Economia

Drex: nova moeda digital do Brasil promete repetir sucesso do Pix, integrar o BRICS e desafiar hegemonia do dólar

O Drex, nova moeda digital do Brasil, será lançado em 2025 para repetir o sucesso do Pix, integrar o BRICS e impulsionar um sistema financeiro global menos dependente do dólar.

O Banco Central do Brasil está prestes a lançar o Drex, a moeda digital brasileira que pode mudar não apenas o sistema financeiro nacional, mas também o papel do país na economia mundial. Previsto para 2025, após dois anos de testes, o Drex surge com a missão de repetir o sucesso do Pix, que revolucionou os pagamentos no país, e abrir caminho para um sistema global menos dependente do dólar, especialmente dentro do bloco BRICS.

Mais do que inovação tecnológica, o Drex representa um movimento estratégico do Brasil em direção a maior autonomia financeira e relevância geopolítica.

Do Pix ao Drex: o Brasil como referência em inovação financeira

O Pix, lançado em 2020, se consolidou rapidamente como o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros. Em apenas dois anos, ultrapassou cartões de débito e crédito, somando mais de 150 milhões de usuários. Hoje, transferências instantâneas e gratuitas fazem parte da rotina de pessoas e empresas em todo o país.

O Drex herda esse prestígio, mas com uma proposta ainda mais ambiciosa. Enquanto o Pix é um sistema de liquidação instantânea entre contas, o Drex será uma moeda digital oficial, emitida e garantida pelo Banco Central, com paridade total ao real físico.

Ou seja, o Drex não é uma criptomoeda privada, como o Bitcoin ou o Ethereum, mas sim uma versão digital da moeda nacional, com estabilidade, respaldo institucional e segurança jurídica.

Como funciona o Drex e por que ele é diferente das criptomoedas

O Drex ficará disponível em carteiras digitais e poderá ser usado em diversas operações financeiras, como:

  • Pagamentos instantâneos 24/7.

  • Transferências entre pessoas e empresas.

  • Liquidação automática de contratos com tecnologia blockchain.

  • Negociações complexas, como compra e venda de imóveis, com uso de contratos inteligentes.

Diferente das criptomoedas, que sofrem com volatilidade e não têm emissão oficial, o Drex será lastreado no real, garantindo estabilidade. Além disso, terá integração direta com o sistema bancário e maior rastreabilidade, o que amplia a segurança contra fraudes.

Drex e o BRICS: o passo para reduzir a dependência do dólar

O aspecto mais estratégico do Drex vai além do Brasil: ele pode ser a chave para um novo sistema de pagamentos internacionais.

O BRICS — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ao qual recentemente se uniram países como Egito e Arábia Saudita — busca há anos alternativas ao dólar nas transações comerciais.

Se interoperável com moedas digitais emitidas pelos demais países do bloco, o Drex pode:

  • Eliminar a necessidade de conversão para dólar em negociações internacionais.

  • Reduzir custos de transação e riscos cambiais.

  • Fortalecer a autonomia financeira das economias emergentes.

A China já avançou com o yuan digital, e a Rússia testa o rublo digital. Se esses sistemas conseguirem “conversar” entre si, o BRICS poderá construir uma rede própria de pagamentos, independente do sistema SWIFT, atualmente dominado pelo Ocidente.

Benefícios do Drex para a população e para as empresas

Além da integração internacional, o Drex trará impactos diretos no dia a dia dos brasileiros. Entre os principais benefícios previstos estão:

  • Pagamentos instantâneos internacionais, algo ainda inexistente.

  • Inclusão financeira de pessoas sem conta bancária tradicional, mas com celular.

  • Menores custos de transação para empresas e consumidores.

  • Maior automação de contratos, reduzindo burocracia.

  • Segurança ampliada, já que todo o sistema será registrado pelo Banco Central.

Para o setor exportador, especialmente o agronegócio, a moeda digital pode representar uma revolução. Empresas brasileiras poderão negociar diretamente com parceiros do BRICS sem depender do dólar, reduzindo custos e ampliando margens de lucro.

Desafios e riscos que o Drex precisa superar

Apesar do grande potencial, o Drex também enfrenta desafios relevantes:

  1. Interoperabilidade internacional – Para integrar o BRICS, serão necessários acordos técnicos e políticos que podem levar anos.

  2. Segurança cibernética – Como proteger o sistema de ataques digitais e fraudes será um dos maiores desafios do Banco Central.

  3. Privacidade dos usuários – O controle oficial sobre a circulação da moeda digital levanta discussões sobre até onde as autoridades poderão acessar dados de transações.

  4. Inclusão digital – Milhões de brasileiros ainda não têm internet de qualidade ou smartphones adequados, o que pode gerar exclusão.

Foto: Drex: nova moeda digital do Brasil será lançada para repetir o sucesso do Pix, integrar o BRICS e criar um sistema financeiro global menos dependente do dólar

Impacto geopolítico: um passo contra a hegemonia do dólar?

Se integrado com sucesso ao sistema do BRICS, o Drex pode se tornar uma das ferramentas mais eficazes da estratégia de desdolarização que o bloco vem perseguindo.

Especialistas lembram que não se trata de substituir o dólar de forma imediata, mas de criar alternativas reais para o comércio internacional. Isso já representaria um avanço significativo em direção a um mundo multipolar financeiro.

Para os Estados Unidos, qualquer redução da participação do dólar em transações globais representa perda de influência. Assim, é possível que iniciativas como o Drex provoquem reações diplomáticas e econômicas por parte do Ocidente.

O futuro do Drex e o papel do Brasil no cenário global

O lançamento do Drex marcará uma nova fase da história financeira brasileira. Se o Pix transformou o país em referência mundial em inovação bancária, o Drex pode colocar o Brasil na vanguarda das moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs).

Segundo o Banco Central, a implementação será gradual, com novas funcionalidades sendo liberadas ao longo dos próximos anos. Mas se conseguir entregar segurança, eficiência e integração internacional, o Drex pode se tornar o Pix internacional”, consolidando o Brasil como protagonista de um sistema financeiro global menos dependente do dólar.

Considerações finais

O Drex vai muito além de uma moeda digital: ele é um projeto estratégico de inovação e soberania. No plano interno, promete modernizar o sistema financeiro, ampliar a inclusão digital e reduzir custos de transação. No cenário externo, pode fortalecer a posição do Brasil dentro do BRICS e contribuir para a criação de um sistema de pagamentos internacional mais equilibrado.

Assim como o Pix mudou a forma como os brasileiros lidam com o dinheiro no dia a dia, o Drex pode redefinir o papel do país no tabuleiro econômico mundial. Se bem-sucedido, poderá ser lembrado como a iniciativa que deu ao Brasil não apenas um novo meio de pagamento, mas também uma nova voz no sistema financeiro global.

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos, 29 anos, é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), em Salvador, descobriu sua verdadeira vocação na escrita e na criação de conteúdo digital. Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol. Sua busca por precisão e relevância fez dele uma referência nesses segmentos, ajudando milhares de leitores a se manterem informados e atualizados.… Mais »
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