Programa Mulheres Mil vai liberar mais 10 mil vagas em cursos gratuitos sobre cuidados
O Governo Federal anunciou na última quarta-feira (9), por meio de publicação no Diário Oficial da União, a ampliação do Programa Mulheres Mil, que vai disponibilizar mais 10 mil vagas gratuitas em cursos de qualificação profissional na área de cuidados.
Com a nova etapa, o total de vagas ofertadas pelo programa em 2025 chega a 40 mil, reforçando o compromisso com a capacitação de mulheres em situação de vulnerabilidade social.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e o Ministério da Educação (MEC), com apoio de outras pastas e órgãos federais.
Além das vagas gerais, o programa também terá um foco especial nas trabalhadoras domésticas, com a abertura de 900 vagas exclusivas para esse público — o mesmo número ofertado no projeto-piloto de 2024.
Cursos gratuitos para mulheres em situação de vulnerabilidade
O Mulheres Mil oferece cursos profissionalizantes voltados para os cuidados — área em franca expansão devido ao envelhecimento da população e à crescente demanda por profissionais qualificados para cuidar de idosos, crianças e pessoas com deficiência.
Os cursos são gratuitos, com metodologia específica que garante acesso, permanência e conclusão por parte das alunas.
A taxa de conclusão das turmas-piloto de 2024 alcançou 82%, segundo dados do MDS. Essa performance positiva foi um dos fatores que motivaram a ampliação do programa neste ano.
Estados participantes e instituições envolvidas
Em sua etapa anterior, o Mulheres Mil contou com a colaboração dos Institutos Federais da Bahia, Pernambuco, Sergipe, Maranhão, São Paulo e Rio de Janeiro.
Com a expansão, a expectativa é envolver ainda mais instituições de ensino técnico e tecnológico, ampliando o alcance nacional da proposta.
A professora Patrícia Barcellos, diretora de Políticas e Regulação da Educação Profissional e Tecnológica do MEC, reforçou a importância da metodologia do programa:
“O Mulheres Mil não é só um curso de formação, mas uma metodologia que faz com que as mulheres tenham acesso, permanência e êxito nos programas. A gente tem muitos resultados humanos, histórias de transformação real da vida das mulheres”, destacou.
Formação profissional e elevação da escolaridade
Para a secretária nacional de Cuidados e Família do MDS, Laís Abramo, o foco do programa vai além da simples capacitação técnica. Ele também contribui para a elevação da escolaridade e para o fortalecimento da autoestima das participantes:
“A gente pretende justamente ampliar esse processo de formação profissional e elevação da escolaridade para as trabalhadoras do cuidado. Porque nós estamos falando de uma sociedade em que as necessidades de cuidado estão crescendo rapidamente, devido ao processo de envelhecimento da população, por exemplo, como um dos fatores”, explicou.
Recursos do Fundo de Direitos Difusos (FDD)
A ampliação do Mulheres Mil será viabilizada por meio de recursos do Fundo de Direitos Difusos (FDD), vinculado à Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Segundo Wadih Damous, secretário nacional do Consumidor, a iniciativa tem impacto direto na qualidade de vida das mulheres e de suas famílias:
“O Mulheres Mil é uma iniciativa muito relevante e com impactos em diversas dimensões da vida das mulheres e do país. A sua ampliação e consolidação promovem direitos e transformarão a vida dessas mulheres e dessas famílias”, afirmou.
Foco nas trabalhadoras domésticas: 900 vagas exclusivas
Um dos principais destaques desta nova fase do Mulheres Mil é a oferta de 900 vagas voltadas exclusivamente para as trabalhadoras domésticas. Em 2024, esse mesmo número de vagas foi disponibilizado como projeto-piloto, com resultados expressivos.
As formações oferecem a possibilidade de mudança de trajetória profissional para mulheres que já atuam no cuidado, mas sem capacitação formal, além de permitir o ingresso no mercado para aquelas que buscam novas oportunidades.
Ciclo de formação acontece até 11 de abril em Brasília
Para marcar a nova etapa do programa, o MEC promove até a sexta-feira (11 de abril) um ciclo de formação na Escola de Formação Continuada dos Profissionais da Educação (Eape), em Brasília. O evento reúne gestores e equipes técnicas das instituições que vão ofertar os cursos.
O objetivo do encontro é aprimorar a metodologia e alinhar as diretrizes do programa com as redes estaduais e municipais de ensino, além de promover o fortalecimento institucional das ações do Mulheres Mil.
Também está sendo entregue aos participantes um guia oficial sobre a metodologia do Mulheres Mil, que orienta as instituições quanto à aplicação prática dos conteúdos e às estratégias de inclusão, permanência e sucesso das alunas.
Por que investir em formação na área de cuidados?
O setor de cuidados é um dos que mais cresce no Brasil e no mundo. Com o envelhecimento acelerado da população, o cuidado com idosos se torna uma prioridade. Além disso, crianças, pessoas com deficiência e dependentes em geral também necessitam de profissionais qualificados.
O programa Mulheres Mil responde a essa demanda urgente, preparando as mulheres para atuar com competência, ética e sensibilidade. Além do aspecto técnico, os cursos também desenvolvem habilidades socioemocionais, fundamentais para o desempenho adequado das funções.
Como se inscrever no Mulheres Mil?
As inscrições para o programa Mulheres Mil são feitas diretamente pelas instituições parceiras, geralmente os Institutos Federais, que publicam editais com as datas, critérios e documentação necessária.
Embora os detalhes sobre a nova fase de inscrições ainda não tenham sido divulgados, é recomendado que as interessadas fiquem atentas aos sites dos Institutos Federais do seu estado e às redes sociais do MEC e do MDS.
Quem pode participar?
As vagas do Mulheres Mil são destinadas prioritariamente a mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica, incluindo:
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Mulheres chefes de família;
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Trabalhadoras domésticas;
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Mulheres negras, indígenas e quilombolas;
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Beneficiárias de programas sociais como o Bolsa Família;
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Mulheres que não concluíram o ensino básico;
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Moradoras de periferias e zonas rurais.