica — geralmente junto de “fulano” e “beltrano” — causa confusão há décadas.

E aqui vai logo o spoiler: o correto é sicrano. Mas não se preocupe, a história por trás desse termo é tão curiosa que vale a pena entender de onde ele surgiu e por que tanta gente escreve errado.

De onde veio o “sicrano”?

A origem de sicrano está no árabe šakrán, que significa “agradecido”. Acredita-se que o termo tenha chegado ao português por meio do espanhol zutan, usado para indicar alguém indeterminado, assim como “fulano” e “beltrano”.

No Brasil, “sicrano” acabou se popularizando como a terceira pessoa da lista:

  • Fulano

  • Beltrano

  • Sicrano

É aquela trinca clássica que aparece quando alguém quer falar de pessoas fictícias, sem citar nomes reais. Por exemplo:

“Fulano, Beltrano e Sicrano foram à festa.”

Perceba que ninguém está falando de gente específica. É só uma forma de contar histórias sem entregar a identidade de ninguém.

Mas por que tanta gente fala “ciclano” ou “siclano”?

Simples: a língua falada.

Quando pronunciamos “sicrano” rapidamente, muitas vezes o “s” do começo parece um “c” e o “r” quase desaparece. Assim, para quem ouve, a palavra soa como “ciclano” ou “siclano”.

E aí vem a escrita: a pessoa escreve exatamente como ouviu. É o famoso “ouvi dizer, achei que era assim” que gera confusões ortográficas até hoje.

Se você já escreveu “ciclano” ou “siclano”, não precisa ficar com vergonha. É mais comum do que parece!

A prova definitiva: dicionários e gramáticos

Se restava alguma dúvida, basta abrir qualquer dicionário respeitado da língua portuguesa — como o Houaiss ou o Michaelis — e pesquisar. Você vai encontrar apenas sicrano registrado como forma correta.

Gramáticos também confirmam: a lista clássica é fulano, beltrano e sicrano. Até existe “ciclano” na norma culta da língua, mas não “siclano”.

Fulano, Beltrano e Sicrano: quem são eles, afinal?

Apesar de parecerem personagens misteriosos, esses nomes são apenas expressões genéricas para se referir a pessoas fictícias.

  • Fulano costuma ser o primeiro citado. É como se fosse “alguém aí”.

  • Beltrano aparece quando entra outro personagem na história.

  • Sicrano é o terceiro, aquele que completa o trio.

Eles servem para criar exemplos, contar histórias ou explicar situações sem envolver pessoas reais. É como dizer “o João, a Maria e o Pedro”, só que de forma impessoal.

Outras versões pelo Brasil

A língua portuguesa é viva e cheia de variações regionais. Por isso, não é estranho encontrar expressões parecidas em diferentes lugares do Brasil.

Em algumas regiões, além de Fulano, Beltrano e Sicrano, aparecem outros nomes curiosos como Tertulano ou Zumano. Mas esses são bem mais raros e soam até engraçados para muita gente.

Ainda assim, a versão consagrada, a que você encontra em livros, jornais e textos formais, é sempre:
Fulano, Beltrano e Sicrano.

Exemplos práticos para nunca mais errar

Para fixar de vez, veja alguns exemplos simples:

  • “Fulano disse uma coisa, Beltrano discordou e Sicrano ficou só olhando.”

  • “Se não for o Fulano, pode ser o Beltrano ou até o Sicrano.”

  • “Fulano, Beltrano e Sicrano passaram aqui mais cedo.”

Em todos os casos, a ideia é a mesma: pessoas genéricas, sem nome específico, só para ilustrar a situação.

Curiosidade: existem equivalentes em outras línguas?

Sim! Em inglês, por exemplo, existem expressões como John Doe e Jane Doe, usadas para se referir a pessoas desconhecidas. No espanhol, os “Fulano, Beltrano e Sicrano” da vez são Fulano, Mengano e Zutano.

Ou seja, a necessidade de criar nomes fictícios para contar histórias é universal. Cada língua tem sua versão, mas a função é sempre a mesma.

O veredito final

Se você leu até aqui, agora já sabe: o correto é “sicrano”.

“Ciclano” e “siclano” são apenas variações faladas que nunca entraram para a norma padrão do português. Podem até aparecer em redes sociais, mensagens de texto e conversas informais, mas, em textos formais, o certo é sempre usar sicrano.

Da próxima vez que for escrever aquela frase com Fulano, Beltrano e companhia, já sabe qual nome escolher para não errar.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.