3 carreiras que já pagam R$ 10 mil no Brasil mesmo sem experiência: veja quais estão em alta

O mercado brasileiro vive uma transformação silenciosa, mas poderosa. Em um cenário de avanços tecnológicos e de escassez de mão de obra especializada, novas oportunidades estão surgindo com salários que chamam atenção.

O que antes exigia anos de experiência ou pós-graduação, hoje pode ser conquistado com dedicação e atualização constante. Profissionais recém-formados — e até mesmo iniciantes — já estão alcançando remunerações acima de R$ 10 mil mensais.

Essa mudança não ocorre por acaso. Grandes empresas, especialmente das áreas de tecnologia, energia e mineração, enfrentam uma verdadeira disputa por talentos. O resultado é um salto nos salários iniciais, que já ultrapassam a média nacional de forma expressiva.

A seguir, você verá três carreiras que pagam acima de R$ 10 mil mesmo para quem está começando — e entenderá por que esses setores estão crescendo tão rápido no Brasil.

1. Engenharia de Computação: o cérebro por trás da transformação digital

Entre as profissões mais promissoras do país, a Engenharia de Computação ocupa posição de destaque. Trata-se de uma área que combina conhecimento em software e hardware, permitindo criar soluções tecnológicas que vão desde aplicativos até sistemas de inteligência artificial e automação industrial.

O que faz um engenheiro de computação:

Esse profissional desenvolve programas, integra sistemas e garante a segurança das informações. Pode atuar em startups, bancos, empresas de energia, indústria e até no agronegócio.

Por que paga bem mesmo sem experiência:

A digitalização acelerada das empresas, somada à escassez de profissionais qualificados, fez com que o setor valorizasse os talentos iniciantes. Empresas estão dispostas a investir em novos engenheiros, oferecendo altos salários e treinamento interno.

Salário de entrada:

Dados de consultorias de recrutamento indicam que um engenheiro de computação pode iniciar com salários acima de R$ 13 mil, especialmente em centros como São Paulo, Brasília e Curitiba.

Onde há mais vagas:

Empresas de tecnologia, fintechs, indústrias de automação e o setor financeiro. A expansão da inteligência artificial e da computação em nuvem ampliou ainda mais as oportunidades.

2. Engenharia de Minas: o motor da economia mineral brasileira

Outra carreira que surpreende pelo alto salário inicial é a Engenharia de Minas, área que continua sendo essencial para a economia brasileira. Esses profissionais são responsáveis por gerenciar todo o processo de extração de minérios — do planejamento à execução —, garantindo segurança e eficiência.

O que faz um engenheiro de minas:

Ele atua diretamente na exploração e no aproveitamento de recursos minerais, supervisionando operações em minas, pedreiras e indústrias de beneficiamento. Também realiza estudos geológicos, ambientais e de viabilidade econômica.

Por que paga bem mesmo sem experiência:

O Brasil possui uma das maiores reservas minerais do mundo, mas o número de profissionais formados na área é pequeno. Essa falta de mão de obra qualificada faz com que as empresas ofereçam salários atrativos para atrair novos engenheiros.

Além disso, o setor enfrenta uma onda de aposentadorias e precisa renovar seu quadro técnico. Como consequência, os recém-formados encontram portas abertas — inclusive com pacotes de benefícios robustos.

Salário de entrada:

Em muitas regiões mineradoras, como Minas Gerais, Pará e Goiás, o salário inicial ultrapassa R$ 13 mil mensais. Em cargos de campo ou em áreas de risco, a remuneração pode ser ainda maior devido aos adicionais.

Setores de destaque:

Mineração, siderurgia, energia e petróleo. Grandes companhias como Vale, Anglo American e Samarco estão entre as que mais contratam engenheiros de minas.

3. Geologia e Geofísica: os especialistas da Terra

Embora menos comentadas, as carreiras em Geologia e Geofísica estão entre as mais valorizadas do país. Elas são fundamentais para setores estratégicos, como petróleo e gás, mineração, gestão ambiental e infraestrutura.

O que faz um geólogo ou geofísico:

Esses profissionais estudam a estrutura e a composição do planeta. Eles identificam depósitos minerais, analisam riscos geológicos, fazem levantamentos sísmicos e contribuem para obras de engenharia e sustentabilidade.

Por que paga bem mesmo sem experiência:

Há poucos profissionais disponíveis no mercado, e a demanda é alta. A valorização se intensificou após o aumento das atividades de exploração de petróleo e gás natural no Brasil. Além disso, o avanço das energias renováveis e da geotecnia criou novas oportunidades.

Empresas estão dispostas a investir na formação e retenção de jovens talentos, oferecendo salários competitivos e programas de trainee com ganhos acima da média.

Salário de entrada:

Geólogos e geofísicos podem iniciar a carreira recebendo mais de R$ 13 mil, especialmente em empresas multinacionais ou em projetos de grande porte.

Principais setores contratantes:

Mineração, petróleo e gás, energia renovável, engenharia ambiental e instituições de pesquisa.

Por que essas carreiras estão em alta

As três áreas — Computação, Minas e Geociências — têm algo em comum: a falta de profissionais qualificados e a urgência de inovação.

Em primeiro lugar, o avanço tecnológico e a transição energética global aumentaram a necessidade por especialistas técnicos. Em segundo, universidades e centros de formação ainda não conseguem atender à demanda das empresas.

Esse desequilíbrio entre oferta e procura gera valorização salarial imediata, mesmo para quem está começando.

Outro fator é a expansão internacional das empresas brasileiras, que exigem profissionais preparados para lidar com tecnologias de ponta e projetos complexos. O mercado busca, portanto, novos talentos capazes de aprender rápido e se adaptar a contextos dinâmicos.

Formação e perspectivas para 2025

As três profissões exigem graduação em áreas específicas, mas muitas instituições já oferecem programas híbridos e cursos tecnológicos que aceleram o ingresso no mercado.

Além disso, certificações técnicas e cursos livres podem aumentar as chances de contratação, mesmo antes da conclusão da faculdade.

Empresas de tecnologia e mineração vêm firmando parcerias com universidades e institutos federais para identificar talentos ainda durante a formação acadêmica.

As perspectivas para 2025 e 2026 seguem positivas: segundo dados do CAGED e da CNI, as áreas de engenharia e tecnologia devem criar mais de 180 mil novas vagas até o final de 2026, com forte concentração nos estados do Sudeste e do Centro-Oeste.

Como se preparar para essas oportunidades

Mesmo sem experiência formal, há formas de se destacar:

  1. Invista em certificações reconhecidas — cursos de linguagens de programação, softwares de mineração e sistemas geoespaciais são altamente valorizados.

  2. Participe de estágios e programas de trainee — muitas empresas formam seus profissionais internamente, oferecendo mentoria e treinamento técnico.

  3. Aperfeiçoe o inglês e o raciocínio lógico — habilidades técnicas e de comunicação internacional são diferenciais decisivos.

  4. Crie portfólios e projetos práticos — especialmente em tecnologia, mostrar o que você sabe vale mais do que um currículo extenso.

Resumo das carreiras em alta e salários iniciais:

CarreiraSalário médio inicialMotivo da valorização
Engenharia de ComputaçãoR$ 13 milAlta demanda por profissionais de TI e IA
Engenharia de MinasR$ 13 milFalta de engenheiros e expansão da mineração
Geologia e GeofísicaR$ 13 milEscassez de especialistas e crescimento do setor energético

Essas três carreiras estão redefinindo o que significa “começar do zero”. Em um país onde o salário médio não ultrapassa R$ 3 mil, entrar no mercado já ganhando mais de R$ 10 mil é uma realidade possível — para quem sabe onde mirar e como se qualificar.

Saulo Moreira

Saulo Moreira

Saulo Moreira dos Santos é um profissional comprometido com a comunicação e a disseminação de informações relevantes. Formado em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Com mais de 15 anos de experiência como redator web, Saulo se especializou na produção de artigos e notícias sobre temas de grande interesse social, incluindo concursos públicos, benefícios sociais, direitos trabalhistas e futebol.