Comunicado Geral desta segunda-feira 09/12 para quem coloca o CPF na nota em FARMÁCIAS preocupa brasileiros
No Brasil, é comum que consumidores forneçam o CPF ao realizar compras, especialmente em farmácias, para obter descontos ou participar de programas de fidelidade. Essa prática é incentivada por iniciativas estaduais, como a “Nota Fiscal Paulista” e a “Nota Fiscal Carioca”, que oferecem benefícios como sorteios e créditos financeiros aos participantes.
Esses programas têm distribuído valores significativos aos consumidores. Por exemplo, a “Nota Fiscal Paulista” já sorteou prêmios de até R$ 1 milhão, enquanto a “Nota Fiscal Carioca” oferece prêmios mensais de até R$ 200 mil. Além disso, os participantes acumulam créditos que podem ser utilizados para abatimento no IPVA ou resgatados em dinheiro.
No entanto, ao fornecer o CPF em farmácias, muitos consumidores desconhecem como seus dados são utilizados. Quer saber o que acontece com suas informações quando você fornece seu CPF na farmácia? Continue lendo para entender os possíveis riscos e como proteger seus dados pessoais.
O que acontece quando você fornece seu CPF na farmácia?
Ao fornecer seu CPF na farmácia, seus dados pessoais são coletados e armazenados. Empresas como a RaiaDrogasil utilizam essas informações para criar um perfil detalhado de seus clientes, incluindo hábitos de consumo e condições de saúde. Esses dados são então utilizados para direcionar anúncios personalizados, tanto em seus próprios canais quanto em plataformas de terceiros, como redes sociais e sites de vídeo.
A RaiaDrogasil, por meio de sua empresa de publicidade RD Ads, armazena dados de aproximadamente 48 milhões de clientes. Essas informações são utilizadas para segmentar anúncios com base em detalhes como idade, sexo, produtos comprados e frequência de compras. Por exemplo, se você compra regularmente um determinado medicamento, pode começar a receber anúncios relacionados a esse produto ou a condições de saúde associadas.
O uso de dados pessoais sensíveis, como informações de saúde, para publicidade direcionada levanta preocupações significativas de privacidade. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) classifica dados de saúde como sensíveis, exigindo um nível mais alto de proteção e consentimento explícito para seu uso. A coleta e utilização inadequadas desses dados podem resultar em violações de privacidade e possíveis discriminações, como no caso de planos de saúde que poderiam ajustar preços com base em seu histórico de compras de medicamentos.
Em resposta a essas práticas, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) notificou a RaiaDrogasil para prestar esclarecimentos sobre o tratamento de dados pessoais dos consumidores. A investigação busca determinar se houve coleta e uso inadequados de informações sensíveis sem o devido consentimento dos clientes.
Como proteger seus dados ao fornecer o CPF na farmácia?
Muitas vezes, fornecemos nossos dados sem entender como eles podem ser usados. Embora o CPF na nota traga descontos e vantagens, é importante saber como proteger suas informações pessoais. Com alguns cuidados simples, você pode evitar problemas e garantir mais segurança.
- Pergunte antes de fornecer: se o desconto não for relevante, evite compartilhar o CPF. Peça para o atendente informar os benefícios antes de decidir.
- Leia as políticas de privacidade: verifique como a farmácia utiliza seus dados. Essas informações geralmente estão disponíveis no site ou no balcão de atendimento.
- Cadastre apenas o essencial: se precisar se inscrever em programas de fidelidade, forneça apenas o que for necessário, evitando dados adicionais como e-mail e telefone.
- Use um CPF alternativo em cadastros frequentes: caso tenha dependentes, considere usar o CPF de um familiar que não precise do desconto para minimizar a exposição dos seus dados.
- Cuidado com aplicativos de farmácia: revise as permissões dos aplicativos no celular e desative aquelas que pareçam invasivas, como acesso à localização ou contatos.