13º do Bolsa Família em 2025 vai ser pago? Entenda o que realmente aconteceu, por que o benefício acabou e o que esperar para os próximos meses
13º do Bolsa Família em 2025: existe ou não existe?
O tema volta e meia aparece nas redes sociais: “vai ter 13º do Bolsa Família este ano?”. A resposta, no entanto, é direta — não há previsão oficial de pagamento do 13º do Bolsa Família em 2025. O benefício, que foi pago de forma excepcional em 2019, nunca se tornou uma política permanente e não consta no orçamento do governo federal para este ano.
Mesmo assim, o assunto ainda gera dúvidas entre beneficiários, especialmente com a aproximação do fim do ano e das festas natalinas. A seguir, entenda o que realmente aconteceu com o 13º do Bolsa Família, por que ele foi interrompido e o que pode ou não mudar nos próximos meses.
O que foi o 13º do Bolsa Família e por que ele existiu apenas em 2019
A saber, o pagamento do 13º do Bolsa Família aconteceu apenas uma vez, em 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi implementada por meio de uma Medida Provisória (MP) e garantiu aos beneficiários uma parcela extra igual ao valor do benefício regular naquele ano.
A proposta, anunciada em dezembro de 2019, buscava criar uma forma de “abono natalino” para famílias de baixa renda, com o objetivo de reforçar o consumo no fim do ano e aquecer a economia. No entanto, a iniciativa não foi incorporada ao orçamento dos anos seguintes, e a MP perdeu validade sem ser transformada em lei.
Na prática, isso significa que o pagamento de um 13º salário para beneficiários do Bolsa Família não virou uma política permanente, ficando restrito a uma única edição.
Por que o governo atual não prevê o 13º do Bolsa Família em 2025
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) confirmou que não existe previsão orçamentária para o pagamento de um 13º em 2025.
Isso acontece porque o Bolsa Família atual segue uma estrutura completamente diferente da antiga.
Desde a reformulação do programa em 2023, o Bolsa Família passou a contar com vários benefícios complementares, criados para atender públicos específicos — como crianças, gestantes e lactantes.
Esses adicionais foram desenhados justamente para reforçar a renda familiar ao longo do ano, sem depender de pagamentos extras pontuais, como um 13º.
Além disso, o governo federal priorizou a manutenção do valor mínimo de R$ 600 por família, somado aos acréscimos previstos por faixa etária.
Com o cenário fiscal apertado e o teto de gastos públicos, a criação de um novo pagamento extra exigiria aprovação no Congresso e uma nova fonte de recursos — algo que, por enquanto, não está em debate.
O que dizem os boatos nas redes sociais
Todos os anos, especialmente entre setembro e dezembro, circulam mensagens em redes sociais e aplicativos de mensagens prometendo o retorno do 13º do Bolsa Família.
Essas publicações costumam conter links falsos, que prometem liberar “cadastros antecipados” ou “consultas de valor” — e que frequentemente são usados para roubo de dados pessoais.
O Ministério do Desenvolvimento Social alerta que nenhum canal oficial confirma a existência desse benefício em 2025.
Por isso, é importante que os beneficiários consultem sempre os aplicativos oficiais, como o Bolsa Família e o Caixa Tem, ou acessem o portal gov.br antes de acreditar em informações não verificadas.
Estados que oferecem abonos próprios e programas semelhantes
Embora o governo federal não pague o 13º do Bolsa Família, alguns estados mantêm programas regionais com pagamentos extras ou benefícios de fim de ano.
Em 2025, por exemplo:
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Alagoas anunciou o 13º do Cartão Cria, pago em janeiro deste ano a famílias inscritas no programa estadual.
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Pernambuco e Paraíba possuem há anos o chamado “abono natalino”, uma espécie de complemento de renda que é pago aos beneficiários do Bolsa Família residentes nesses estados.
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Em outras regiões, como Bahia e Amazonas, existem benefícios locais voltados a estudantes e mães de baixa renda, mas sem caráter de 13º.
Esses programas passam por financiamento pelos governos estaduais, não pelo orçamento federal. Portanto, só valem para quem mora nos estados que possuem legislação específica sobre o tema.
Debate sobre o 13º do Bolsa Família em 2025: o que dizem economistas e especialistas
A discussão sobre o 13º do Bolsa Família segue em destaque entre especialistas, parlamentares e analistas econômicos. Diversos estudos e audiências públicas abordam a viabilidade, os impactos e a necessidade de criar uma parcela extra para os beneficiários do programa.
Apesar do interesse público, não há consenso sobre o tema. Os debates se concentram nos benefícios sociais que a medida traria e nos custos fiscais elevados que ela poderia gerar ao governo federal.
Argumentos a favor do 13º do Bolsa Família
Entre os defensores da criação de um 13º para o Bolsa Família, as justificativas envolvem o fortalecimento da economia popular, o combate à fome e a valorização da cidadania das famílias mais vulneráveis.
1. Reforço no poder de compra das famílias
Um pagamento extra no fim do ano ajudaria milhões de famílias de baixa renda a lidar com despesas sazonais, como compra de material escolar, alimentos para as festas de fim de ano e contas acumuladas.
Segundo especialistas, esse reforço financeiro teria um efeito direto no consumo e no bem-estar social, principalmente nos meses de dezembro e janeiro.
2. Estímulo à economia local
O 13º do Bolsa Família também pode ser uma espécie de estimular o comércio e os pequenos negócios em comunidades de baixa renda.
Com mais dinheiro circulando, mercadinhos, feiras e comércios de bairro poderiam sentir um aumento nas vendas, gerando um ciclo positivo na economia local.
3. Redução da fome e da insegurança alimentar
Um valor adicional poderia reforçar a segurança alimentar de milhões de famílias, especialmente no início do ano, quando o custo dos alimentos tende a subir.
O pagamento extra funcionaria como uma reserva emergencial, ajudando as famílias a enfrentar períodos de maior vulnerabilidade.
4. Valorização e inclusão social
Para muitos beneficiários, receber um 13º do Bolsa Família seria uma forma simbólica de reconhecimento e inclusão, equiparando-os, de certa forma, a trabalhadores formais que têm direito ao décimo terceiro salário.
Essa medida, segundo defensores, reforçaria o sentimento de cidadania e dignidade entre os beneficiários.
Argumentos contrários à criação do 13º do Bolsa Família
Por outro lado, há economistas e gestores públicos que rejeitam a ideia de transformar o 13º em política permanente, principalmente por questões fiscais e conceituais.
1. Alto custo fiscal
O principal argumento contrário é o impacto financeiro elevado que um pagamento extra geraria nas contas públicas.
Estudos da Instituição Fiscal Independente (IFI) estimam que um 13º nacional poderia custar mais de R$ 14 bilhões por ano, o que colocaria pressão sobre o orçamento federal e poderia comprometer outros programas sociais.
2. Natureza assistencial do benefício
Outro ponto levantado é que o Bolsa Família é um programa de transferência de renda, e não uma remuneração por trabalho.
Dessa forma, aplicar o conceito de “13º salário” — que é típico das relações trabalhistas — não se encaixaria na natureza assistencial do programa, segundo vários analistas.
3. Risco de dependência e perda de foco
Economistas da Fundação Getulio Vargas (FGV) defendem que o foco do Bolsa Família deveria estar em promover a autonomia das famílias, estimulando a transição para o mercado de trabalho.
Para eles, a criação de pagamentos extras periódicos poderia reforçar a dependência do benefício, em vez de incentivar a busca por emprego e renda própria.
O que dizem os principais estudos e debates sobre o tema
Várias instituições públicas e centros de pesquisa já se debruçaram sobre o tema do 13º do Bolsa Família, avaliando cenários e alternativas.
Estudo da FGV Social (2019)
Durante a única ocasião em que o 13º do Bolsa Família foi pago, em 2019, o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social, destacou que o pagamento extra poderia ser mais eficiente se o beneficiário tivesse liberdade para escolher quando usá-lo, e não apenas em dezembro.
Segundo o pesquisador, a medida poderia ter um impacto maior se aplicada com flexibilidade ao longo do ano, adaptando-se às diferentes realidades regionais — especialmente no Nordeste, onde a vulnerabilidade social é mais acentuada.
Projetos discutidos na Câmara dos Deputados (2020–2024)
Entre 2020 e 2024, diversos projetos de lei foram apresentados na Câmara dos Deputados com o objetivo de instituir o 13º do Bolsa Família de forma permanente.
Porém, a maioria foi rejeitada ou arquivada, principalmente pela falta de previsão orçamentária e pela dificuldade de conciliar a medida com as metas fiscais do governo.
A discussão chegou a avançar em comissões temáticas, mas sem consenso sobre o modelo de financiamento.
Debate sobre a Medida Provisória de 2020
Em 2020, o próprio governo chegou a editar uma Medida Provisória (MP) que previa o pagamento do 13º, mas o texto foi retirado de pauta antes da votação.
Na época, o Ministério da Economia argumentou que o auxílio emergencial, criado durante a pandemia, já cumpria a função de injetar renda extra nas famílias vulneráveis.
Com isso, a proposta perdeu validade e o tema acabou sendo arquivado novamente.
Análise do Banco Mundial (2023)
Em 2023, o Banco Mundial publicou um relatório sobre as mudanças implementadas no novo Bolsa Família.
O documento destacou que a composição modular do benefício por pessoa — com parcelas adicionais para crianças, gestantes e adolescentes — é mais eficiente para reduzir a pobreza do que pagamentos pontuais, como um 13º.
A análise apontou ainda que esse formato gera economia para o governo e oferece proteção social contínua, em vez de concentrar recursos em uma única parcela anual.
Por que o tema do 13º do Bolsa Família divide opiniões
O debate sobre o décimo terceiro do Bolsa Família é considerado complexo porque envolve três dimensões principais: social, econômica e política.
De um lado, há o argumento de que o pagamento extra aumentaria o poder de compra e reduziria desigualdades.
De outro, há a visão de que o custo seria insustentável para o orçamento público e poderia prejudicar outras políticas sociais.
Economistas explicam que, ao contrário de benefícios trabalhistas, o Bolsa Família depende diretamente do orçamento federal e não tem contribuição própria, o que torna qualquer ampliação mais sensível aos limites fiscais.
Além disso, a medida poderia criar expectativas de continuidade, levando famílias a contarem com um pagamento que o governo não teria como garantir todos os anos.
O que pode acontecer no futuro
Até o momento, o governo federal não planeja retomar o 13º do Bolsa Família em 2025 ou 2026.
Em vez disso, a estratégia tem sido aperfeiçoar os adicionais existentes e manter o valor mínimo de R$ 600 mensais.
Caso o debate volte a ganhar força, será necessário um novo projeto de lei e uma fonte permanente de recursos — algo considerado difícil diante do cenário fiscal atual.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS), qualquer ampliação de valores depende de aprovação orçamentária e da avaliação de impacto nas contas públicas.
Como funciona o Bolsa Família em 2025
O formato atual do Bolsa Família combina diferentes parcelas, de modo a garantir uma renda mínima por família e benefícios adicionais conforme a composição familiar.
Veja a estrutura vigente em 2025:
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Benefício de Renda de Cidadania (BRC): R$ 142 por pessoa da família.
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Benefício Primeira Infância (BPI): R$ 150 por criança de 0 a 6 anos.
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Benefício Variável Familiar (BVF): R$ 50 para gestantes, lactantes e jovens de 7 a 17 anos.
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Benefício Complementar (BCO): Pago quando a soma das parcelas anteriores não alcança R$ 600.
Nesse caso, a família recebe um valor extra até atingir o mínimo estabelecido.
Com essas regras, o valor final do benefício varia conforme o número de integrantes, podendo ultrapassar R$ 1.000 em famílias com filhos pequenos ou adolescentes.
Quem pode receber o Bolsa Família
Para ter direito ao benefício, a família precisa atender a critérios específicos definidos pelo governo federal:
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Renda per capita: até R$ 218 por pessoa.
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Cadastro Único (CadÚnico): é necessário estar inscrito e com os dados em dia.
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Composição familiar: o programa inclui famílias com crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência.
O Bolsa Família também abrange famílias unipessoais, ou seja, pessoas que vivem sozinhas e se enquadram na renda exigida.
Contudo, há uma regra de limite de 16% de famílias unipessoais por município, para garantir que as famílias maiores tenham prioridade no acesso ao programa.
Condicionalidades: o que é preciso cumprir para continuar recebendo
O governo monitora o cumprimento de algumas obrigações nas áreas de saúde e educação.
Essas condicionalidades são fundamentais para garantir a permanência do benefício.
Na saúde, as exigências incluem:
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Vacinação infantil em dia;
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Acompanhamento do crescimento de crianças até 7 anos;
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Realização de pré-natal por gestantes.
Na educação, o foco é na frequência escolar:
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60% de presença mínima para crianças de 4 a 6 anos;
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75% para estudantes de 6 a 18 anos.
O não cumprimento dessas regras pode resultar em bloqueio ou suspensão temporária do benefício.
A Regra de Proteção: o que acontece se a renda da família aumentar
Desde 2023, o Bolsa Família possui a chamada Regra de Proteção, criada para permitir que famílias que melhoraram sua renda não percam o benefício de forma imediata.
Quando a renda per capita sobe para um valor entre R$ 218 e meio salário mínimo, a família continua recebendo metade do valor do Bolsa Família por até 24 meses.
O objetivo é evitar que famílias que conseguiram empregos formais ou aumentaram a renda percam o apoio financeiro de forma abrupta.
Depois desse período, caso voltem a se enquadrar nos critérios de renda, têm prioridade para retornar ao programa dentro de até 36 meses.
Calendário de pagamentos do Bolsa Família para o fim de 2025
Os pagamentos seguem um cronograma mensal escalonado, de acordo com o final do Número de Identificação Social (NIS).
Abaixo, o calendário oficial dos três últimos meses do ano:
Final do NIS | Outubro de 2025 | Novembro de 2025 | Dezembro de 2025 |
---|---|---|---|
1 | 17/10 | 18/11 | 10/12 |
2 | 18/10 | 19/11 | 11/12 |
3 | 19/10 | 20/11 | 12/12 |
4 | 20/10 | 21/11 | 13/12 |
5 | 21/10 | 22/11 | 16/12 |
6 | 24/10 | 25/11 | 17/12 |
7 | 25/10 | 26/11 | 18/12 |
8 | 26/10 | 27/11 | 19/12 |
9 | 27/10 | 28/11 | 20/12 |
0 | 30/10 | 29/11 | 23/12 |
Os pagamentos de dezembro são tradicionalmente antecipados, permitindo que as famílias recebam antes do Natal.
Quando o depósito cai em um sábado, domingo ou feriado, o valor é creditado no último dia útil anterior.
Como consultar as datas e valores do benefício
Os beneficiários podem verificar o valor e a data do pagamento de forma rápida pelos seguintes canais oficiais:
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Aplicativo Bolsa Família: disponível para Android e iOS; basta fazer login com CPF e senha do Gov.br para acessar o extrato e o calendário.
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Caixa Tem: aplicativo onde o benefício é depositado; permite consulta de saldo, extrato e transferências.
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Portal do Cadastro Único (CadÚnico): fornece informações sobre o registro da família e situação do benefício.
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Telefones oficiais:
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111: atendimento da Caixa Econômica Federal;
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121: central do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social).
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Agências e lotéricas: também é possível consultar presencialmente com documento de identificação e o cartão do Bolsa Família.
O governo reforça que não envia links por WhatsApp, SMS ou redes sociais com promessas de consultas rápidas ou antecipação de valores.
Existe chance de o 13º voltar em 2026?
Até o momento, não há indicativos de retorno do 13º do Bolsa Família em 2026.
O valor mínimo de R$ 600 por família permanece como base, e não há previsão de aumento nos benefícios adicionais (BRC, BPI e BVF).
O que pode mudar, porém, é o salário mínimo, que deve subir para R$ 1.631 em 2026, segundo projeções oficiais.
Esse reajuste pode afetar a elegibilidade de algumas famílias — especialmente aquelas cuja renda per capita se aproxima do limite de R$ 218.
Por enquanto, o foco do governo é manter o programa estável e aprimorar as condicionalidades, sem previsão de criar um pagamento adicional de 13º.
O que os especialistas dizem sobre o 13º do Bolsa Família
Economistas e analistas de políticas sociais explicam que a criação de um 13º permanente exigiria nova fonte de financiamento.
Como o programa envolve mais de 20 milhões de famílias, o custo adicional de uma parcela extra seria bilionário.
De acordo com cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI), um 13º nacional custaria cerca de R$ 14 bilhões adicionais por ano.
Com o novo arcabouço fiscal e as metas de equilíbrio das contas públicas, a medida não é considerada viável no curto prazo.
Por outro lado, há especialistas que defendem ajustes no valor base do benefício, em vez de uma parcela extra.
O argumento é que reajustar as faixas e adicionais pode garantir um reforço financeiro mais constante e previsível para as famílias.
Resumo: o que saber sobre o 13º do Bolsa Família em 2025
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Não há previsão de pagamento do 13º do Bolsa Família em 2025.
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O benefício só foi pago em 2019, de forma excepcional.
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O governo federal não incluiu recursos no orçamento para um pagamento extra.
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Alguns estados, como Alagoas, Pernambuco e Paraíba, mantêm programas próprios com abonos natalinos.
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O valor mínimo de R$ 600 por família continua em vigor, com adicionais variáveis.
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As condicionalidades seguem obrigatórias e são monitoradas pelo MDS.
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Consultas oficiais devem ser feitas pelos aplicativos Bolsa Família e Caixa Tem ou pelos telefones 111 e 121.