Milhares de aposentados, pensionistas e beneficiários de auxílios do INSS têm o pagamento suspenso todos os anos por motivos que poderiam ser facilmente evitados. O Instituto Nacional do Seguro Social mantém regras rigorosas para garantir que os repasses cheguem apenas a quem realmente tem direito, mas muitas pessoas perdem o benefício temporariamente por falta de atenção.
Entre os erros mais comuns estão o descuido com prazos, o não comparecimento a convocações e até a desatualização de dados cadastrais. Essas falhas, embora simples, podem travar o pagamento e exigir um processo burocrático para restabelecer o benefício.
A seguir, veja os cinco hábitos mais comuns que podem suspender o pagamento e o que fazer para evitar cada um deles.
Vale lembrar que o INSS colocou em pauta o pagamento de R$ 8.546,51 para aposentados – veja aqui como receber
1. Não realizar a prova de vida
A prova de vida é uma das principais obrigações de quem recebe aposentadoria, pensão ou outro benefício de longa duração. O processo serve para confirmar que o segurado continua vivo e, portanto, apto a receber os repasses mensais.
Nos últimos anos, o INSS passou a cruzar informações com bancos e órgãos públicos para realizar a prova de vida automaticamente, o que reduziu a necessidade de deslocamento até agências. No entanto, o órgão reforça que a responsabilidade pela confirmação ainda é do beneficiário.
Como isso trava o pagamento: Se a prova de vida não for registrada dentro do prazo, o pagamento é suspenso automaticamente. Após um período sem regularização, o benefício é bloqueado definitivamente, obrigando o segurado a comparecer a uma agência do INSS com documento oficial com foto.
Como evitar: Acompanhe o status da prova de vida pelo aplicativo Meu INSS ou pela Central 135. Caso ela não tenha sido feita automaticamente, é possível realizá-la em bancos conveniados ou digitalmente, usando biometria facial pelo aplicativo Gov.br.
2. Não atualizar os dados cadastrais
A falta de atualização cadastral é um dos principais motivos de bloqueio de benefícios. Informações desatualizadas como endereço, telefone, conta bancária ou estado civil podem gerar falhas no sistema e impedir que o pagamento seja processado corretamente.
Como isso trava o pagamento: Quando o depósito é devolvido por inconsistência nos dados bancários, o benefício é automaticamente suspenso. O mesmo ocorre se o INSS não conseguir localizar o beneficiário para envio de notificações importantes.
Como evitar: Mantenha seus dados atualizados no portal Meu INSS e, se houver mudança de banco, comunique imediatamente o órgão. Essa simples medida evita que o pagamento volte e o benefício seja bloqueado.
3. Ignorar convocações e notificações do INSS
O INSS frequentemente convoca beneficiários para revisões, complementação de informações ou apresentação de documentos. Essas comunicações são feitas principalmente pelo aplicativo Meu INSS, pela Central 135 ou por correspondência física.
Como isso trava o pagamento: Ao não responder à convocação dentro do prazo, o beneficiário pode ter o processo arquivado ou o benefício suspenso por “falta de manifestação”. Essa situação é comum em casos de revisões automáticas ou quando há suspeita de irregularidades.
Como evitar: Acesse o aplicativo Meu INSS regularmente e verifique a aba “Avisos”. Também é importante manter o telefone e o e-mail atualizados, pois o órgão envia mensagens oficiais por esses canais. Nunca ignore notificações, mesmo que pareçam irrelevantes.
4. Faltar à perícia médica
Quem recebe auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) ou aposentadoria por invalidez precisa passar por perícias médicas periódicas para comprovar a continuidade da condição que justifica o benefício.
Como isso trava o pagamento: Se o beneficiário não comparecer à perícia marcada, o pagamento é automaticamente suspenso. Caso não haja justificativa dentro do prazo estipulado, o benefício pode ser cancelado definitivamente.
Como evitar: Acompanhe as convocações pelo Meu INSS ou pela Central 135. Se não puder comparecer na data marcada, reagende a perícia com antecedência. Em casos de doença grave, é possível apresentar justificativa médica dentro do prazo previsto para não perder o direito.
5. Cair em golpes e compartilhar dados pessoais
Golpistas têm se passado por servidores do INSS para enganar aposentados e pensionistas, principalmente os mais idosos. As fraudes mais comuns envolvem supostas “provas de vida pendentes”, “atualização urgente de dados” ou “taxas para liberação de atrasados”.
Como isso trava o pagamento: Quando o segurado fornece dados pessoais ou bancários, os criminosos podem realizar empréstimos indevidos, alterar informações cadastrais e até comprometer o recebimento dos valores. Em alguns casos, o benefício é bloqueado preventivamente pelo sistema do INSS ao detectar movimentações suspeitas.
Como evitar: O INSS nunca liga pedindo informações pessoais nem cobra taxas para liberar pagamentos. Todo contato oficial deve ser feito exclusivamente pelo aplicativo Meu INSS, pelo site gov.br/meuinss ou pela Central 135. Desconfie de mensagens recebidas por WhatsApp, SMS ou redes sociais, mesmo que pareçam oficiais.
Como saber se o benefício foi bloqueado
Quem suspeita que o pagamento foi suspenso ou bloqueado pode verificar a situação rapidamente pelo aplicativo Meu INSS. Basta acessar a opção “Extrato de Pagamento de Benefício” para confirmar se o depósito foi processado normalmente.
Também é possível obter informações pela Central 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h. Caso o benefício esteja bloqueado, o atendente informa o motivo e orienta o procedimento para regularização.