3 regras principais que todos os brasileiros com poupança na Caixa devem saber
Ter uma conta poupança na Caixa Econômica Federal é algo comum para milhões de brasileiros. Afinal, durante décadas, esse tipo de aplicação foi visto como o jeito mais seguro e prático de guardar dinheiro. Mas, por trás da simplicidade, existem regras que nem todo mundo conhece — e elas fazem diferença no rendimento e no acesso ao saldo.
A seguir, confira as 3 regras principais que todo poupador precisa saber em 2025. Se você tem dinheiro na poupança ou pretende abrir uma, fique por aqui: a leitura vai facilitar sua vida.
1. A regra do aniversário da poupança
Essa é a lei de ouro da poupança. Muita gente acredita que, só de colocar o dinheiro lá, o rendimento “corre” todo dia. Mas a verdade é bem diferente.
Na prática, a poupança rende apenas uma vez por mês, no chamado “aniversário da aplicação”. Isso significa que o depósito só gera juros quando completa 30 dias.
Vamos a um exemplo simples: imagine que você deposite R$ 1.000 na sua poupança hoje, no dia 5 de outubro. O dinheiro só vai render no dia 5 de novembro. E se você sacar no dia 4 de novembro? Pois é, não vai receber nada de rendimento.
Esse é o famoso efeito tesoura da poupança: se você não respeitar a data do aniversário, o rendimento vai embora, e você fica só com o valor original.
Por que isso é importante?
Muita gente perde rendimento por não saber dessa regra. É comum usar a poupança como se fosse conta corrente, fazendo depósitos e saques frequentes. O problema é que, a cada saque antes da data de aniversário, o cálculo é reiniciado, e o rendimento desaparece.
Se o objetivo é guardar dinheiro e deixá-lo render, o ideal é não movimentar antes do aniversário da aplicação.
2. Como funciona o cálculo do rendimento da poupança
Agora vem a segunda regra, e aqui é onde muitos se confundem. O rendimento da poupança não é fixo: ele depende da taxa Selic, que é a taxa básica de juros do Brasil.
A lógica funciona assim:
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Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial).
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Quando a Selic está igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a regra muda: a poupança rende 70% da Selic + TR.
E o que é essa tal de TR?
A Taxa Referencial é um índice criado pelo governo nos anos 1990, mas, nos últimos tempos, ela praticamente zera. Na prática, o rendimento da poupança hoje depende quase exclusivamente da Selic.
A saber, se a Selic estiver, por exemplo, em 13,75% ao ano (caso comum nos últimos anos), a poupança rende 0,5% ao mês. Parece pouco, mas significa que R$ 1.000 viram R$ 1.005 após 30 dias.
Por outro lado, se a Selic cair para 7% ao ano, a regra dos 70% entra em ação. Nesse caso, o rendimento mensal seria bem menor, ficando em torno de 0,40% ao mês.
O rendimento da poupança nunca acompanha de verdade a inflação. Em períodos de alta nos preços, como já vimos no Brasil várias vezes, o dinheiro perde poder de compra, mesmo guardado. Por isso, é essencial conhecer essa regra para não cair na ilusão de que a poupança “protege totalmente” o valor.
3. O acesso e a segurança do seu dinheiro
A terceira regra é sobre o lado prático: como você acessa e movimenta sua poupança na Caixa.
Aqui entra um detalhe que pouca gente comenta: a poupança não é só um cofrinho eletrônico. Ela está integrada aos canais da Caixa e tem proteções específicas.
A saber, você pode movimentar sua poupança de várias formas:
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Pelo aplicativo Caixa Tem (para valores vinculados a programas sociais);
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Pelo Internet Banking Caixa;
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Nos caixas eletrônicos e lotéricas;
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Nas próprias agências da Caixa.
O dinheiro da poupança também pode ser transferido para outra conta via Pix ou TED, mas há uma atenção importante: sempre que o valor sair antes do aniversário da aplicação, o rendimento acumulado é perdido.
Garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)
Outra segurança pouco lembrada é o Fundo Garantidor de Créditos. Esse mecanismo protege seu dinheiro até o limite de R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira.
Ou seja, se, em uma situação improvável, a Caixa quebrasse, o FGC devolveria seu saldo (respeitando o teto).
Essa proteção é uma das razões pelas quais a poupança continua sendo vista como “porto seguro”, mesmo com rendimento baixo.
A poupança continua valendo a pena?
Agora que você já sabe as três regras principais — aniversário, rendimento e acesso/segurança —, vem a pergunta que não quer calar: a poupança ainda vale a pena em 2025?
A resposta depende do objetivo. Se você busca algo simples, sem burocracia e com liquidez imediata, a poupança continua útil.
Mas, se a meta é rendimento maior, existem alternativas no mercado que pagam muito mais, como CDBs, Tesouro Selic e até contas digitais remuneradas.
Resumindo de forma prática
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Regra 1: só rende na data de aniversário. Se sacar antes, perde o rendimento.
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Regra 2: depende da Selic; pode ser 0,5% ao mês ou 70% da Selic.
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Regra 3: acesso é fácil e seguro, com proteção do FGC até R$ 250 mil.
Saber disso já coloca você na frente da maioria dos brasileiros que deixam dinheiro parado sem entender o funcionamento. Afinal, como diz aquele ditado: quem conhece as regras do jogo, joga melhor.