Como já mencionamos em reportagens anteriores, o Banco Central do Brasil, através do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgou em 17 de dezembro de 2024 uma elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a de 11,25% para 12,25% ao ano.
Contudo, analistas do mercado indicam que uma nova resolução do BC pode modificar a expectativa de mais duas elevações de 1 ponto percentual nas reuniões previstas para janeiro e março de 2025.
Segundo informações, as projeções indicam que a Taxa Selic pode atingir 14,25% ao ano no começo do próximo trimestre.
Estas alterações impactam diretamente os investimentos em renda fixa, principalmente a poupança, como a disponibilizada pela Caixa Econômica Federal, uma das mais tradicionais do país.
Compreenda a Selic
Inicialmente, é importante compreender como a taxa Selic, estabelecida pelo Copom, impacta e influencia diretamente os rendimentos dos investimentos de renda fixa, incluindo a poupança:
- Com o aumento da Selic, investimentos como Tesouro Selic, CDBs e LCIs/LCA tornam-se mais vantajosos, pois proporcionam retornos vinculados à taxa básica.
A Taxa Selic influencia principalmente investimentos de renda fixa (Foto: Reprodução/ Internet)
- A poupança, entretanto, possui uma regulamentação específica, que restringe seus rendimentos em cenários de Selic elevada.
Quanto renderia mil reais na Poupança CAIXA com a taxa a 14,25%?
Considerando o cenário com a Selic em 14,25% ao ano, a poupança da CAIXA proporcionaria um rendimento de 6,17% ao ano, acrescido da TR (Taxa Referencial):
- Em um cenário onde a TR se mantém zerada, um investimento inicial de R$ 1.000,00 geraria aproximadamente R$ 61,70 em rendimentos anuais, alcançando R$ 1.061,70 ao término de 12 meses;
- Na hipótese de uma TR positiva (considerando 0,1% mensais), o retorno poderia alcançar cerca de R$ 74,40, resultando em R$ 1.074,40 ao final do período.
Quais efeitos a instabilidade na Taxa Selic pode causar na economia?
As oscilações nas taxas de juros impactam significativamente o cenário econômico, influenciando diversos aspectos:
- Inflação: O aumento da Selic atua como mecanismo de controle inflacionário, diminuindo o consumo geral. No entanto, alguns setores, como o de serviços, podem demorar mais para responder a essas mudanças.
- Consumo e crédito: Juros elevados tornam o crédito mais custoso, impactando tanto o consumo familiar quanto os investimentos empresariais.
- Crescimento econômico: Taxas mais altas desaceleram a economia ao dificultar financiamentos e investimentos.
- Câmbio: Juros maiores estimulam investimentos estrangeiros, fortalecendo o real, porém podem afetar negativamente as exportações.
- Setor fiscal: A elevação da Selic aumenta os custos da dívida pública, complicando o atingimento das metas fiscais governamentais.